where are you now?

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ELLA

Acordei pela manhã sentindo um vazio na cama, o que de primeira eu não percebi o porque me era estranho. Mas logo depois, meu cérebro recém acordado percebeu.

Chase não estava lá.

Eu tinha sonhado a noite passada? Não, certeza que não. Assim que abri os olhos, vi um bilhete ao meu lado.

"Tive que resolver algo, Chase".

O que ele tinha que resolver que era tão importante que não poderia ter me acordado? Eu estaria mentindo se dissesse que não me senti chateada, nós tínhamos um almoço, e já era perto do meio dia. Talvez ele tivesse desistido do encontro com sua mãe e irmã.

Tentei ligar para o seu telefone, mas apenas dava caixa postal. Me esgueirei da cama para um banho, e seria mentira se eu dissesse que não esperava que ele me encontrasse em seu chuveiro. Mas não aconteceu, e eu me peguei por uma hora mexendo no meu celular deitada a sua espera. Nada.

Já era quase uma da tarde quando eu me dei por vencida e decidi ir para o meu apartamento. Era meu primeiro feriado longe de casa, e a sensação era estranha. O que eu faria durante o dia? Provavelmente esperaria Chase, meu namorado.

Deus, era estranho. Eu tinha "namorado" Patrick, se você pode chamar aquilo de namoro. Ri com o pensamento, eu era tão apaixonada pelo que ele parecia ser que realmente acreditava que nutria qualquer sentimento por ele além de acha-lo um gato. Com Chase era diferente, apesar dele ser um colírio para os olhos, tinha muito mais ali. Ele me fazia sentir como se tudo fosse possível. Talvez tudo realmente fosse. Assim que cheguei em casa, meu pai me ligou. E ambos choramos no telefone, o que foi estranho, como se eu não fosse estar em casa para o Natal. Meu pai me pediu desculpas tantas vezes por não estarmos juntos que eu me senti relativamente mal em estar pensando apenas sobre Chase.

Onde ele estava, o que estava fazendo? Por que ele não me acordara para o almoço com sua família? Talvez ele tivesse se arrependido, eram tantas coisas, e eu me senta agoniada em não ter respostas. Era perto das três quando meu telefone tocou, e meu coração disparou. Mas não era Chase, e sim, Johnny B.

JB: O que acha de irmos em uma festa hoje? 

Suspirei em desagrado, a ansiedade iria me matar.

Eu: Está me chamando pra sair? Porque se sim, saiba que não vai rolar.

Não demorou muito para que eu recebesse a resposta.

JB: Relaxa, nada a ver com isso, é que eu quero ir à uma festa, mas só posso se levar alguém do sexo feminino, e você sabe que eu não tenho muitas opções. 

Era verdade. Desde que Johnny B e eu nos conhecemos, ele só havia saído com uma garota. Uma estudante de música de cabelo de fogo que era mais alta do que ele e só usava botas plataforma. Não que fosse um problema, mas era engraçado o quão pequeno ele ficava perto dela. Ele não investia muito em garotas, acho que porque esperava sua chance perfeita com Rosie.

Eu: Você não deveria estar aproveitando seu feriado com a sua família?

JB:  meu pai provavelmente já deve estar apagado uma hora dessa, feriado em família não é muito a cara dos Basset. PS: Prometo fazer qualquer coisa que queira depois do feriado, até engraxar seu sapato.

Eu: Porque quer tanto ir nessa festa?

JB: Negócios...

Eu sabia bem quais eram os negócios de Johnny B, e apesar de não concordar, eu entendia. Johnny não era estudante da faculdade, ele havia nascido nas redondezas e pagava aluguel sozinho desde que havia saído a casa dos seus pais. Apesar do nosso emprego pagar suficientemente bem para que eu pudesse viver, eu tinha pessoas nas quais dividia minhas dispesas.

Antes Que Acabe.Onde histórias criam vida. Descubra agora