Aquele Dia

Aquele Dia do Sim

Depois do pedido de casamento eu e Paola começamos a procurar um imóvel que seria inteiramente nosso. Sempre que achávamos algum que se encaixasse no que tínhamos em mente tratávamos de levar Fran para ver o local. E, pasmem, a garotinha era ainda mais exigente que Paola e eu.

–Fran, mi amor, precisamos muito que você aprove alguma. – Paola disse.

Meu girassolzinho estava sentado no banco de trás, Mané em seu colo.

–Mas mãe... Eu não gostei daquela.

Meu celular vibrou. Era uma mensagem do nosso corretor de imóveis. Ele tinha encontrado uma casa num condomínio que talvez nos agradasse.

–O João acabou de mandar localização de outra casa, amor. Quer ir lá? – Falei.

Paola dirigia o T-Cross atentamente. Estava lindíssima dentro de um vestido soltinho em tons de azul, os cabelos presos num rabo de cavalo, o rosto limpo, sem maquiagem.

–Podemos ir sim. Já aproveitamos que a nossa pequena exigente está aqui.

Francesca soltou uma risadinha ao ouvir a mãe. Não pude deixar de fazer o mesmo que ela. Acionei o GPS e rapidamente estávamos indo em direção ao condomínio.

–Mami, a gente vai ir ver meu vestido quando? – A loirinha perguntou enquanto brincava com nosso cachorro.

Virei-me para ela, sorrindo.

–Somente daqui umas semanas, meu amor.

–Depois que a gente escolher a casa? – Os olhos azuis estavam curiosos.

–Sim! Só quando a gente estiver com a nossa casinha pronta.

E o silêncio por parte dela voltou. Paola segurou minha mão, acarinhando meu dorso com o polegar.

–Estou feliz. – Disse.

–Eu também, meu bem! Feliz demais.

Ela levou minha mão até os lábios, depositou um beijo casto ali. Sorri feito uma idiota. Durante todo o caminho nós duas conversamos sobre coisas amenas. Ao chegarmos ao condomínio nosso corretor nos esperava, animado.

–Hoje a princesa veio! – Comentou enquanto apertava a mãozinha de Fran.

–Sim! As mamães não sabem escolher casa. – Soltou, convencida.

Enquanto eu gargalhava a argentina ao meu lado estreitava os olhos.

–¡Esta chica no tiene límites! – Sussurrou.

*

Tínhamos colocado nossa pequena espoleta na cama. Finalmente ela tinha gostado de uma casa, consequentemente nós fechamos negócio. A casa era linda e enorme! Dois andares, quatro suítes, uma cozinha que seria perfeita para Paola, um escritório enorme, sala de televisão, copa, três banheiros, área de serviço, um quintal enorme como Fran pediu insistentemente e uma área de lazer com piscina. Por mais que fosse grande para apenas três pessoas, todas nós gostamos. Tinha ar de casa. Nossa casa.

–Eu nem acredito que é sábado e a Fran está na cama antes das dez! – Falou quando nos jogamos no sofá da sala da minha casa.

Abracei-a e beijei sua bochecha. Estávamos cansadas, mas extremamente felizes.

–Nada como escolher uma casa para cansar nossa menina. – Falei.

Paola me olhou com os olhinhos brilhando. Era sempre assim quando eu me referia a Francesca como nossa.