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Conversas de Elevador

Conversas de Elevador

Joel tivera um dia agitado. Não que todos os dias no Hope Zion não fossem agitados. Eles eram. Pacientes, problemas, prontuários a ser atendidos... E sua vida pessoal e amorosa atual também não ajudava muito. Depois que eles e Sonja romperam, Joel estava sozinho. Pensando consigo mesmo, era só uma questão de tempo para que ele e Sonja terminassem o namoro. Não iria dar certo mesmo. Não com ele com os pensamentos em outra mulher, como Sonja frisara.

Alex Reid.

Toda aquela convivência só fizera Joel gostar ainda mais de Alex. Simplesmente não conseguia esquecê-la. Aliás, parecia uma missão impossível, poderia se dizer. Ele sabia que um retorno com Alex não seria fácil, não depois de tudo que ele fizera, mas agora ela estava separada de Charlie, então... Joel balançou a cabeça, suspirando em seguida. Aquilo era como escalar o Everest. Alex já deixara claro que ele quebrara seu coração e que não tinha volta. Mas uma vozinha lá dentro de Joel dizia que poderia não ser exatamente assim.

((O))

Alex entrou no elevador e apertou o botão do andar onde trabalhava. Ela não gostava muito de elevadores. Quer dizer, eles eram necessários, mas ela realmente não gostava deles. Alex ficou pensando em sua vida até ali. Uma bela noite e ela estava pronta para se casar com Charlie. O amor da sua vida. O homem com quem decidira dividir tudo. E então sofreram aquele acidente, Charlie entrou em coma, ela lutou por meses a fio, sem desistir, para que ele reagisse e voltasse do coma, após algumas tentativas, obtivera sucesso, Charlie e ela quase casaram e foi aí que as coisas começaram a sair dos trilhos.

Charlie não era mais o mesmo. Havia algo de muito diferente nele, mas o médico simplesmente não se abria. Não dividia tudo com ela. E ela precisava saber o que estava acontecendo, porém as respostas não viriam de Charlie. E com isso, eles foram se afastando mais e mais. Fisicamente. Emocionalmente. Era como se Alex nadasse contra uma correnteza e quando ela se aproximava da margem, algo a puxava de volta para a água.

Então ela foi se cansando. E o inevitável aconteceu. Eles se separaram. Alex suspirou. Aqueles meses não foram fáceis. Era uma transição, ela sabia, mas era dolorosa.

De repente, na mente dela, surgiu Joel Goran. Seu ex-namorado. Aquele que quebrara seu coração. Alex fora muito apaixonada por ele no passado, mas tudo dera errado. Joel não estava preparado para um relacionamento sério, era imaturo demais.

De uns tempos para cá, às vezes, só às vezes, ela sentia falta de Joel. Ele a fazia sorrir. O peso em suas costas aliviava quando ele estava por perto. Alex suspirou novamente, encostando –se no metal. E então o elevador parou.

Alex ficou desesperada e tocou no botão de emergência várias vezes. Droga, aquilo era o pior que poderia acontecer! Odiava elevadores! Alex sentou e colocou os braços em volta das pernas. Precisava se acalmar. Suas mãos estavam suando frio e ela estava tendo um ataque de pânico. Com alívio, viu as portas se abrindo. Alex se levantou mais do que depressa e deu graças a Deus quando chegou ao seu andar e pode sair daquela maldita máquina.

((O))

Pacientes. Cirurgias. Um paciente afirmando que iria morrer e sendo apoiado. Alex jamais desistia dos seus pacientes. O rapaz se recuperou, mesmo que ainda convalescente, mas agradecido à médica. Alex se sentia melhor por isso. Quase como quando ela fora com Joel no desmanche e acertara várias vezes o retrovisor de um carro com um taco de beisebol. Aquilo a aliviara, tinha que reconhecer. Só mesmo Joel para fazer aquelas coisas. Era bem típico dele. Ele era muito intenso, ela sabia. E isso era bom e ruim ao mesmo tempo. Não sabia se conseguiria lidar com isso novamente.

Alex sacudiu a cabeça, afastando o pensamento. Joel não era mais problema seu. E ela estava fugindo desse tipo de problemas. O término com Charlie ainda era recente. Claro que eles mantinham a amizade, mas sempre ficava algo no ar. Um amor assim da noite para o dia não se esvaziava com facilidade. Era preciso tempo.