Radioactive - Parte 4

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4.

Alex interrompeu o beijo. Charlie continuava de olhos arregalados. Alex colocou a mão na boca. Fizera mais uma besteira! Será que estava enlouquecendo?!

- Me perdoe, Charlie! Eu não deveria ter feito isso! Foi um erro! – ela se ergueu, prontamente.

Charlie se ergueu com a intenção de acalmá-la.

- Tudo bem, Alex. Acontece. Não precisa ficar assim.

- Era só para conversamos e de repente eu faço isso! Voce sabe que não sou impulsiva! Eu... não sei o que deu em mim... – ela colocou a mão na cabeça. – Eu só... eu confesso que fiquei mexida quando te vi com a Dawn. Sei lá, eu achava que depois de tudo, talvez, nós voltaríamos a ficar juntos...

- Eu sei. Eu pensei em algo assim... – ele confessou.

- Pensou? – ela indagou.

- Sim. Mas seria mais por conveniência do que tudo, não é? Eu fiquei muito triste quando voce disse que não me amava mais. Foi doloroso. – ele falou e ela se sentiu mal. – Mas depois eu vi o quanto o nosso relacionamento estava desgastado. Que mesmo que não fosse pelo acidente, pelo seu coma, pelo Joel... – ele revirou os olhos. - ... seja lá por o que fosse, nós acabaríamos nos afastando. A gente sempre se afastava ultimamente. Sempre indo e voltando. E isso nos desgastou demais.

- Sim. – ela concordou. – Eu sei. Só que com voce... parece mais fácil.

- Um caminho mais seguro. – ele completou, com um pequeno sorriso.

- Sim. Me desculpe.

- Tudo bem. – ele tocou no ombro dela com carinho. – Quando eu me envolvi com voce, Alex, achei que seria para sempre. Eu desejei que fosse para sempre. Mas pensando hoje, eu vejo que foi uma história linda na minha vida, mas tem que ter um ponto final. Só espero que possamos continuar a ser amigos.

- Podemos sim. – Alex sorriu. – Sempre, Charlie.

Os dois trocaram um abraço fraterno. Charlie beijou a cabeça de Alex e saiu dali. A médica voltou a sentar no banco e respirou fundo. Todas suas histórias estavam chegando ao fim. Primeiro Joel, depois Charlie. E ainda tinha Tom, que a odiava. Aquilo só poderia ser um sinal. Um sinal de que ela deveria ficar apenas consigo mesma. Era isso que faria.

((O))

O dia no Hope Zion foi agitado, não dando a Alex tempo de pensar muito em sua complicada e quase inexistente vida amorosa. Ao final do dia, os médicos fizeram uma pequena festinha de despedida para Joel. Tom não estava lá, aparentemente ocupado atendendo um paciente.

Joel se aproximou de Alex.

- Agora é o fim.

- É só um novo começo, Joel.  – ela disse, simpática.

- Poderia ser um novo começo entre nós. – ele sugeriu, com um sorrisinho.

- Não. – ela disse, enfática e segura.

- Não culpe um homem por tentar. – ele meneou a cabeça. – Se fosse de outro jeito, talvez você pudesse ir comigo... – ele murmurou e Alex apenas riu. – Mas acho que você só sairia daqui com Charlie. – ele sondou e ela não respondeu. Joel suspirou. – Que dê tudo certo para você, Alex. Mais sucesso do que já tem.

- O mesmo pra você, Joel. – ela desejou, sincera.

Os dois trocaram um rápido abraço. Alex saiu da sala onde acontecia a festinha e viu, de relance, Maggie dando um selinho em Tom em um canto mais afastado. Alex torceu a boca, desgostosa. Além de tudo, Tom era um galinha. Um novo Joel talvez?, ela cogitou e depois balançou a cabeça. Não era problema seu.  Quanto mais longe de Tom ficasse, melhor.

Alex pegou sua bolsa e resolveu ir para casa. Iria tomar um relaxante banho de espuma. Era isso que realmente precisava. A porta do elevador abriu e ela entrou. Encostou-se na parede gelada e sentiu uma leve tontura. Sua cabeça estava doendo e o coração parecia bater um pouco mais rápido. Alex respirou fundo. Não era nada. Apenas estresse, disse para si mesma em pensamento. Respirou mais uma vez.

- Segura a porta! – Tom gritou, entrando correndo no elevador.

Alex olhou para Tom, que lhe sorriu.

- Agora estamos até viajando juntos, né?

Alex apenas suspirou e Tom franziu a testa.

- Voce está bem? Parece um pouco pálida.

- Estou bem. – ela mentiu.

- Hum... Soube que o Dr. Goran vai embora hoje. Um parasita a menos.

- Voce mal o conhece!

- O pouco que conheço já deu para saber o bastante, - afirmou Tom e Alex mordeu o lábio. – Ah esqueci, vocês são namoradinhos, né?

- Não pergunto sobre sua vida pessoal, mesmo que você não seja muito discreto, beijando suas ‘’namoradinhas’’ dentro do hospital, então, não se intrometa na minha.

Tom deu um sorrisinho. Aquilo era ciúme ou ele estava enganado?

- Voce anda me fiscalizando, doutora?

Alex revirou os olhos.

- Tenho mais o que fazer.

- Mas me viu beijando sei lá quem, segundo você diz.

- Não seja sonso! Maggie e você estavam se beijando! Parece que gosta de se fazer de idiota! – ela exclamou, irritada.

- Pronto, já começou a me ofender? É ciúme? Estou lisonjeado! Mas não tenho nada com Maggie. – esclareceu.

- Estou pouco me lixando. – ela disse, mau humorada.

- Não é o que parece.

- Escuta aqui, seu...! – Alex parou ao sentir uma pontada no peito.

- Alex, tudo bem? – Tom perguntou preocupado.

- Estou... estou bem... – ela mentiu, vendo as portas do elevador se abrirem. Respirou fundo. – Estou bem. Voce é tão chato! – queixou-se e saiu do elevador.

Tom foi atrás dela e viu Alex respirando mais uma vez. Aquilo não parecia normal.

- Voce tem algum problema de coração?

- Não. Eu... estou bem... obrigado. – ela forçou um sorriso. A dor havia passado. – É você quem me irrita.

- Hum... – ele deu um sorrisinho. – Talvez seja porque você sinta algo por mim. – provocou.

- Sim. Irritação. – ela fez uma careta.

- Eu pensei mais em algo como atração.

- Atração?! – repetiu Alex, rindo. – Voce é hilário! Deveria deixar a medicina e virar comediante!

De repente, Tom segurou Alex pelos ombros e a encostou contra a parede.  Deixou-a presa entre seus braços, sem possibilidade de fugir. Alex ficou surpresa. E excitada quando sentiu a boca dele perto do seu  pescoço.

- Eu gosto desse jogo de gato e rato.

- Não sou de fazer joguinhos. – ela disse, tentando ficar séria e não demonstrar que se sentia mexida com aquilo.

Tom não respondeu e passou a mão pelos cabelos dela. Também sentiu o seu perfume, fazendo Alex ficar com a respiração suspensa. E não era por dor alguma e sim por excitação mesmo. Era ridículo!, puniu-se em pensamento. Odiava Tom Baxter! Não tinha a menor possibilidade de se sentir atraída por ele! Mas ainda assim, Alex fechou os olhos ao sentir o beijo que lhe foi dado em seu pescoço delicado. Tom ainda falou próximo ao seu ouvido, com uma voz rouca e sedutora.

- Para você pensar sobre isso... Boa noite, doutora.

Alex apenas o olhou. Tom sorriu e saiu andando. Achava Alex muito sexy e desejável. Estava melhor do que na época da faculdade! Ainda iria derrubar os muros que ela erguera. Alex ainda enxergaria que eles valiam a pena juntos.

Fanfics Saving HopeOnde histórias criam vida. Descubra agora