Crônicas de um ferreiro - O Santo Graal

O Dragão

  Um dragão negro e vermelho crescia diante de nossos olhos enquanto rugia enraivecido, sua pele escamosa e rugosa se dilatava a medida que o tamanho da fera alada aumentava.
  Eduardo e Isabel o fitavam atônitos enquanto se seguravam em seus cavalos para não serem derrubados por seus relinchos.

—Vamos recuar enquanto ele cresce!!! — eu grito no intuito de chamar a atenção dos dois. — Rápido! Não podemos nos dar ao luxo de demorar.

  Os dois me obedecem e recuam, galopando na direção oposta ao gigante lagarto voador, que, após atingir uma altura de aproximadamente 3 metros, se prepara para soltar uma rajada da fogo direto dos seus pulmões.

—Algum de vocês sabe como parar isso?!?!?! — Eduardo pergunta desesperado.

—Acerta ele!!! — Isabel grita.

  Eduardo mira seu arco e diz as palavras para ativar sua mira perfeita, seu arco começa a brilhar

—Rápido!!! Ele vai atirar!!!

  Ele solta sua rajada de fogo, mas ela é cessada pela flecha de Eduardo que penetra no fundo da garganta do monstro, ele urra de dor e sopra fogo para o céu.

—Isso!!! Acertei!!!

—Presta atenção, Eduardo! Ele vai atacar de novo. — eu o alerto.

  O dragão abre suas asas escamosas e negras, sua envergadura era de algo entre 3,5 e 4 metros. Ele as balança repetidas vezes, e começa a se elevar do chão. Já a vários metros do chão, ele começa uma investida em nossa direção.

—Fujam com os cavalos! Eu vou me teletransportar pra cima dele!!

—Você ficou completamente louco?!?!?! —Isabel me encara com os olhos arregalados.

—Provavelmente, mas, confiem em mim! — os dois me encaram receosos. — VÃO!!!

  Eles enfim me obedecem e vão para atrás de um rocha com os cavalos, enquanto isso o dragão voava em círculos ao redor de mim.
  Eu desembainhei minha espada e me preparei para me teletransportar.
  Ele faz uma volta mais longa e se prepara para me atacar com um golpe rasante e então, investe em minha direção com sua boca aberta na intenção de me queimar vivo.

  Ele desce velozmente soprando fogo na minha direção, espero pacientemente, aguentando o calor para que ele chegue no raio de alcance da minha espada.
  Ao perceber que ele estava em meu alcance eu digo:

—Teleportation!!!

  Meu corpo desaparece e rapidamente eu estou no dorso do dragão, o vento é incrivelmente forte e me empurra para trás, tento cravar minha espada em sua pele para não cair, e assim que minha espada atravessa sua pele rugosa e espessa, fazendo com que seu sangue negro escorra, ele se contorce e começa a girar no ar, tentando me derrubar.
  Me seguro nas escamas dele, que agora se tornaram um pouco escorregadias por causa do sangue, e na minha espada por bastante tempo, minha energia estava acabando e o dragão parecia perceber isso, ele se debatia cada vez mais e meus braços começaram a fraquejar.

  Eu removo a espada do corpo do dragão, o que faz com que ele se agite e sangre ainda mais. Ele se vira de ponta cabeça me derrubando, mas eu me teletransporto novamente, dessa vez para sua cabeça.
  Ele instantâneamente me nota e se sacode, mas não a tempo de impedir que eu acerte seu olho esquerdo,  minha lâmina cruza verticalmente da região onde seria sua sombrancelha até a região abaixo do olho, fazendo com que seu rugido ensurdecedor de dor seja ouvido novamente.
   O dragão, então, cessa seu vôo, e ao pousar, arremessa-me ao chão e tenta desferir a mim um golpe de suas garras. Eu bloqueio parcialmente seu golpe, sendo arremessado para longe na direção de um rochedo, nisso minha espada escapa de minhas mãos, deixando-me indefeso.
  Sentia meu sangue se unindo ao sangue daquele monstro, escorrendo e manchando minhas roupas e as rochas para as quais eu tinha sido atirado.