[1] atraído

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  Se não fosse pela June, talvez eu nunca tivesse o conhecido... Porra, June, valeu.










   Era a quinta vez que June voltava do closet, tão bem vestida quanto das outras em que saiu dali de dentro. A garota bonita deu uma volta no espelho grande que completava a parede e por um momento não se expressou em relação ao que vestia, mas o vestido escuro e a jaqueta jeans azul clara na cintura caiam tão bem em seu corpo e ainda combinavam com seu óculos escuro na cabeça e o famoso coque frouxo.

Receosa, ela se virou para Jaemin.

— E então...?

Um suspiro ficou preso em sua garganta enquanto via o amigo deixar de lado o celular e olhá-la, e o nervoso a consumiu por inteiro ao percebê-lo demorando em sua análise, tão nervosa.

— Porra, June... – o loiro suspirou, a assustando imediatamente, e então se levantou do pequeno banco confortável. Para seu susto, Jaemin a fez virar novamente e agora a garota olhava seu reflexo mais uma vez, acompanhada pelo reflexo do amigo. — Pela quinta vez... Você tá linda. Na verdade... Você é linda.

Agora ela podia sorrir, tão boba com o elogio. Jaemin é sempre tão simpático.

Olhando o reflexo se sente mais confiante desta vez, apesar de todas as suas paranoias e frustrações. Quer dizer, seu corpo a preocupa tanto. Queria que fosse bonito como o das outras meninas, em si não há nenhuma curva e isso a deprime tanto.

— Tem certeza, Nana? Não tá marcando nada?

— June... Por que teria?

Ela desliza as mãos gentilmente pelas laterais do corpo, tão tensa como qualquer adolescente indo para uma festa. Ele repara bem, e não há nada para marcar.

— Não. Relaxa.

Ótimo. June agradece tanto por ter um amigo como Jaemin. Ele sempre a apoia e compreende seus problemas e crises, também tem conselhos incríveis. Ainda não supera que um dia se preparou para perder tudo isso.

O loiro vai se sentar e aproveita para pegar os sapatos da garota ao lado do banco, balançando-os no ar como um sinal para June. Ela se dá conta e vai se sentar ao lado do Na para calçar o par de tênis branco que o amigo escolheu, sempre um ótimo gosto. Mas, caramba, por que tão nervosa? Ela percebe isso ao que mal consegue amarrar os cadarços por causa das mãos trêmulas.

Mas o que...? Jaemin se preocupa e deixa o celular de lado mais uma vez. A menina se assusta vendo o amigo repentinamente de joelhos em sua frente, mas entende assim que o vê fazendo uma série de movimentos até que haja um laço perfeito e logo vai surgindo seu gêmeo.

— Obrigado.

— É por causa do Yukhei, não é?

Bingo. Ele nunca havia a visto mais vermelha e isso o alegrou.

— Haha! Eu sabia!

— Ele é muito bonito... E é a primeira festa dele que eu vou! – ela não podia conter sua empolgação. O estrangeiro a chamou a atenção desde o primeiro dia em que o viu e acidentalmente seus olhares se cruzaram – não que ela também não fosse, de alguma forma, estrangeira, pois havia nascido na China e morado a vida inteira na Coreia com os pais. — Imagine se ele ficar com outras garotas na minha frente... Não vou suportar.

A garota tem a expressão mais chateada enquanto apoia o queixo na mão. Caso isso aconteça, ter se arrumado não adiantará de nada.

— Depois de te ver, se ele quiser alguma garota que não seja você, ele vai ser um completo cego. – dócil demais, ele tenta a animar.

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