[6] dúvida cruel

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  O coração de Jaemin estava na mão com a mensagem lida, e mais ainda por Hwa não o atender nunca! Se demorasse tanto assim no banheiro, o que Jeno pensaria dele?

Afinal, por que eu ligo?!

Mil teorias de que o rapaz tinha alguém em sua vida surgiam em sua cabeça. E pior: e se estiver certo?

Estava secretamente se envolvendo com alguém comprometido. Isso é muito errado! Muito! Precisava urgentemente de uma desculpa para ir embora dali.

— Que porra! Atente, Hwa!

Junto a batidas na porta, ele também escutou: — Jaemin?

— Calma aí, eu já vou!

Apertou o botão de bloquear e suspirou pesado milhares de vezes. Não é possível, não pode. Que sinuca de bico havia se metido!

Certo. Apenas precisa relaxar um pouco e pensar melhor sobre isso, algo como prós e contras.

Negativos: Jeno pode muito bem ter alguém em sua vida e estar usando-o sem que a outra pessoa saiba porque, talvez, pelo o que entendeu do que havia lido, ele e essa pessoa estejam afastados; Positivos: Pode ser tudo um mal entendido e está criando uma grande confusão em sua cabeça por nada.

Que dúvida!

— Ei, cara, você não é de se envolver com ninguém comprometido, não! Dá teu jeito pra fugir disso.

Olhou o próprio reflexo no espelho, muito decidido. Fighting!

Com um punhado de razão lhe dando coragem, ele abriu aquela porta determinado a tirar esta história à limpo ou se distanciar completamente. É um homem certo o suficiente. Olhou aqui e ali, mas nada de Jeno na sala. Foi quando decidiu procurá-lo.

— Jaemin! – o moreno chamou lá de baixo ao vê-lo na varanda. — Ei, desça aqui...

Assentiu e desceu os degraus com pressa até que já estivesse perto o suficiente de Pororo e seu dono. Sua expressão não era nada boa, o maxilar trincado segurando as palavras rudes demonstrava isso.

Entretanto, não foi rude.

— Quero ir embora.

— O quê? Já?

— Sim, Jeno.

— Posso saber o motivo?

Empurrou o celular contra o seu peito.

— Isso! Isso é o motivo!

De primeira, Jeno não entendeu e pegou o celular no automático. Bastou três segundos para ler a mensagem na barra de notificações e tudo se esclareceu. Sua expressão já não era mais confortável.

— Perdão. Eu não queria te envolver nisso, Jaemin.

— Então você tem alguém?! – o tom da visita já não era mais convidativo também. Jaemin espumava.

— Essa não é a verdade!

— Então qual é?!

— Jaemin, não vamos mais falar disso, por favor.

Jeno tentou tocá-lo. Péssima ideia.

— Como assim "Não vamos falar disso"? – Jaemin perdeu a cabeça, o empurrou. — Huh! Você me deve isso! Quem é você, afinal?

— Eu posso responder tudo. Vamos subir.

— Não, não vamos! Se vai explicar, diz aqui.

— Como preferir. – é com um suspiro frustrado que ele se encosta na própria moto e cruza os braços, meio embaraçado na história. — Essa mensagem aqui é de uma pessoa muito importante pra mim, que já foi muito muito muito especial, você entende?

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