[2] """bêbado"""

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Estado de negação, quem nunca?

June nunca rira de coisas tão bobas antes, mas que ditas do jeito certo se tornavam muito engraçadas. Yukhei era muito divertido, e ela também já tinha bebido um pouco do líquido no copo do mais velho para completar a cota de coragem.

— Você é muito divertido... – ela deu início, ainda tímida.

— Não, não sou não... Você que é muito simpática e bonita mesmo, e... Nossa, como eu nunca havia te reparado antes? – por um momento ele a observa, tentando achar traços familiares, mas nada, ele simplesmente não sabia de sua existência.

Ela o percebe mais sóbrio agora, quer dizer, ele não está sóbrio completamente, é impossível, mas bem mais consciente, se pode dizer.

O silêncio pairou entre os dois na varanda do quarto trancado de YukHei e por um momento eles podiam escutar apenas a música alta tocando no andar de baixo. Foi nesse um segundo de distração o momento perfeito para o chinês deixar a bebida de lado e usar uma de suas mãos livres para ajeitar a mecha do cabelo escuro da garota. Bastou olhá-lo para este se aproximar de súbito e beijá-la, e nunca antes um beijo havia sido tão bom.

YukHei segurou sua cintura com a mão grande e controlou para não usar força demais no aperto. A garota parecia frágil demais e sua única intenção era protegê-la em seus braços. June era tímida e ele havia percebido, então, apesar de alterado, não foi com muita sede ao pote. Ele foi calmo ao pressionar os lábios contra os da garota e paciente para esperar o momento certo para deslizar sua língua para dentro da boca alheia, iniciando um beijo de verdade. Sentia o fraco aperto dos dedos dela em seus braços, e ele confessa que adorou esse nervosismo.

Entre o beijo ele ri e sorri, bobo pela delicadeza da morena. — June, você é tão linda... – galanteador, ele elogia. Seus beijos descem um pouco mais e June tem que puxar os fios morenos dele para conter os ânimos. Jamais imaginaria que essa oportunidade surgiria assim, em menos de vinte minutos de conversa.

Nunca antes havia sido beijada no pescoço e quando ele lhe ofereceu uma sensação gostosa no lugar, com direito a uma marquinha singela como recordação da vez maravilhosa, ela sentiu o seu corpo esquentar. Seus suspiros eram tão baixos, mas suficientemente audíveis para única pessoa que deveria escutá-los.

Então ele subiu mais um pouco com sua respiração quente e afobada, mordendo sem muita força sua orelha com piercings.

Porra, fica comigo essa noite, vai. Eu tô louco por você.

Não, não, não, não! Ela não pode de jeito nenhum!

Nervosa, ela rapidamente toma distância do mais velho e isso o deixa confuso e preocupado.

— Você não quer?

— D-desculpa... E-eu não... Eu não posso, me desculpa, eu- – ela tentava dizer, tão nervosa e triste. YukHei podia jurar que havia visto uma lágrima escorrer pelo canto de seu olho. Ela estava com medo?

— Não, June. Me desculpa, eu não percebi que você não tava gostando-

— Não, não é isso.

Poxa. Ela ficou tão envergonhada e mais ainda com o olhar do rapaz em sim.

— Então o que é?

— É que...

Eu não sou como você pensa. Ela tem coragem de dizer apenas no pensamento.

— Me desculpa, de verdade, mas eu não posso, me desculpa.

Ela se desaproxima tão nervosa que acaba se enrolando na direção, mas consegue pegar a bolsa jogada na cama e então gira a tranca da porta, saindo dali o mais rápido possível.

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