A Face Do Amor | Trilogia: Faces | Livro III

Capítulo 25 - Minhas Vidas

18 anos atrás

CAMILA SANTANA

- Mamãe! - desliguei o fogo e me virei para ver a minha pequena menina de cabelos loiros, ela corria balançando o vestidinho florido, segurando uma folha de papel na pequena mãozinha - Olha o que eu fiz com o papai

- Deixe-me ver - peguei o papel e vi seu desenho infantil, éramos nós três, sorrindo, assim como o sol, que parecia bem contente no céu - Isso está lindo, Ayla, você é uma artista

- Sim! - ela sorriu animada - Eu "quelo fazê oto"

- Faça vários, depois traga para que eu veja - beijei a testa dela

Ayla voltou correndo para a sala, abri o forno e vi que a lasanha estava pronta, mas ao chegar na geladeira, não encontrei o refrigerante, o que para mim, era decepcionante

- Alê! - chamei, enquanto caminhava para a sala - Alê! Não tem refrigerante - parei e encarei meu marido, ele estava deitado no chão, observando Ayla desenhar, lápis estavam espalhados pelo chão, sorri com a imagem, senti vontade de pegar a câmera fotográfica para registrar o momento

- Sim, amor - Alê me encarou - Você quer que eu vá comprar?

- Seria bom - coloquei as mãos na cintura - Ou você prefere suco?

- Não - ele fez careta e passou a mão pelos cabelos claros - Eu vou comprar o refrigerante - ele se levantou

- Eu vou! - Ayla praticamente gritou

- Não quer ficar com sua mãe? - ele pegou a filha no colo e sorriu para ela

- Depois - a careta dela me fez rir, ela era uma filhinha de papai, ninguém poderia mudar isso

- Você vai magoar a mamãe, Ayla - falei

- Não - ela olhou para mim - Não mamãe! Não fica "tiste"

- Tudo bem, meu amor - me aproximei - Não demorem - deixei um beijo na testa da minha filha e um selinho nos lábios do meu marido

- Quer alguma coisa? - ele perguntou

- Que você não compre doces para a Ayla

- Eu não resisto a ela - ele apertou a garotinha nos braços, que riu alto e escondeu o rosto no peito do pai

- Vão! - falei - Se não a lasanha vai esfriar

- Você esquenta de novo ué - ele zombou e eu dei um tapinha no braço dele

- Mamãe bateu no papai - Ayla disse rindo

- Você está rindo do papai, Ayla?

- Desculpa - ela colocou as mãos no rosto

- Com certeza ele desculpa, meu amor - sorri

- Eu vou indo - Alê piscou para mim e começou a se distanciar

- Sem doces para a Ayla, Alê - avisei

- Tudo isso? - ele me olhou brevemente

- Alexandre Santana!

Meu marido riu alegre e saiu, carregando nossa filha, voltei para a cozinha com um sorrisão no rosto, domingo era meu dia favorito da semana, Alexandre não abria a biblioteca e passávamos todo o dia juntinhos, era muito amor

Me concentrei em fazer a sobremesa, os cremes para preparar o meu pavê de prestígio já estavam prontos, então montei toda a estrutura e coloquei na geladeira, voltei para a sala e me joguei no sofá, pela demora só podia ter acontecido uma coisa, Ayla estava encantada pelos doces e Alê estava tentando não comprar, ri e balancei a cabeça, esses dois eram minha vida