Capítulo 12

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Azura

"Sério, Yuri?" Eu resmungo quando o motoqueiro para sua moto no estacionamento do meu prédio. Eu já sabia que ele estaria vindo comigo mesmo antes de se tornar óbvio, mas era bom irritar ele um pouco. Na verdade, eu estava começando a descobrir que irritar esse homem era muito divertido.

Sniper sai da moto, esperando até que eu faça o mesmo. Ele arqueia uma sobrancelha para mim, vendo através da minha fachada. Ele conseguia saber que eu não estava realmente chateada por ele estar aqui? E, porra, porque eu não estava chateada? A velha Azura estaria puta. Devem ser modificações na minha personalidade, por causa do coma.

"Pare de resmungar, kotyonok. Não combina com você." Ele provoca, já andando em direção ao meu apartamento. Rolo os olhos, mas decidi não retrucar mais.

Outra coisa que eu me encontrei gostando? O apelido. No início, me irritava que ele me chamava assim e eu não sabia o que significava. Gatinha. Era... fofo.

Pego minhas chaves no bolso da calça jeans que usava e abro a porta do meu apartamento, apenas para encontrar Hacker e Lexy sentados no meu sofá, os dois jogando videogame. Minha irmã tinha as duas pernas no colo do motoqueiro, mas os dois estavam presos no jogo.

"Hey, sis." Lexy murmura, mas sem nem desviar os olhos para me encarar. Eu suspiro, rolando os olhos.

"Hey. Hacker." Digo, e o motoqueiro me cumprimenta com um movimento do queixo. Vejo Sniper dando um sorriso divertido e entro, indo para meu quarto.

Arqueio uma sobrancelha quando Sniper me segue, entra no quarto e fecha a porta.

"O que pensa que está fazendo?" Questiono, e ele rola os olhos, se jogando na minha cama como se fosse a sua própria.

"Não é como se fosse a primeira vez que vamos dormir na mesma cama, kotyonok. E eu não vou dormir no sofá, então nem tenta." Sniper diz, e eu estreito os olhos para ele.

Eu ia discutir, ia mesmo. Mas acabo desistindo. Sniper não ia ceder, e eu sabia que era uma discussão infantil. Ele estava certo, não seria a primeira vez que vamos dormir na mesma cama, então qual é o grande problema? Só tinha que manter os recentes sonhos que estava tendo com esse motoqueiro fora da minha mente, e ia ficar bem.

Suspiro e rolo os olhos.

"Tudo bem, que seja." Falo, e vejo a surpresa atingir sua expressão. Sorrio, divertida, e pego uma roupa para trocar.

Entro no banheiro e troco meu jeans e top por uma camisa larga que ia até a metade das minhas coxas e um short de moletom preto, que Thea dizia que estava mais para uma calcinha. Prendo o cabelo em um coque bagunçado e volto para o quarto, encontrando Sniper esparramado na minha cama, mexendo no telefone.

"Chega para lá." Digo, e ele me olha divertido, mas obedece, me dando um espaço para sentar ao seu lado.

Pego o controle da televisão e ligo, botando no Netflix. Eu tinha parado no meio de um episódio de Stranger Things antes de Sniper me arrastar para Budapeste, um que eu queria bastante terminar.

"Sério? Você assiste essa merda?" O Sniper questiona, e eu o encaro ofendida, arqueando as sobrancelhas. Ele olhava para a TV como se fosse a maior porcaria do mundo.

"Hey!! É simplesmente uma das melhores séries já criadas." Defendo, e o motoqueiro rola os olhos.

"Não entendo o sentido dessa série. Chelsea adora, já arrastou alguns de nós para assistir. Eram um bando de crianças fazendo bosta." Sniper diz, e eu tenho que fechar os olhos e contar até dez para não explodir com a besteira que ele tinha acabado de falar.

Suspiro e abro os olhos, apenas para vê-lo me encarando meio divertido.

"Eu vou até a cozinha, vou pegar um balde de pipoca. Você vai ficar sentadinho aqui, assistir o primeiro episódio, e perceber que está falando merda." Digo, saindo da cama, e ele solta uma risadinha, rolando os olhos.

Pego o controle e dou play no primeiro episódio da série para ele assistir. Vou até a cozinha, e decido preparar dois sacos de pipoca. Boto em dois potes, e deixo um com Lexy.

"Obrigada." Ela agradece, mas sem desviar a atenção do seu jogo. Rolo os olhos, mas meio divertida. Hacker da um joinha para mim em agradecimento.

Pego o outro pote de pipoca e volto para o quarto. Não posso deixar de sorrir ao encontrar Sniper totalmente focado na série. Sento ao seu lado, mas ele nem desvia os olhos da televisão.

Ao longo do primeiro episódio, Sniper vai soltando comentários sobre os acontecimentos, algumas coisas que me fazem rir, outras que apenas me fazem rolar os olhos.

Acabamos com o pote todo de pipoca em uns dez minutos, e, ao longo do episódio, nós vamos relaxando um com o outro, suas opiniões meio ridículas sobre os personagens me fazendo rir.

"Então... Não é tão ruim quanto eu imaginei." Yuri admite quando termina, e eu lhe dou um sorriso convencido. Ele rola os olhos. "Mas o garoto, o Will, é a porra de um pé no saco."

Eu franzi a testa e cruzei os braços.

"Eu amo o Will." Falo, e Sniper rola os olhos.

"Claro que ama." Murmura, e eu arqueio as duas sobrancelhas, mas meio divertida.

"O que isso quer dizer?" Questiono, falsamente ofendida, e ele sorri, dando de ombros.

"Aposto que você gosta sempre dos personagens mais chatos." Diz, e eu jogo um travesseiro nele. Sniper facilmente desvia, mas solta uma risada.

"Você nem mesmo viu o Will direito!" Argumento, e ele da de ombros de novo.

"Nem preciso. Já não gosto do menino." Eu rolo os olhos, e ele solta uma risadinha. "Tenho um bom medidor de caráter."

Arqueio uma sobrancelha. "Ahh... Sério?" Digo, e ele assente, com uma expressão séria. Parecia prender um sorriso.

"Yep. Sério." Diz, e eu rolo os olhos novamente.

"Okay, Sr Juiz de caráter, cala a boca e vamos assistir logo o segundo episódio." Falo, e Sniper sorri para mim, e bota o próximo episódio.

Odeio admitir, mas ele realmente tinha a merda de um lindo sorriso.

Sniper- Flaming Reapers 6Onde histórias criam vida. Descubra agora