Sniper- Flaming Reapers 6

Capítulo 21

Azura

Eu sabia que essa não era uma boa ideia. Sério, sabia mesmo. Da última vez que fiz isso, acabei em coma. Mas eu e Vince precisamos de uma conversa, e eu não quero mais esperar. A duas horas, mais ou menos, Crow acabou com o bloqueio. De início, Sniper estava me vigiando de longe, mas então ele saiu com Aqua para fazer Deus sabe o que.

Então, aqui estou eu. Não estou sozinha, aprendi minha lição com a última vez. Chamei um dos motoqueiros, Cowboy, que aparentemente não estava fazendo nada. Ele me perguntou se Sniper sabia que eu estava saindo, e lhe contei uma mentirinha básica. O motoqueiro pareceu saber que eu não dizia a verdade, mas deve estar confiante que não vou me machucar, porque saiu comigo.

Então, aqui estou eu, esperando no meu camarim para falar com Vince. Lory, uma das dançarinas, foi chamá-lo para mim. Cowboy estava no canto da sala, parecendo meio entediado, mas não quis sair da minha cola. Não lutei muito, considerando meu histórico com sair sozinha depois que conheci esses motoqueiros.

"Az?" Escuto a voz de Vince questionar antes dele entrar na sala. Não era difícil imaginar porque acabei transando com ele a um tempo atrás. Vince era bonito. Bem bonito, de um jeito meio assustador. Isso o deixava meio sexy, para ser verdadeira.

"Hey, Vince." Digo, dando a ele um sorriso amigável. O homem arqueia uma sobrancelha, provavelmente confuso com a minha visita, já que combinamos que eu apenas voltava em alguns dias. "Eu... Queria falar com você. Quero voltar amanhã."

Eu já tinha ficado longe tempo suficiente, e não tinha uma vida confortável o suficiente para relaxar. Tenho aluguel a pagar, entre outras coisas. Gostaria de ter o luxo de poder tomar umas férias, mas não é meu caso, e está na hora de tirar a bunda da cadeira e voltar a trabalhar.

"Tem certeza? O que aconteceu foi bem ruim, garota." Ele diz, e não posso deixar de sorrir um pouco com seu tom preocupado. Vince era grande e mau humorado, mas sabia que ele genuinamente se preocupava comigo.

Me deixava triste não poder retribuir o mesmo sentimento, do mesmo jeito.

Concordo com a cabeça.

"Yeah, tenho certeza. Pode ser?" Pergunto, e ele rola os olhos, cruzando os braços na frente de seu largo peitoral.

"Claro. Perdi Thea, você é minha melhor dançarina." Dou um sorrisinho torto a ele, divertida.

"Vamos lá, grandão. Sempre fui sua melhor dançarina." Brinco, e ele rola os olhos, mas divertido. Ouço Cowboy limpar a garganta atrás de nós e o encaro, suspirando.

Eu tinha combinado que não ficaria muito tempo. Sabia que ele já estava sendo legal por me acompanhar até aqui sem mencionar a Sniper, que com certeza iria perder a cabeça.

Olho novamente para Vince.

"Tenho que ir. Venho para cá no mesmo horário de sempre?" Pergunto, e ele assente, seu rosto sem expressão.

Meu coração dói por ele. Vince teve uma esposa a uns anos, se eu não me engano, mas a mulher morreu. E eu sabia que era a primeira pessoa que ele gostava nesse sentido depois disso. O que ainda me fazia me sentir pior ainda. Ele era um cara legal, e seria bom me apaixonar por alguém assim.

Enquanto isso, você está caidinha por um certo motoqueiro russo... Eu afasto a voz do meu subconsciente no mesmo instante. Nope. Não estava indo pensar em Sniper, muito menos assim.

"Até mais, Azura." Vince diz, me arrancando dos meus pensamentos, e eu lhe ofereço um sorriso e assisto enquanto ele se afasta, dando um suspiro.

"Você tá bem?" Escuto a voz de Cowboy quando ele aparece ao meu lado. Não era exatamente calorosa, mas ele parecia perguntar por realmente querer saber, o que me faz sorrir.

"Yeah. Estou bem. Valeu." Digo, realmente agradecida por ele perguntar, e ele oferece um sorrisinho torto, assentindo.

"Vamos voltar para o clube?" Pergunta, e eu concordo com a cabeça.

Saímos do clube de Strip e eu subo na garupa de sua moto. Aproveito um pouco o vento contra meu rosto conforme Cowboy dirige de volta para o complexo.

Por um segundo, penso em Lexy. Falei com ela mais cedo, e, por algum motivo, a menina não me parecia bem. Nada gritante, mas algo não era o mesmo. Ela estava meio para baixo quando nos falamos, mas logo me dispensou quando perguntei se algo estava errado, dizendo que estava bem, simplesmente cansada.

Mas eu conheço a minha irmã. E sei que é mais que isso, de alguma forma. Suspeito que tenha algo a ver com Hacker, e que, ontem a noite, aconteceu alguma coisa entre os dois, mas não vou pressionar. Conheço a minha irmãzinha, e Lexy vai se abrir comigo quando sentir que estiver pronta. Antes disso, vai guardar para si, e eu vou respeitar.

Assim que Cowboy para a moto na frente do clube, eu salto e sorrio para ele em agradecimento. O motoqueiro assente, e eu me preparo para enfrentar Sniper ao entrar. Se o conheço pelo menos um pouco, como sei que faço, ele vai estar puto porque saí sem avisar a ele.

Assim que entro no complexo, o vejo no bar ao lado de Hacker. Seu olhar encontra o meu quase imediatamente, e eu sabia o que ia encontrar lá, então não me surpreendi. Raiva. Ele estava puto comigo. Mas, bem, não sou sua boneca de pano, então ele pode ir comer um pau.

Digo isso da maneira mais respeitosa possível, claro.

"O que merda pensou que estava fazendo, Azura?" Yuri pergunta quando se aproxima até parar na minha frente.

Ops. Ele me chamou pelo meu nome, e não kotyonok. Ok, talvez ele estivesse mais puto do que eu antecipei.

Suspiro.

"Saindo para encontrar meu chefe, Sniper. O que pareceu que eu estava fazendo?" Provoco, e ele estreita os olhos para mim. Sei que estou botandolenha na fogueira. Mas não estava querendo parar.

"Vem cá." Ele diz, pegando meu pulso e me puxando para seguí-lo. Suspiro, mas decido obedecer e vou atrás.

Quando estamos sozinhos em seu quarto, ele olha p mim e caminha até parar bem na minha frente.

"Falamos sobre seu trabalho daqui a pouco. Nunca mais saia sem me avisar, entendeu?" Diz, e eu vejo algo em seus olhos que me surpreendeu. Medo.

Ele estava... com medo? Por que eu saí sozinha? Bem, com Cowboy, mas sei que para ele não faz diferença. Isso me faz amolecer um pouco, e decido não discutir.

"Ok. Te aviso da próxima vez." Falo, e ele suspira, assentindo.

"Agora, senta. Precisamos conversar." Ele diz.

Oh, merda. Precisamos conversar. Nada bom nunca vem dessas palavras... Merda. O que ele quer?

Bem, acho que estou prestes a descobrir...