Capítulo 28

6.1K 600 40
                                    

Sniper

Assim que abro a porta do meu quarto, aonde sei que ela estaria, escuto o som da torneira no banheiro. Mas logo é desligada e Azura sai para o quarto. Ela me olha, solta um suspiro e senta na cama, de perninhas de chinês. Era algo que Katya tinha costume de fazer, sentar assim, reta, e dizer que estava de perninhas de chinês. Eu achava uma coisa muito fofa, e ver Azura fazendo isso me faz sorrir um pouco.

"Onde você estava?" Ela pergunta, e eu suspiro. Tiro a jaqueta e o tênis, então sento ao seu lado na cama. Tiro meu telefone no bolso e ligo, procurando por algo.

Procuro pelas fotos até achar a que eu queria. Era uma foto de Katya, aos oito anos, rindo depois que ela e Natasha tinham feito uma guerra de bolas de neve. Essa é, com certeza, minha foto favorita de todos os tempos. Mostro a Azura com um sorrisinho, e ela arregala os olhos.

"Ela é linda. Quem é?" Pergunta, e eu vejo em seus olhos, quando ela me encara novamente, o medo de que Katya seja minha. Ela não é, tecnicamente. Mas é minha responsabilidade, e minha em muitos outros jeitos.

Luka passou isso para mim quando morreu, e eu iria honrar isso. Então, não tinha muito a dizer para acalmar as preocupações de Azura.

"Ela é filha do meu irmão adotivo. Ele... Ele morreu alguns anos atrás." Digo, mordendo o lábio. "Katya teve um ataque de asma, e a mãe dela me ligou. Fui vê-la."

Azura sorri. Eu encaro seu rosto por uns instantes, meio travado com a fodida beleza que eu encontro ali dentro. Mas então me obrigo a desviar o olhar e suspiro.

"Como ele morreu?" Ela pergunta, e eu olho para minhas próprias mãos. Luka não era um assunto no qual eu estava muito afim de embarcar agora...

"Guerra. Nós dois servimos o exército russo. Ele morreu em missão." Falo, e Azura bota uma mão em cima da minha.

"Sinto muito." Murmura, e eu só sorrio para ela, assentindo.

Ficamos alguns instantes encarando um ao outro, então kotyonok suspira e se aproxima de mim, a distância entre nós diminuindo. Meu coração acelera no peito e ela morde o lábio.

"Desculpa se te machuquei quando devolvi a jaqueta. Não entendia a importância." Ela murmura, sua mão indo para o meu cabelo. Eu fecho os olhos por um instante quando Azura começa a passar a unha para cima e para baixo.

Quando abro, seus olhos prendem nos meus.

"E entende agora?" Pergunto, e seus lábios se contorcem um pouco em um sorrisinho.

"Não completamente. Mas estou disposta a aprender." Murmura, e eu perco todo o autocontrole que me segurava longe dela.

Me aproximo, botando a mão na sua nuca, e a puxo para perto, juntando nossos lábios em um beijo tranquilo. Azura se muda para meu colo, montando em mim, e seus cotovelos se apoiam em meus ombros, as mãos no meu cabelo, brincando com os fios.

Minhas mãos vão para suas coxas, e eu a puxo para perto, juntando nossos corpos o máximo possível.

"Você é minha." Sussurro para ela quando nos afastamos um pouco, e a menina sorri e morde meu lábio inferior, diversão nos olhos.

"E você é meu também, boneca." Não posso evitar uma risadinha com o apelido, e minhas mãos vão para sua bunda.

"Se eu te disser agora, que eu acho que eu te amo... Você foge assustada?" Murmuro, me afastando o suficiente para olhar em seus olhos. Estava parcialmente brincando, mas grande parte de mim realmente temia que era isso que ela fosse fazer.

Por isso, quando seu sorrisinho cresce, alívio me inunda da cabeça aos pés.

"Não. Mas se eu te disser agora, eu acho que também te amo... Você nunca mais me deixa ir?" Sussurra, e meu sorrisinho cresce também. Encosto a testa na dela.

Era fodidamente incrível como em pouco tempo essa garota se transformou da menina que eu tinha que proteger por uma obsessão particular na pessoa em que eu me encontro apaixonado para caralho. Dizer que me pegou de surpresa é um eufemismo do caralho.

Quero dizer, algum tempo atrás, eu estava de olho nas ruínas onde meu amigo morreu, um peso de culpa no coração, e nada que conseguisse aliviar isso. E agora, isso ainda estava lá. A culpa. A saudade fodida que eu sentia de Ace. Mas estava melhor. Porque Azura estava aqui. Ela fazia isso melhor.

"Nunca." Digo a ela. Kotyonok me da um selinho.

"Então eu acho que te amo." Murmura, o que me faz dar uma risadinha.

Mudo nossas posições, a colocando debaixo de mim, deitada de barriga para cima na cama, enquanto eu fico em cima dela. Suas pernas enrolam na minha cintura e seus braços no meu pescoço.

"Acho que te amo também." Respondo. Azura rola os olhos, diversão nadando nas profundezas chocolate.

"Que bom né. Nossa situação seria meio complicada se não fosse recíproco." Brinca, me fazendo rolar os olhos também.

Impeço sua risadinha com um beijo. Ela não demora para corresponder, todo o humor de dois segundos atrás tão longe que nem mesmo pode ser visto. Suas mãos descem pelo meu peito, por cima do tecido, apenas para chegar na bainha da camisa e puxá-la para cima.

Suas unhas vão arrastando pelo meu abdômen conforme ela vai subindo minha blusa, o que apenas faz meu pau endurecer mais na calça. Dou uma mordidinha em seu lábio inferior e desço os beijos para seu pescoço.

Me afasto apenas o suficiente para que ela possa tirar minha camisa, depois volto a beijar seu pescoço novamente.

"Isso é bom. Deveríamos fazer para sempre." Kotyonok murmura, me fazendo sorrir, divertido. "É sério."

Me afasto apenas o suficiente para olhar para ela, arqueando uma sobrancelha. Azura me encara, fazendo um beicinho meio fofo.

"Ok." Digo, e ela sorri, diverrida. "Talvez não para sempre mesmo, já que, você sabe, não queremos quebrar meu pau." Isso faz ela soltar uma gargalhada, e meu sorriso cresce. "Mas vamos fazer bastante, sim."

"Vou te fazer cumprir essa promessa." Ela avisa, e eu dou de ombros.

"Vá em frente." Digo, e suas mãos vão para a minha nuca, me puxando para baixo para beijá-la novamente.

E, pelo resto da noite, eu mantenho minha promessa muito bem cumprida.

Sniper- Flaming Reapers 6Onde histórias criam vida. Descubra agora