Azura
Ele estava me irritando. Muito. Sério, não acho que eu já tive tanta vontade de socar alguém em toda a minha vida. Ou pular em alguém, isso serve também. Com toda aquela beleza do caralho, você pensaria que deveria ser alguém descente. Mas não, era apenas Sniper, o babaca.
Não que nós tivéssemos conversado muito desde o dia que eu acordei. Ele mal entrava no meu quarto, apenas ficava sentado do lado de fora, vigiando. Thea e Lexy vinham todo dia, e, ocasionalmente, as outras Old Ladies vinham também. Mas Sniper não entrava, apenas ficava do lado de fora, inspecionando quem entrava.
Agora, tinha uma semana que eu estava nesse hospital, e eu estava a ponto de enlouquecer. Mas, felizmente, a enfermeira que vinha até o meu quarto toda vez disse que provavelmente eu estaria recebendo alta amanhã. Ela era legal e gente boa, e parecia ser bem fofa, mas eu não deixei de notar o jeito que ela encarava Sniper.
Não que eu devesse me irritar. Mas, por algum motivo, irritava um pouquinho. Quero dizer, ela não sabia quem ele era. O babaca podia muito bem ser meu namorado, e ela ficava dando em cima dele. Não era o caso, mas mesmo assim. Poderia muito facilmente ser, ela não tinha como saber.
"Kotyonok?" A voz com sotaque me dirá de meu devaneio, e eu levanto o olhar para ver Sniper entrando no quarto. Arqueio uma sobrancelha, meio surpresa, e ele atira um conjunto de roupas na minha cama. "Se arrume. Vamos dar o fora daqui."
Eu franzi a testa. "Oi? Pensei que eu só estava recebendo alta amanhã."
Ele dá de ombros. "Acabou sendo um pouquinho mais cedo. Agora se arruma, vamos sair em cinco minutos."
Sniper não me deixa dizer qualquer outra coisa antes de sair do quarto, me dando privacidade para trocar de roupa. Eu suspiro, rolando os olhos, mas fico de pé para botar as roupas que ele me deu. Acabaram por ser minhas roupas, mas imagino que Thea ou Lexy deram a ele.
Era minha calça jeans preta skinny, minha favorita, por sinal, e uma blusa que dizia: 'Eu sou virgem. (Isso é uma blusa antiga).'
Alexis tinha me dado essa blusa ano passado, e eu secretamente tinha achado o máximo. Minha irmã tinha uma coisa com blusas com frases que ela achava engraçadas, e eu realmente achava isso meio divertido.
A blusa era preta, com as palavras em branco. Ela era cortada acima do meu umbigo, de um jeito bem bonito. Boto meu chinelo com uma tira horizontal colorido e prendo meu cabelo em um rabo alto, com algumas mechas caindo pelo meu rosto.
Saio do quarto uns dez minutos depois, e Sniper suspira, de um jeito que parecia que tinha feito ele esperar duas horas. Rolo os olhos com isso, mas decidi não verbalizar os comentários na minha cabeça.
Sniper não para para falar com ninguém, o que eu considero meio estranho, mas não falo nada. Saímos do hospital direto, e arqueio a sobrancelha quando vejo que ele não estava com sua moto, e sim com um Jaguar E-Type Zero preto. Eu tinha uma coisa por carros esportivos clássicos, então reconheço na hora.
Era estranho, mas o carro era a cara dele.
"Sem motos hoje?" Pergunto enquanto entro no banco do passageiro do carro. Ele dá de ombros, sem olhar para mim, girando a chave no carro.
"Você parece que vai desabar de sono a qualquer momento, não achei que a moto fosse uma boa ideia." Diz, e eu assento, concordando. Eu realmente estava com uma básica dificuldade de manter meus olhos abertos.
"Minhas coisas? Eu tinha uma bolsa comigo quando fui atacada." Digo e vejo suas mãos apertarem o volante com um pouco mais de força.
Caralho, eu ser atacada sob sua proteção deve ter sido realmente um chute no saco do seu ego. Dava para ver que Sniper realmente havia ficado chateado por isso.
"Está tudo no clube." Ele responde após alguns segundos. Eu concordo com a cabeça, e fico observando ele pelos próximos minutos.
Dizer que Sniper era um cara bonito era um grande eufemismo. Sua pele era bem clara, com algumas cicatrizes visíveis, decorada com tatuagens negras. Seu cabelo era de um preto carvão, e os olhos de um âmbar pálido. Era interessante, realmente.
"Vai ficar me encarando o caminho todo?" Pergunta depois de um tempinho, e eu não deixo de notar a diversão em sua voz. Meus olhos estavam quase cedendo ao sono, mas ainda me recuso a dormir.
"Qual é seu nome? Tipo, de verdade." Digo, ignorando sua pergunta. Ele franze a testa, e desvia seu olhar da estrada para mim por alguns segundos.
Ele fica um tempinho em silêncio, e meus olhos começam a se fechar, mesmo quando eu não quero adormecer. Já acho que ele não vai me responder, já que se fazem alguns minutos que fiz a pergunta.
Mas, antes de adormecer, escuto ele formar as palavras:
"Yuri Petrov."
Um sorriso se forma em meus lábios, e eu fecho os olhos, deixando o sono me alcançar. Yuri.
Estava tão envolvida nessa pequena informação, que nem percebi que estávamos pegando o caminho contrário ao que levava ao clube.
_________________________________________Quando acordo, imediatamente sei que não estou mais em um carro. Mas sei também que estou em um veículo. Pelo barulho, eu diria que estou em um avião. E demoro um segundo a mais para notar o peso dessa informação.
Abro meu olhos repentinamente, me encontrando sentada em uma poltrona extremamente confortável. Ao meu lado, estava um motoqueiro grande, que em situações normais, eu gostava bastante. Nesse momento, apenas queria estrangular todos naquele clube por me botarem em um avião. Wolf.
Estava sentada na cadeira perto da janela, e noto que devíamos estar pousando em algum lugar. O céu estava escuro, mas eu via luzes de alguma cidade abaixo de nós. Porra, eu dormi demais. Era de manha quando saímos do hospital.
No banco a minha frente, tinha um outro motoqueiro que eu gostava, em situações normais. Hacker.
E ao seu lado, estava o responsável pelo meu atual sequestro. Sniper.
Noto Crow também, na poltrona do outro lado.
"Que. Diabos. É isso?" Questiono, meu olhar no russo com olhos âmbar. Ele nem sequer olha para mim, seu olhar na faca que estava afiando.
"Te coloquei em nosso jatinho." Responde, e eu arqueio uma sobrancelha.
"Yeah, notei isso. Aonde estamos, Yuri?" Não deixo de notar os olhares surpresos que recebo dos outros motoqueiros quando digo o nome real de Sniper.
Mas eu gostava mais de Yuri. Fazia ele parecer mais... humano. Menos babaca, de alguma forma.
"Budapeste." O Hacker responde por ele.
Por um segundo, penso em explodir com eles, gritar um pouco e dar um belo de um show. Mas logo depois desisto, com um suspiro. Duvido que vá adiantar algo, e, sinceramente, eu não estava com a paciência.
Já aprendi que Flaming Reapers fazem o que bem entenderem. Mas isso não quer dizer que vou ser a melhor companheira de viagens.
Eu sabia como ser um pé no saco sem fazer um escândalo. E eles iam aprender logo logo.
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Sniper- Flaming Reapers 6
Storie d'amoreEle nunca pensou em se abrir com ninguém ou essas merdas do tipo. Era um motoqueiro solitário, e a única pessoa que jamais deixou realmente se aproximar foi seu melhor amigo. Mas ele também nunca pensou que iria encontrar alguém como ela. Ela se tor...