Capítulo 1

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I'm having trouble sleeping on my own

Feeling like a house but not a home

Maria Eduarda.
Estava completamente exausta. Suas costas estavam doloridas e a cabeça estava pesada demais para quem havia dormido por horas seguidas. Ao menos não sofreria com o fuso horário e aquilo lhe animava um pouquinho mais. Havia saído de Toronto às 11h da noite do dia 29, almoçado no aeroporto de São Paulo para então aguardar mais 1h15min de viagem até Florianópolis. Sua maior alegria era que sua família havia decidido passar as férias na Praia da Joaquina ao invés da Guarda do Embaú, então Madu tinha apenas mais 25 min de carro até o aconchego do colo de sua mãe.

Maurício foi a primeira pessoa que a fotógrafa viu quando saiu pelo portão de desembarque e seu coração doeu de saudades do irmão. Quase largou a mala no meio do caminho e saiu correndo até o rapaz, mas o sentimento de deja vu tomou sua mente e ela sentiu um aperto ainda mais doloroso no peito. Engoliu em seco quando o pensamento de que não deveria estar desembarcando em Floripa sozinha lhe acometeu. A pulseira pesou em seu pulso e Madu simplesmente precisou afastar o pensamento para evitar cair no choro. Alice e Henrique estavam com Maurício e Maria Eduarda sorriu ainda mais largo quando a prima gritou alto e correu em sua direção, praticamente a derrubando no chão em uma tentativa de abraço completamente fracassada.

- Puta que pariu, como eu senti a tua falta! - Alice murmurou, abraçando Madu com força enquanto a fotógrafa ria e chorava ao mesmo tempo. Nenhuma delas se importava em estar no chão do aeroporto com centenas de pessoas olhando-as atravessado.

- Eu senti tanto a tua falta! - Maria Eduarda chiou. - Acho que nunca deveria ter ido embora. - Suspirou ao final da frase.

- Deveria sim. Ou então eu teria ganhado uma blusa mixuruca de presente de Natal. - Alice chiou, revirando os olhos enquanto a outra ria. Levantou-se e puxou a prima pelo braço, para que ela também se colocasse de pé. Madu não teve dois segundos para se orientar e já estava sendo abraçada pela cintura por Maurício, que levantou a garota do chão enquanto ela ria e o abraçava pelo pescoço.

- Que saudade! - Ele murmurou, beijando-a no topo da cabeça e então segurando o rosto da caçula para observar seu rosto. - Que olheiras são essas, Maria Eduarda?

- Eu voei por 10 horas durante a madrugada. - Madu revirou os olhos.

- Pensei que fosse de tanto chorar. - O mais velho murmurou. Alice o estapeou no ombro no instante seguinte.

- Isso Maurício, vamos lembrar a Madu do motivo do coração quebrado dela logo de cara. - Reclamou e o rapaz se encolheu. - Idiota. - Xingou.

- Vocês podem brigar depois que eu abraçar a minha melhor amiga? - Henrique murmurou, empurrando Maurício para longe e então puxando Madu para um abraço.

- Senti tanta saudade! - A garota fungou.

- Sentiu tanta saudade que me trocou por um canadense de cabelo espevitado. - Henrique reclamou e Maria Eduarda gargalhou quando percebeu que ele se referia a Connor. Não poderia defender o amigo, que realmente tinha os cabelos espevitados.

- Tenho Connor lá e você aqui. Meu coração é grande, cabe todo mundo. - Garantiu.

Maurício pegou a mala da irmã, a abraçando pelos ombros enquanto Alice a abraçou pela cintura e entrelaçou a mão livre na do namorado. Seguiram para fora do aeroporto, enquanto Madu reclamava do calor infernal que fazia em Santa Catarina e fazia inveja ao contar das ruas cobertas de neve que havia abandonado em Toronto. Ocupou o banco de trás junto de Alice, logo deitando a cabeça no ombro da prima com a desculpa de que precisava cochilar rapidamente. A viagem até a Praia da Joaquina não demorou e logo Maurício estava estacionando o carro na garagem da casa alugada e Maria Eduarda não pensou duas vezes antes de abandonar seus pertences no carro e correr para dentro da casa a procura de sua mãe. E quando encontrou Susana na cozinha rodeada pelo resto da família, não se importou que todos a vissem chorar enquanto corria para seus braços, que também sucumbia em lágrimas conforme apertava a caçula em seus braços.

Nobody Will Ever Be Like You [Shawn Mendes]Onde histórias criam vida. Descubra agora