Capítulo 11

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It's only a moment, before you're gone
And I, am keeping you warm
Just act like you love me, so I can go on

Maria Eduarda.
Shawn estava dormindo ao seu lado. Realmente dormindo. Respirava profunda e tranquilamente e seus cabelos estavam uma bagunça, do jeito que a garota amava e tinha vontade de brincar com os pequenos cachinhos que se formavam nas pontas dos fios. Ele estava mais magro, Madu havia notado. As maçãs do rosto estavam mais profundas e ele parecia cansado. E não apenas por causa da festa e a quantidade absurda de álcool que havia ingerido. Era um cansaço mental e emocional que Maria Eduarda conhecia muito bem. Porque vivia a mesma coisa.

Não havia sido fácil levar o cantor para seu apartamento. Ele havia adormecido no táxi e Maria Eduarda precisou de alguns minutos para conseguir que ele despertasse o suficiente para ajudá-la a colocá-lo para fora do carro. Sonolento e cambaleando, Shawn havia se apoiado nos ombros da garota até a entrada do prédio. O porteiro havia ajudado Madu a levá-lo até a porta de seu apartamento e a garota precisou manter uma conversa com Shawn para que ele não voltasse a adormecer enquanto ela abria a porta e o guiava pela casa.

"Onde nós estamos?" Ele havia questionado e Madu nem pensou direito antes de responder "Em casa". Como se aquela também fosse a casa dele. Mas não havia tempo para pensar em uma resposta melhor, já que o peso de Shawn era muito maior do que ela podia suportar e arrastá-lo até a sua cama havia sido uma tarefa complicada, que exigia muito esforço e concentração. E quando finalmente conseguiu colocá-lo na cama, Shawn chutou as botas para o chão e se aconchegou em seus cobertores, abrindo um sorriso largo e preguiçoso antes de murmurar com dificuldade: "Estou em casa desde que abracei você".

Aquilo deixou acelerou seus batimentos cardíacos. Passou minutos encarando Shawn desmaiado em seu colchão, as batidas de seu coração deixando qualquer outro som baixo demais para que ela pudesse se concentrar em outra coisa. Precisou respirar fundo algumas vezes antes de ocupar o banheiro e tomar um longo banho. Vestiu um pijama quente e ocupou a cama ao lado de Shawn. Enviou uma mensagem para Becca pedindo para que a garota abrigasse Alice e Henrique naquela noite e explicando o que havia acontecido com Shawn e após obter uma resposta afirmativa da amiga e um "boa sorte", bloqueou o celular e escondeu o rosto contra o travesseiro. Também estava cansada e apesar de sua mente se recusar a aceitar a derrota, seu corpo falou mais alto e ela conseguiu pegar no sono por algumas horas.

Voltou a acordar quando o sol estava nascendo e demorou alguns instantes para se localizar. Havia muito espaço na cama, já que estava dividindo o colchão com Alice e Henrique nas últimas duas semanas, mas sabia que não estava sozinha. Havia um braço em torno de sua cintura e uma respiração quente batia contra seu rosto. Sabia quem estava ali com ela e novamente buscou o ar com força para os pulmões. Acordar com Shawn ao seu lado era uma de suas coisas favoritas no mundo, mas naquele momento, Madu sentia medo. Não sabia o que esperar quando ele acordasse. Talvez a falta de reação negativa na noite anterior fosse culpa do álcool. Talvez eles brigassem. Talvez ele guardasse muitas mágoas dela. Eram muitos "talvez" e aquilo a estava deixando sem ar. Abriu os olhos e encontrou Shawn dormindo serenamente e não conseguiu conter o sorriso largo e a lágrima solitária que caiu de seu olho esquerdo. Sentia tanta falta dele. Tanta saudade. Sua vontade era a de puxá-lo para seus braços e nunca mais deixá-lo ir embora. Queria cuidar dele, já que Shawn parecia ter feito um trabalho mediano cuidando de si mesmo naquele mês de separação.

Aquilo a fazia pensar que talvez ele tivesse sofrido tanto quanto ela. Sabia que Shawn tivera sentimentos fortes por ela, mas a insegurança sempre havia sido uma companheira de Maria Eduarda naquele relacionamento. Era difícil para ela acreditar que tinha algo tão especial a ponto de fazer alguém como Shawn se apaixonar por ela. E nem era por uma questão de sentir-se inferior ou insuficiente para ele. Mas eram de mundos tão opostos. Madu tinha certeza de que o cantor estava acostumado a encontrar e viver coisas incríveis. E ela era incrível dentro de sua normalidade. Mas ali, observando todos os traços daquele rosto que ela tanto amava, era possível acreditar que ele havia sentido saudade dela, como havia sentido dele. 

Nobody Will Ever Be Like You [Shawn Mendes]Onde histórias criam vida. Descubra agora