Angel's Fights Life

Prólogo

Você já ouviu a teoria de que toda garota boazinha se apaixona pelo bad boy nos maiores clichês ?
Eu estou prestes a quebrar essa teoria, e vou mostrar exatamente como tudo aconteceu. Como dês do começo, eu, Noah Collins me apaixonei pela garota má da escola, e como toda a minha vida se tornou um enorme clichê por conta de uma fatídica segunda feira aonde eu esbarrei com ela...

- Sr Collins - O diretor bradou meu nome furioso em meio aos carros do estacionamento - Para a direção, agora!

- Ah qual é velhote - Traguei o cigarro impaciente sem mover sequer um músculo de cima do capô do Corvette prateado. Meus pés estavam apoiados ao chão, e as costas no retrovisor, e permaneceram assim - Você sabe que não vai dar em nada, então por que não me deixa em paz ?

- Vamos lá Noah, você já está mais do que acostumado com isso - Ele arrancou o cigarro entre meus dedos e o largou em um canto qualquer enquanto eu apreciava atentamente sua careca brilhante - Me espere lá, tenho outro assunto importante para resolver - Ele mandou por fim, espalmando minhas costas até o portão da escola, aonde simplesmente me largou como um boneco de pano

Caminhei em direção à sala do diretor, do mesmo jeito que fiz na semana passada, e na anterior incontáveis vezes. Já se tornou automático, toda escola tem seu garoto problema, e lá estava eu. Filho do prefeito, o desgosto da família, mas eu já pouco me importava com isso a essas alturas

- Bom dia Edna - Arqueei as sobrancelhas me escorando no balcão da secretária, que me analisava com cara de poucos amigos

- Tão cedo aqui Noah? - Ela abaixa a armação do óculos colocando-o na metade do nariz, e me observa por cima das lentes - Arrumou alguma briga? Levou alguma garotinha inocente para o vestiário? Uh, já sei! Você estava pichando os armários de novo ?!

- Haha - Sorri com toda a ironia que pude, evidenciando o quão desconfortável foi a situação para mim, e a observei com um sorriso travesso - Eu estava fumando no estacionamento - Disse por fim

Me sentei na cadeira ainda a espera do diretor. São apenas nove horas e já consigo ouvir os gritos dos meus pais, que estão prestes a saber do meu pequeno episódio no estacionamento da escola, e consequentemente os anteriores sobre os quais não foram alertados

- Você está começando a ficar sem criatividade - A mulher de meia idade entoa decepcionada. Me distraindo com o click do grampeador quase como um acidente

- Pois é - Retruco sarcasticamente atraindo sua atenção - Estou pensando em jogar aquele produto que arranca os cabelos na água do vestiário feminino - ela esbugalha os olhos como um daqueles brinquedos de apertar para cachorro e sua boca se contrai em uma única linha reta - Relaxa Edna, estou apenas brincando

- Você não tem jeito garoto - Ouço-a resmungar

Não demora muito para o telefone soar, acabando com a nossa breve sessão de farpas, que sinceramente, eu adorava

Estava tudo nos conformes até ela aparecer. A garota é um, um anjo. Ela tinha os cabelos negros enormes presos a um rabo de cavalo, e vários piercings, vestia uma roupa tão sexy que poderia atrair a atenção de qualquer um, mas tão simples que não parecia sequer ter pensado por mais de cinco minutos antes de escolhê-la no guarda-roupas. O skate que ela carregava debaixo do braço era cheio de adesivos e parecia ser bem antigo. Eu com certeza já havia reparado nela em algum lugar dessa espelunca, mas não havia sequer a analisado por mais de cinco minutos. As íris esverdeadas tão opacas quanto qualquer olhos castanhos que eu havia encarado na vida

Ela tinha um olhar dominador e mau, mas ao mesmo tempo, as sardas e o formato de seus olhos transpareciam uma inocência incrível e estonteante. Eu precisava saber o nome dela, eu precisava conhecê-la ou no mínimo ter os seus lábios junto aos meus, nem que por poucos instantes de lucidez.

Ela é o próprio inferno em pessoa, mas eu não me importaria de me queimar. Na verdade eu incendiaria por completo se fosse necessário

E foi no momento em que ela me ignorou completamente ali, passando por mim sem sequer me olhar, que eu pensei comigo mesmo o quão meu orgulho estava ferido. Ferido para cacete

Ela nem sequer olhou para mim! Obvio que já levei muitos foras na vida, mas esse, nem sequer deveria ser considerado um deles. Foi patético

Assim que ela atravessou a porta seguida pelo diretor eu pulei da cadeira, e voltei a ficar de pé na frente de Edna. Olhei em volta, me certificando de que a porta atrás de mim já estivesse fechada antes de dizer:

- Edna - Batuquei a mesa atraindo sua atenção - Quem é ela?

Ela suspirou e escondeu o papel sobre a mesa, agora sua expressão era séria. A mesma que eu adoro desafiar

- Noah, essa garota já tem muitos problemas, ela não precisa de você- ela me olhou de cima abaixo com os óculos na ponta do nariz - Para estragar seus ensolarados dias de verão - Agora é a minha vez de suspirar

- Eu não quero ser um problema na vida dela - Respondi com o meu sorriso mais carregado de segundas intenções - Mas se você não me contar amor, eu terei que descobrir sozinho. E pode ter certeza que eu vou descobrir

- Boa sorte então garoto, você vai precisar - Ela me desafia

Nos dias seguintes, procurei pela garota em cada uma das aulas, perguntei para todos os alunos dessa maldita escola. Ninguém sabia nada sobre ela, os professores se recusaram a me dar o nome por questões éticas. Ela ia embora sempre com o seu skate, mas eu não estava obcecado o suficiente para segui-la, então apenas a observava discretamente até sair do meu campo de visão

- Ei cara, tá escorrendo uma baba aqui - Travor provoca ao me ver observando a garota misteriosa guardando algo em seu armário, a calça marcava suas pernas perfeitas e a bunda redondinha. Era impossível não olhar

- Até que ela é gostosa - Henry abocanha sua batata e me olha com um ar de superioridade - Se você não for falar com ela eu vou

- Pode ir tirando o cavalinho da chuva - Me levanto da mesa antes que o mesmo pudesse por seu plano em prática - Ela é minha. Eu só estava esperando o momento certo

- Acho que é a primeira vez que eu vejo você "esperar o momento certo"- Trevor afina a voz para imitar a minha frase - Para falar com uma garota

- Acho que ele está apaixonado - Henry sussurra ainda tentando me provocar

- Eu não estou "apaixonado" - digo a última palavra com cara de nojo, e realmente, eu queria muito ter ela para mim, mas eu não sou o tipo de cara que se apaixona

- Ah, então por que não vai lá falar com ela, bonitão? - A visão da mesa em que estávamos sentados durante o horário de saída dava direto em seu armário.

Eu estou nervoso, muito nervoso.

- Eu vou - Me virei de costas para a mesa caminhando em sua direção com passos nervosos

É agora ou nunca...