Morte

159 4 0
                                    

Ninguém sabe quando irá morrer, só sabemos que vamos, um dia. Não sou nenhum tipo de extraterrestre nem mutante, porém acontecem coisas bem loucas comigo.

Sou professor de música e trabalho numa pizzaria a noite, nenhum desses empregos me dão conforto financeiro porém eu consigo viver bem com a minha avó, foi ela que me acolheu aos 10 anos quando perdi meu pai. Lá estava eu chorando aos pés dele quando chegou uma moça do conselho tutelar para me levar, meu pai bebia muito, eu estava brincando com meus carrinhos em meu quarto e estava com muita fome, já havia passado a hora do jantar e nada do papai me chamar, isso nunca havia acontecido, quando cheguei na sala lá estava ele deitado no chão tremendo muito, eu não sabia o que fazer, só conseguia gritar por socorro.

Lembro de a vizinha ter chegado após algum tempo mas não lembro se foi tanto tempo, só lembro que minha fome não passava, ela ligou para a polícia e logo eles estavam na minha casa, meu pai havia parado de tremer e eles estavam tirando fotos dele, por quê eles estavam tirando fotos do meu papai? Foi aí que a moça do conselho tutelar me levou, ela disse que eu teria um pai novo, eu só queria o meu. Ela estava mexendo em papéis e fazendo ligações, aí apareceu a mulher mais linda e meiga que conheço até hoje, minha avó, ela veio me abraçar e disse que ficaria tudo bem.

Minha mãe morreu quando eu tinha dois anos, meu pai havia me dito que ela morreu num acidente de carro, até hoje isso não fez tanta diferença, eu não a conheci nem nunca vi sequer uma foto dela. Seria legal ter uma mãe, porém aconteceu, fazer o quê.

EpitáfioOnde histórias criam vida. Descubra agora