Pó ao pó

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Depois que a tal "Sol" foi embora, (nem sei se esse é o verdadeiro nome dela) minha avó não voltou até a hora que eu fui dormir, pensei que ela podia ter ido pra casa de alguma amiga ou algo do tipo. Quando acordei, fiquei procurando minha avó por toda a casa e nada. Ela não costumava fazer esse tipo de coisa, decidi ligar para suas amigas e perguntar.

Todas elas disseram que não a viram ontem, fui à igreja perguntar para o pastor sobre ela e nada. Não pode ter acontecido nada com ela, eu só tenho minha vózinha.

Fui á delegacia fazer uma ocorrência, me disseram para procurar no IML.

Quando percebi, as lágrimas já brotavam em meu rosto naturalmente.

Fui ao IML e disseram que a noite passada chegaram 5 corpos, olhei o primeiro e não era ela, o segundo também não, quando fui olhar o terceiro já havia reconhecido suas unhas que estavam como na noite retrasada, com um esmalte rubi. Era ela. Eu a perdi, sem nem me despedir, eu não tenho mais ninguém, eu não tenho mais nada.

Eu não sabia no que pensar, do nada me vi na rua andando sem destino algum, meu coração doía, minha cabeça não parava de girar. Ela se foi, eu não consigo acreditar.

Ainda estava andando, quando do nada uma senhora segurou meu ombro.

— Existe uma explicação para tudo o que você está passando, eu posso lhe ajudar.

— Não sei do que a senhora está falando.

— Sabe sim. Eu posso te ajudar.

— Desculpe senhora, não acredito em clarividência. - Falei e voltei a andar.

— Drimio, sua mãe pode te ajudar também.

Eu não lembro de ter dito meu nome para aquela mulher.

— Ela está morta. Como você sabe meu nome?

— Eu sei que ela está morta, a conheci.

— Como assim?

— Meu nome é Namar, muito prazer. Eu era amiga de sua mãe.

EpitáfioOnde histórias criam vida. Descubra agora