Um Café da Manhã

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AAAAAAAAAAAAAAAAAAA
VOLTEI REBANHO <3

Playslit:

* Kill This Love - Blackpink
* Sorry - Justin Bieber
* Oops!... I Did It Again - Britney Spears* History - One Direction

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- Bom dia Jade! Hora de acordar! – dizia uma voz melódica, aguda e estridente – Bom dia Jade! Hora de acordar! – a voz repetiu. Eu continuei com a cara no travesseiro. E então a voz repetiu de novo. É, pelo visto ela não vai parar até eu levantar. Mas que merda. Meus braços estirados pra cima do lado do meu travesseiro doem quando eu os movo, jogando todo o meu cabelo para trás. Então, tento me levantar ainda zonza. Faço força com meu braço direito, me sentando sobre a cama.
- Obrigada! – digo olhando pra cima e fazendo uma cara de desaprovação, mas satisfeita por ter feito a voz chata parar. Pelo menos eu sei que esse despertador realmente funciona. Passo os dedos sobre meu ombro, rijo e tenso, apertando com o indicador nas minhas costas e o polegar na clavícula. Há algo de diferente comigo. Ou não. " Jade, foi a primeira vez em que você realmente dormiu em uma cama de verdade. Simplesmente não seja tão paranoica ", digo pra mim mesma.
- Vista – se para o café. Siga as luzes brancas até o nosso saguão assim que estiver pronta. O dia hoje está lindo. – e a voz ataca novamente.
Me levanto, e vou até um armário. Puxo sua maçaneta, abrindo - o e revelando uma porção de roupas brancas, de todos os tipos. Vestidos, calças, camisetas, sapatos, cintos e umas coisas que eu nunca vi antes. Passo a mão sobre o vestido, sentindo o tecido macio dele. Eu até que gostei de usar um vestido pela primeira vez. Foi divertido e ao mesmo tempo estranho. Meus pensamentos somem como fumaça quando um " x " vermelho aparece sobre o vestido. Passo a mão no vestido ao lado, e o tal " x " de repente aparece nele. Então vou até as calças, que estão ao lado do vestido. Passo a mão sobre elas, mas nada acontece. É isso.
Tiro a calça do cabide e a coloco em frente a um espelho rente a porta. Flexiono meus joelhos e entro, perna por perna dentro da calça.
- Estenda os braços – diz a voz.
Quando estendi os braços, a calça se esticou, passando pelos meus braços suavemente, unindo a calça com uma camisa que acabara de ser criada, fazendo um tipo de macacão que eu só tinha visto sendo usado nuns prisioneiros, numa gravura de um livro antigo que eu achei rasgado por aí. Os braços ainda largos, se ajustaram sozinhos, apertando as mangas de uma forma confortável ao meu antebraço, deixando a barra do braço do macacão sob medida para os meus pulsos. Nos meus pés, que antes estavam descalços, se formaram uma botina longa e grossa. Debaixo do espelho, sairam hastes, que puxaram meus pés para trás, por pouco não me desequilibrando e me fazendo cair. A sorte é que me escorei na porta. Quando as hastes levantaram meus pés, a sola se cobriu, formando um calçado completo. Dessa vez, não havia nenhum botãozinho mágico que mudava minha roupa de cor, então o branco simplesmente continuou branco. Mais rápido do que um piscar de olhos, do lado do espelho, surgiu duas pequenas mãozinhas de ferro, semelhantes as mãos que tinham me dado banho. Elas pentearam meu cabelo, o deixando solto e para trás.

Viro a cabeça no segundo em que a porta abre automaticamente, como um instinto, ou um reflexo. As luzes. Ontem eu consegui ouvir pelo menos metade do tal protocolo antes de apagar. Uma das principais instruções, era de sempre seguir a voz chata. Eles chamam a voz enjoada de assistente. É uma forma de comunicação direta deles comigo. O chip fornece as instruções e eu as obedeço. Basicamente, a voz diz tudo que eu preciso de fazer, e então eu faço. Quando eu faço algo errado ou não faço o que deveria, a voz repete tudo de novo e de novo até eu resolver fazer e direito. Ah, e também tem o lance das luzes. Eles tem uma sequência de luzes coloridas pra tudo. Eu ainda não consegui memorizar todas as sequências e cores. Sei só as primeiras, como luz vermelha que é uma emergência, ou luz branca que serve pra me guiar até uma ala quando for necessário e tem também uma série de luzes amarelas, que servem pra me levar pra algo que eles chamam de " quarto de pânico " pra me proteger ou coisa assim, sei lá. Eu também me lembro de ter ouvido algo sobre formação de duplas para os treinamentos, mas acho que apaguei logo em seguida. Já fora do meu quarto, as luzes me levam por um corredor cinza, com corrimões dos dois lados, e por onde eu passo, luzes se acendem acima de mim, iluminando o caminho por onde eu passo, com uma sequência de luzes brancas nas paredes e no chão, piscando continuamente a me levar até o tal saguão. Então, o corredor de luzes acaba, e a última luz se acende acima de mim, mostrando uma porta. Empurro a porta, e entro em um tipo de elevador. Nunca tinha entrado em um. Sempre vi os soberanos os usando pra carregar coisas, mas nunca pra transporte, o que é bem sinistro. Então a voz manda eu me segurar nas barras a minha frente, e o elevador, frio e muito iluminado. Assim que aperto as mãos, segurando firme sobre as barras metálicas geladas, o elevador faz um barulho grave e começa a se movimentar. Ele começa a subir, acendendo as luzes por onde ele passa. Logo uma fina e espessa tira de metal se abre em forma de elipse, revelando o vidro que me permite ver o que está em minha frente, e como é alto. Em uma espécie de círculo, vejo vários elevadores subindo. O primeiro que estava mais em cima parou. Depois o segundo, o terceiro, até que só faltavam dois para parar, que eram o meu e o que estava um pouco abaixo de mim. E desde o primeiro elevador foram aparecendo mais pessoas dentro dele. Então o elevador em que estou para bruscamente, me fazendo tremer (e quase cair). Vejo os outros subindo, com duas pessoas. E o meu, fica parado. Subitamente, a porta por onde eu entrei se abre. Com medo de me desequilibrar, não olho pra trás. Olho fixamente pra cima, mantendo os olhos em um único foco. Não consigo olhar pra baixo. Ouço o barulho de passos rápidos e firmes, que entram no elevador. O elevador fecha as portas e começa a subir, dando um arranque que faz uma pequena pena levemente voar, fazendo uma linha curva, pairando sobre minha testa. Olho reto, no espelho e vejo um reflexo.

- Ah, olá! – ouço de uma voz grossa e infelizmente conhecida, saindo detrás de mim.
Ai merda. Lá vamos nós de novo.
Suspiro fundo, enchendo os pulmões, com exaspero.
- Eu. Não. Acredito. – digo vociferando, pausadamente tentando manter a calma. – O que você tá fazendo aqui?
Ele abre a boca pra responder, como quem vai falar alguma coisa, mas antes que ele possa responder eu me viro simplesmente esquecendo de segurar na barra e digo:
- Não, não responde. Nem tente, ou senão eu vou...
- Senhoras e senhores – salva pelo assistente, que dessa vez fala por um alto falante instalado no elevador - , parabéns. Vocês acabam de conhecer a sua dupla. Apresentem – se um ao outro. O diálogo é a melhor forma de começar uma amizade.
- Ai, meu... Não pode ser, fica calma – digo nervosa começando a hiperventilar – deve ser só um erro, com certeza é, logo eles vão...
- Tá tudo bem? – ele diz colocando as mãos no meu ombro.
" Jade, tenta ficar calma " – eu digo pra mim mesma.
- Claro! Melhor impossível! – digo com o máximo de deboche possível, porém não sei se fui interpretada como deveria ser.
- Você tá vermelha.
- Ah, sério? – digo enquanto tiro as mãos deles dos meus ombros.
- Olha...
- Não, nem mais uma palavra! – digo enquanto aponto meu dedo indicador pra ele num sinal de reprovação, mostrando minhas unhas lascadas e tortas simplesmente me lembrando de quem eu era – Se você abrir a sua boca de novo, eu juro que vou...
E antes de terminar de falar, o elevador para de novo. Tropeço e quase caio, sendo segurada por aqueles braços grossos e pesados (de novo? Qual é!).
- Hã... – ele olha pra mim e franze as sobrancelhas.
O empurro me levantando. Bufo nervosa, soprando um ar quente que faz com que os fios de cabelo que estão na minha testa se separem. Os pego e coloco pra trás, fazendo um coque. Com uma mão eu seguro um montinho de cabelo em forma de círculo feita por mim, e com a outra, puxo uma pena daquelas asas esquisitas.
- Ai! – ele diz, com seu reflexo puxando a asa pra trás do corpo.
- Estamos quites agora – falo usando a outra mão para colocar a pena dele como prendedor de cabelo.
- Ei!
- Shh! – o interrompo antes que possa falar. Sinceramente, a voz dele me irrita. – Não me irrita! – é, e como irrita.
Então a porta atrás dele abre, mostrando uma nova sequência de luzes brancas.
Empurro – o, passando na sua frente. Ando o mais rápido possível, o deixando pra trás.
As luzes brancas me levam pra uma sala com mesas e bancos de ferro agrupados, fazendo o conjunto de dois bancos longos e uma mesa entre eles. No meio da sala, cinco grandes armários também de ferro estavam parados. Mais pessoas passaram pelas outras portas no fundo da sala.
- Sentem – se. O café já vai ser servido. – o assistente ordena, e eu obedeço. Ou pelo menos tento, já que todos começam a correr e ocupar os bancos. De repente alguém me puxa pelo braço.
- Vamos, antes que não sobrem mais lugares! – diz Lola a enquanto me puxa, me fazendo correr também. Faz sentido todos estarem correndo. Eu tô faminta. Acho que comeria meio trizilhão de pães, e isso porque eu nem sequer sei se esse número existe mesmo. Me sento em um banco, passando as pernas por ele e ficando de frente pra mesa. Lola se senta do meu lado. Depois que todos se assentaram, os bancos se ajustaram, arredando sozinhos para frente, quase colando na mesa. Então, começaram a andar, surgindo rodinhas sobre os bancos e indo em frente aos armários de ferro. Os armários se acendendo, mostrando um painel de gravuras com diferentes tipos de alimentos. Tinha um armário pra copos, pratos e talheres, comidas salgadas, comidas doces e bebidas. Todos apertaram os botões, selecionando o que desejavam. Até que chegou a minha vez. Eu escolhi um bolo e um suco de laranja, que no meio de tantas opções, acabou sendo a única coisa que eu conheci.
- Ui, o clássico bolo com suco! – disse Lola sorrindo.
Sorri de volta.
- É a única coisa que eu conheço. – disse dando de ombros.
- Ah – disse Lola mostrando – se surpresa talvez pelo fato de eu nunca ter comido uma daquelas coisas.
Então, o banco em que eu estava moveu – se para trás, se partindo no meio e me separando entre Lola e um menino que estava do meu outro lado. De seu lado saiu uma pequena haste com uma bandeja em cima, segurando meu suco e o bolo.
- Sentem – se com suas duplas até o fim do período de adaptação.
E lá se foi a minha oportunidade de falar com a Lola, que também sendo movida para o lado oposto ao meu com seu café.
Em frente ao anjinho de meia tigela, que estava simplesmente me encarando com aquelas asas longas atrás dele, suspirou.
- E você achando que tinha se livrado de mim... – ele disse me olhando fixamente.
Eu simplesmente sorri e coloquei um pedaço de bolo na boca. Mal terminei de mastigar e me virei ao ouvir os gritos. Ao ver aquela cena, simplesmente disse:
- É, acho que perdi o apetite. 

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