O confuso

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Estava incrédula com tudo que tinha acabado de acontecer, fui do céu ao inferno em menos de uma hora. Em um momento estava no colo da mulher mais linda que cruzou o meu caminho, e em outro Valentina me deu as costas sem nenhuma explicação coerente. Por alguns minutos fiquei na dúvida se aquilo realmente tinha acontecido ou foi apenas uma epifania do meu estado alcoólico.
Foram várias tentativas frustradas de pegar no sono, nada me fazia esquecer aqueles lábios, o beijo e o que foi dito depois. Por mais que eu fizesse um esforço tremendo eu não conseguia entender, a conta era simples, eu queria e até onde ficou claro Valentina também queria, então porque ela não podia?

O início da semana não foi tão fácil como previsto, não conseguia me concentrar em coisas simples, Bia estava mais traquina do que nunca, acho que implorando por mais atenção da minha parte, as aulas eram só pretexto para encontrar  Valentina, algo que não aconteceu por muitos dias. Foram incontáveis mensagens enviadas e nenhuma respondida. Eu estava começando a duvidar da minha sanidade mental. Me odiava cada dia mais por isso, por pensar exaustivamente nela, por sonhar todas as noites , por implorar por um sinal de atenção. Todos os dias eu mandava minha dignidade pro lixo, as vezes mais de uma vez no dia.

Val, eu fiz algo errado? 10:30》

Não consigo dormir, na real , faz 5 dias que não consigo dormir, 5 dias que você não fala comigo 01:25 》

Você está em perigo? Apenas diga que esta bem, é só isso que estou pedindo. 02:40》

Prometo que não vou mais enviar mensagem, apenas me diga que está tudo bem. Estou começando a considerar a possibilidade de um sequestro, sei lá. 04:55》

》Estou bem Juliana, durma! 04:56》

Meu coração deu um salto, eu quase arremecei o celular na parede, perdi o fôlego como se tivesse corrido uma maratona

Aliviada. Porque não  me respondeu antes? Estou aflita todos esses dias. 04:57》

E foi esse o contato mais próximo que tivemos depois do último encontro. Valentina não respondeu mais, limitou -se apenas em dizer que estava bem, e ficou claro que foi apenas para eu não  enviar mais mensagens. Eu estava levando um fora, e tava difícil de aceitar, meus dias passaram a ser como uma música triste e repetitiva. Isso tinha que acabar, eu não  queria mais me torturar com a aquele sentimento. Estava mais claro do que nunca; Valentina não queria nada comigo, e ja estava mais do que na hora de superar.

Valentina. Deixarei suas roupas na portaria, e como prometido, não vou mais te procurar. Apenas quero que saiba que eu vou lutar todos os dias pra apagar o teu coração do meu, mas esquecer o gosto da sua boca... não sou capaz de tanto. Adeus. 06:25》

E assim eu fiz, deixei suas roupas lavadas e passadas na portaria, e ainda orientei o porteiro que não permitisse a entrada de ninguém sem minha autorização. Excluir o número da Valentina do meu celular, não foi fácil, só eu sei o esforço tremendo que foi necessário.

A rotina aos pouco estava voltando ao normal, cada dia que passava eu pensava menos nela, e sempre ao dormir eu fazia as contas mentais; 8 intermináveis dias sem notícias da Valentina.

Ouvi minha mãe dizendo uma vez durante uma conversa que o ódio é sentimento mais poderoso que um ser humano pode sentir, porque alguem com raiva é capaz de qualquer coisa. Eu queria tanto odiar essa menina.

Semana seguinte.

-Bom dia Ju.

-  Oi Mariá,e ai?

- Tudo indo, Tô puta com o Rafa, ficou de me buscar ontem pra festa, mas não apareceu.

- Putz, bateu o carro de novo?

- Dessa vez não, disse que furou o pneu, e óbvio que era mentira né.

- Cara , o Rafa não é nada criativo. E o que tu fez?!

- Fui sozinha. Se ele não queria ir, azar. Inclusive achei que tu estaria por lá!

- Eu? E pq?

- Era uma festa do namorado da Val, cara, pensa numa festa fóda? Tinha de tudo, bebida a vontade, um Dj MA RA VI LHO SO, no fim das contas foi ate bom o Rafa não ter ido.

E a única coisa que minha mente captou foi até o nome VALENTINA.

- Eu e a Val não somos próximas Mariá.

- Sei, ela veio me infernizar depois daquela festa no porão, inclusive achei até invasiva demais, querendo saber muita coisa sobre você. Foi praticamente um interrogatório. E pensa que eu não vi como você quase se engasgou com a saliva quando eu disse o nome dela.

-Deixa de ser besta. O professor entrou, cala a boca.

Mariá continuou a falar sobre a tal festa sussurrando.

- Hein, acho que aquele namorado da Val traiu ela, bom, ela tb traiu ele...entao acho que foi  chifre trocado.

Foi impossível não olhar novamente pra Mariá, se ela queria minha atenção, ela tinha acabado de conseguir.

- Desenbucha logo, sei que você quer falar.

Mariá sorriu vitoriosa.

- Ontem vi a Valentina se agarrando com uma guria perto do banheiro.

FILHA DA PUTAAAAAAAAAAA!!!!!

Hetero? Ela disse que era a primeira vez que beijava uma mulher, e eu acreditei. Eu me odeio.

- Mas antes o namorado dela tava se agarrando uma outra menina lá.  Sei lá, eles são estranhos, não parecem namorados. Deve rolar alguma coisa esquisita ali, porque depois saíram de mãos dadas, vai saber viu...

- Pode ser um relacionamento aberto Mariá, logo você não sabe o que é isso...

-  Meu relacionamento não é aberto.

- Vocês só não oficializaram né?

Mariá ficou pensativa, e eu soltei uma risada triste e desapontada.

Acho que tudo começou a fazer sentido pra mim, era claro como o dia, eu só não conseguia enxergar , ou melhor , eu não queria enxergar, eu era apenas mais uma distração dentro do relacionemento falído da Valentina.  Nada mais era confuso.

********************************** Pessoas, quase não entro mais no wattpad, mas vou terminar essa história em respeito as inúmeras mensagens pedindo para eu continuar, sei como é chato gostar de uma fic e ser abandonada depois de estar presa na história. Eu tenho essa fic todinha montada, mas tenho pouco tempo pra escrever, estou atualizando do celular, sem revisar, então perdoem algum erro.











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