Arroba

2: Quando me forçaram a criar um Twitter

– Jungkook? Jungkook? — ouvi uma voz me chamando. Abri os olhos com dificuldade, pois minha cabeça estava estourando e meu corpo completamente dolorido — Ah! Graças a Deus! Achei que tivesse morrido. — Hoseok pareceu aliviado — Vem levanta.

– Levantar de onde, mano? — falei ainda zonzo, sem mover meu corpo.

– Meu Deus, o que você bebeu ontem? Olha onde você tá.

Estava deitado de bruços. O local onde eu estava era duro e gelado. Senti meus pés e mãos molhados. Abri os olhos com o susto e percebi que estava dormindo sobre o trampolim da piscina de Hoseok.

– E depois eu que sou o bebum de bairro. Vem, eu te ajudo. — Se prontificou.

– Sabe o que é bom pra curar ressaca? — Ouvi a voz de Namjoon — Um bom banho frio.

Rapidamente, ele balançou o trampolim, me fazendo rolar para o lado e cair na água.

– Ah! Namjoon! Não trata o Jungkook assim! Tadinho! — Hoseok se desesperou.

– Por quê? Quer dar uns pegas nele, é? — perguntou irônico.

– Não! Ele é meu melhor amigo e ontem foi a primeira noite de bebedeira dele. Seu sem coração! Vem, Kook, me dá a sua mão! Não estamos no universo de Dragon Ball, mas me dê a mão pra fugir dessa terrível escuridão.

– Que saco, Namjoon! Bom dia pra você também! — nadei até Hoseok que me ajudou a sair da piscina.

– Bom dia. Ninguém mandou beber mais do que aguentava. Vem que o café tá pronto. Ou almoço. Ou lanche. Sei lá. Já são quase cinco da tarde. — respondeu autoritário, já voltando para o interior da casa.

– Cinco da tarde? — me surpreendi ao que era puxado para fora da água por Hoseok e, sem querer, molhei a barra da regata vermelha do mesmo.

– Eu tentei te acordar antes, mas você nem se mexeu. Então decidi deixar você descansando um pouco, até porque... eu acho que te devia isso depois do que fiz com você ontem. — falou coçando a nuca e fazendo uma careta de dúvida.

– Já falei que te desculpo, caraca! — disse andando para a casa.

– Ih! Tá emocionado? Tá gritando comigo por quê, irmão?

– Tô com fome, me deixa.

– Abusado.

– Não ligo.

– O bonito acha que vai entrar todo molhado assim na minha casa? — me barrou na entrada.

– Pode me emprestar uma toalha, então?

– Eu poderia, mas você tá muito abusadinho pro meu gosto. Vai ter que tirar a roupa e subir só de cueca. Ou então espera aí no sol pra roupa secar no seu corpo. Mas nós dois sabemos que você vai se resfriar. Além do mais, o sol já tá até indo embora. Então se eu fosse você, pensaria rápido.

– Que vontade maluca é essa de me ver pelado o tempo todo, cara? — perguntei realmente sem entender.

– Pior que parece mesmo que quero te ver pelado! — riu pondo a mão sobre a boca — Mas são só coincidências. E aí, qual vai ser? — queria responder que ficaria ali até a roupa secar, mas meu estômago rosnou em protesto com esse pensamento.

– Amaldiçoado seja. — Tirei a camisa e a calça e as joguei no rosto de Hoseok, que gargalhou, e subi só com a cueca ainda umedecida.

– Desde quando a casa do Hoseok virou uma casa da luz vermelha? — Seokjin perguntou quando me viu subindo as escadas seminu.