8: Quando um passado alheio adentrou o meu presente

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O almoço foi tranquilo. Junghwa veio e comeu comigo, com meu primo e meus amigos. E acabou que nos simpatizamos com ela. Ela era uma pessoa bem legal de conversar e ter por perto. Sempre nos enviava mensagens perguntando se estávamos bem, se já tínhamos comido, se estávamos com o sono em dia... ela cuidava mais de mim do que o Hoseok!
Mesmo tendo assunto com todos, eu sempre fui o que ela mais gostava de conversar. Consequentemente, nos aproximamos e comecei a desenvolver sentimentos diferentes por ela. Fui sincero quando a contei sobre isso e começamos a sair. Passamos umas semanas nessa vibração, até que a Junghwa se tornou a primeira pessoa a qual eu beijei. Foi incrível a sensação! Me fez sentir um arrepio em cem por cento do meu corpo! Nunca havia me sentido tão bem em toda a minha vida!
Meus sentimentos foram crescendo e crescendo, até que chegou o dia em que pretendia a pedir em namoro.

– Você não magoe o coração da Junghwa, Jungkook! — Hoseok me dava uma bronca enquanto terminava de me ajudar com o nó da gravata.
– Eu nunca magoei ela!
– Eu sei! Isso é só um aviso. Se você magoar ela e ela acabar se afastando da gente, eu te deserdo! — o olhei com desdém.
– Tá certo, pai!
– Agora, vem. Vou te dar uma carona! — me chamou com um tapa de leve no ombro.
– Não precis...
– E como você vai pro restaurante, pedir sua amada em namoro e vestindo um terno, ainda por cima? De ônibus?
– Eu ia chamar um táxi, sei lá...
– Só tem motorista maluco hoje em dia. Confio não. Eu te levo. Vamos.

Não tive como negar.
Hoseok foi me dando dicas, conselhos e ameaças durante todo o caminho. Mais um pouco e eu teria aberto a porta e pulado do carro em movimento.

– Pronto! Tá entregue. Já sabe, né? Vacilão morre cedo! — falou assim que o carro parou na calçada do restaurante.
– E o "dane-se" é livre para todos os públicos. Portanto, dane-se, meu irmão! — o perturbei.
– Tu não vale o que o gato enterra, Jungkook! Anda, sai do meu carro! — me expulsou, fazendo cena e eu saí rindo — E ó, se tu fizer burrada com a Junghwa, já sabe: vou estar aqui com o carro que nem a Rosé no MV de 'Kill This Love', você tá me entendendo? Veloz e furioso!
– Você vai ficar aqui, guardando caixão do meu encontro?
– Não posso? Por quê? Tem alguma lei que impeça isso?
– Ah, ganhe seus infernos pra lá, Hoseok. — bati a porta rindo. — Se você não arrancar com esse carro agora eu juro que pego uma faca lá do restaurante e furo os seus quatro pneus! Bora: um... dois...

Tive que sair correndo da frente, uma vez que Hoseok acelerou o carro e saiu cantando pneu, quase passando por cima de mim, obviamente, de brincadeira.

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– Ela chegou! — exclamei assim que a vi cruzando a entrada e procurando por mim. — Aqui! — fiz sinal com o braço e ela veio ao meu encontro. O belo par de penas dançando por baixo do longo vestido vermelho vieram caminhando até mim sobre saltos pretos e elegantes. Os cabelos soltos e longos sobre os ombros, realçando sua pele me hipnotizavam cada vez mais.
– Demorei muito? — perguntou sorrindo e se sentando — Não! Eu cheguei só há cinco minutos atrás! Como foi seu dia?

E começamos a conversar. Um garçom veio nos atender, anotou nossos pedidos e saiu. Aproveitei o tempo  de preparo das nossas refeições e a presenteei com um colar de pérolas, o qual tive que vender meus dois rins e meio fígado para pagar. Mas, por ela tudo valia à pena! Ela me entendia, me amava, me deixava confortável para ser quem eu era. E nada no mundo paga isso! O garçom voltou com os nossos pedidos depois de alguns minutos.
Após comermos, fiquei criando coragem para pedí-la em namoro.

– E, aí, ele simplesmente sumiu! — terminou de contar sobre um dos seus ex-namorados — E eu nunca fui tão feliz depois que ele desapareceu! — riu satisfeita.
– Que estranho! Parece com o meu antigo relacionamento! — respondi, ansiando por uma brecha a qual eu pudesse usar para concluir o objetivo daquele encontro.
– Hm... será que vou, finalmente, ouvir sobre a pessoa que quebrou o coração do meu Jungkookiezinho? — perguntou meiga.
– É que é complicado! — sorri coçando a nuca — Nunca te contei, porque você, provavelmente, não vai acreditar. Ninguém acreditaria. Mas foi muito rápido e muito intenso.
– Ah, querido, você pode me contar qualquer coisa! — pôs a mão sobre a minha por cima da mesa — Por que não começa pelo nome dela?
– É ele. E se chama Jimin. — Junghwa se engasgou com o vinho que bebia com a outra mão — Oh! Está tudo bem?
– Sim! — disse recuperando o fôlego — É que desceu pelo cano errado! — rimos. — Mas, continua, bebê.
– Então, o nome dele era Park Jimin.
– Mesmo sobrenome que eu. Será que você tem um interesse especial no sobrenome Park, Kook? — brincou.
– Acho que é carma mesmo! — respondi e levei um chute na perna de leve.
– Ei! — fingiu estar ofendida.
– Continuando: ele é da mesma cidade que eu...
– De Busan, também? — perguntou num impulso.
– Sim, e... espera, como sabe?
– Como sei o quê? — sua expressão era assustada, como uma criança que é pega fazendo algo errado.
– Minha cidade. Eu nunca te contei.
– Ah... estava na sua bio do Twitter!
– Não estava, não. Eu coloquei a cidade que eu moro hoje.
– Ah, então um dos seus amigos deve ter me contado! — respondeu se escondendo atrás da taça de vinho para disfarçar o nervosismo.
– Ah, sim! Deve ter sido isso, então! — disfarcei.

ArrobaOnde histórias criam vida. Descubra agora