5: Quando senti que iria enlouquecer

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CHIM: Kook
CHIM: Dsclp por ñ ter respondido vc durante a ligação, por ter desligado e te bloqueado
CHIM: Sinto muito
CHIM: De vdd msm
CHIM: Escuta
CHIM: Eu ñ posso ficar com vc do jeito q vc está querendo
CHIM: Pfvr ñ pense q é alguma coisa de errado com vc. Acredite, se eu pudesse, eu, com ctz, escolheria vc
CHIM: Mas ñ posso
CHIM: Espero q me entenda
CHIM: Vou ter que sumir por uns tempos pra resolver umas coisas
CHIM: Mas pode ir mandando msgns enqt isso, ok?
CHIM: Sempre q quiser mandar msgm, pode mandar! Eu vou adorar ler elas depois ^^
CHIM: Então, dsclp se eu demorar a voltar
CHIM: Mas saiba q eu adorei passar esse tempo falando com vc e te conhecendo melhor, Kook!
CHIM: Fica bem!

Perdi as contas de quantas vezes já havia lido e relido essas mensagens.
Dessa vez não fui bloqueado de novo, mas enviava as mensagens e ele não as recebia. Tentei ligar, mas a chamada não completava. Jimin havia mudado a foto do perfil para uma paisagem urbana de uma vizinhança.

– Querido, por que está tão desanimado? — minha tia se sentou ao meu lado no sofá. A essa hora, já havia desistido de tentar esconder meus sentimentos.
– Eu conheci um cara na internet, tia. E ele era super legal e atencioso comigo. Mas, do nada ele sumiu, não me deu explicações, nem nada...
– Então ele não te merecia, filho. — Todo mundo me dizia isso.
– Não é isso... É que eu sinto que é meio que culpa minha.
– Por quê?
– Porque ele começou a sumir depois que eu disse que estava gostando dele.
– Oh, entendi. Bom, Kook, talvez ele só tenha medo de relacionamentos, ou não goste de homens... tem muita coisa que pode estar acontecendo. Não se martirize tanto, criança.
– Mas, então, por que ele não me explicou isso? E por que sumiu? E por que me bloqueou, e depois desbloqueou e botou a foto de uma vizinhança no perfil dele?
– Foto de vizinhança? Posso ver?
– Aqui.
– Que estranho. Esse lugar parece com o bairro que a sua antiga casa ficava. Até mesmo a rua se parece.
– Minha antiga casa? A senhora que dizer, a casa dos meus pais? — Minha tia nunca havia me dito nada sobre meus pais ou sobre a minha história, e ela mesma ficou surpresa ao perceber que havia deixado isso escapar. Só sei o local que nasci, porque está na minha certidão de nascimento, e não porque ela me contou.
– Sim. — respondeu vencida.
– Que bairro é esse?
– Não, Kook. Tem que me prometer que não vai até lá!
– Mas, talvez, eu possa visitar a minha antiga casa! Talvez o Jimin esteja morando pela vizinhança também!
– Jimin? — sua voz parecia assustada.
– É! O cara que eu conheci na internet.
– Você tem foto dele aí?
– Não, ele trocou a foto do perfil dele pela foto do bairro da minha cidade.
– Bloqueie ele. Não fale mais com ele.
– O quê? O que uma coisa tem a ver com a outra, tia?
– Me prometa que você não vai até lá!
– Tia, eu vou pra lá, a senhora me dizendo o local ou não.
– Você nunca me desrespeitou desse jeito antes.
– A senhora também nunca me conta nada do que eu peço. — Levantei do sofá e fui para o meu quarto.

Joguei a foto do perfil de Jimin na internet e achei o local. Era longe, mas não muito. Arrumei a minha mochila com alguns biscoitos e garrafas d'água. Queria ir com algum dos meus amigos, mas todos estavam trabalhando neste momento.
Desci as escadas e encontrei a porta trancada. Minha tia está me escondendo alguma coisa e eu sinto que vou descobrir quando chegar lá. Sem muita dificuldade, pulei a janela e peguei um ônibus para a estação de trem, onde esperei por um que me deixou na minha cidade. Não demorou muito e eu consegui chegar ao meu antigo bairro, o mesmo que estava na foto que Jimin usou.

– Com licença, senhora! — abordei uma moça um pouco mais velha que eu na rua — Você sabe onde o Park Jimin mora?
– Park Jimin? Acho que nunca ouvi esse nome por aqui... Desculpe.
– Tudo bem, obrigado!

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