Capítulo 5 - Uma Visita Inesperada

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  Craig estava na escola, um lugar que ele evitava à uma semana, o relógio já batia às 14:20 quando a Diretora de sua escola vinha avisar que eles sairiam mais cedo por conta de uma temporária falta de luz. A Sra. Valentine era uma mulher jovem que beirava seus 45 anos, Leila Valentine usava um Cardigã Azul Royale, calça jeans escura e botas pretas. Assim que esse aviso foi dado, Steph teve um calafrio imenso, ele adoraria não cruzar mais com aquele mendigo que tinha lhe "enviado" para sua primeira visita a Lúcifer.

  Steph estava a 5 minutos de sua casa quando o viu, aquele mesmo mendigo estava sentado no beco encolhido com a cabeça entre as pernas. O garoto o evitou e quando passou na frente do homem ele não olhou para ele, um alívio para o mesmo.

  Quando chegou a porta de sua casa fez uma pausa momentânea, a luz de sua sala estava acesa e sua mãe nunca deixa nenhuma luz acesa quando sai, havia alguém em sua casa. Colocou a chave na fechadura e quando girou viu que a porta estava trancada. Assim que entrou teve uma surpresa que o fez dar dois passos para trás. Ali estava ele, Lúcifer, sentado em seu sofá esperando o menino entrar com um sorriso malicioso em seu rosto. O garoto parou em frente a porta esperando por resposta e foi ele quem disse a primeira palavra:
- Oque você faz aqui?
- Filhos deveriam ficar felizes em ver seus pais. - Disse o senhor das trevas com um tom zombeteiro.
- Você não é meu pai, há disse isso a você.
- E eu já disse que sou sim e vou provar. Não quero nada em troca disso, só um tempo com meu filho que eu enviei a terra para poder ser meu sucessor, o enviei para a melhor família que achei para ser muito bem tratado, ter tudo e o que eu recebo em troca? Negação! - Diz o Senhor das Trevas fazendo-se de vítima.
- Ah desculpe! Muito obrigado, estou tão feliz de ser filho do Demônio e quanta generosidade sua me mandar para uma família tão boa, sou eternamente grato! - Disse o garoto com sarcasmo. - Tenho certeza que me criaram melhor do que você criaria.
- Não vim aqui para brigar.
- Então pode ir embora.
- Não, quem vai é você! Vai fazer uma visita inesperada a um lugar que nenhum mortal foi, não vivo.

  Antes que o menino pudesse dizer alguma coisa, sentiu tudo rodar e sentiu alguma força o puxar para trás fazendo-o ir para o vazio mais uma vez...

  Quando o garoto acordou, não estava no inferno como achava. Estava em um lugar que não era "vazio" como ele esperava. As cores do lugar se limitavam a uma mesclagem de cinza e preto. Ele estava em um corredor que parecia infinito, quanto mais ele andava mais ele se estendia, até que depois que de tanto andar ele chega ao fim do corredor que dava em uma porta branca com manchas cinzas.

  Ao entrar pela porta ele já sabe onde está. O Purgatório não era como ele imaginava.Era um lugar nem tão vazio, ele sabia que havia criaturas lá. Vampiros, Lobisomens, Espectros, Espíritos Renegados, todo tipo de ser que o céu é o inferno não aceita vai para aquele lugar.

  Antes de qualquer coisa, ele faz um pequeno estudo do lugar. Ia até onde os olhos poderiam alcançar e mais além, ele vê seres que antes eram pessoas caminhando sem rumo e alguns até conversando "provável mente contando uns aos outros de suas antigas vidas" pensa Craig com sigo mesmo. E então ele vê a única criatura que realmente era humana e decide ir falar com ela.

  Era um garoto que parecia ter a mesma idade de Craig e ele se perguntava oque aquele menino fazia naquele lugar. Assim que ele começa a ir em direção ao "garoto", o menino faz o mesmo.

  Ao se aproximarem Craig já começa a falar:
- Olá, meu nome é Craig Stephan mais todos me chamam de Steph. Qual o seu nome? - Diz o, garoto educadamente.
- Meu nome é Harry William, mas todos me chamam de Harry, muito prazer Steph.
- Prazer Harry. Então, o que fazemos aqui? Quer dizer, o que você faz aqui?
- Bom, eu morri. Quando pessoas morrem vem pra cá e os seres que nem o inferno e nem o céu querem ficam aqui e acabam se tornando essas coisas. São os necromantes que nos trazem pra cá.
- Por que você não virou uma dessas coisas?
- Por que são pessoas comuns que viram essas coisas. Eu nunca fui "normal" como os outros. Nem eu nem o Azrael.
- Quem?
- Azrael. Um dos amigos que fiz por aqui. - O garoto se vira e com um assobio chama alguém. - Esse Steph, é Azrael, mais conhecido como, Anjo da Morte.
Das sombras então, surge uma criatura que parecia um homem. Cabelos negros na altura dos ombros, calça jeans escura, Jaqueta cor de obsidiana e sapatos escuros como a noite.
- Olá, como já deve saber sou Azrael.
- Você é o Anjo da Morte?
- Não, fique despreocupado, eu era um assassino de elite, até o dia em que morri e então como punição fui "abençoado" como um Anjo da Morte. Seria um Anjo da Morte mais jurei não matar mais nenhum inocente e geralmente somos convocados para buscá-los, então jurei não matar. Ai me expulsaram pra cá.
- Nossa... - Diz Craig embasbacado. - Mais então Harry, você disse que nunca foi normal. O que você era antes?
- Eu era um feiticeiro. Feiticeiro Negro, minha ordem viu que eu era muito poderoso e me traíram. Quando cheguei já recebi a noticia que não me queriam em lugar nenhum, desde então estou aqui. Mais e você? O que era antes de morrer?
- Esse é o problema, não morri ainda.
Com uma gargalhada quase contagiante Harry diz:
- Ninguém vem pra cá sem morrer. Mais de qualquer forma, o que é você?
- Sou filho de Satã.
- Demônios vivem no inferno não? - Diz Azrael em uma pergunta indiscreta.
- Não sou um demônio. Vou explicar... - E então Craig conta a eles toda sua história.
- Uau, filho de Satã ne? - Diz Harry confuso e surpreso.
- Impressionante e inacreditável. - Diz Azrael igualmente embasbacado.
- Sim e preciso de ajuda. Eu já fui no Inferno duas vezes e voltei. Sei que vou sair daqui, mais preciso de ajuda pra enfrentar meu pai. E um Anjo da Morte e um Feiticeiro Negro seriam de grande ajuda.
Os homens se entreolham e depois de uma pequena pausa dizem:
- Estamos dentro. - Diz Harry animado.
- Mais precisamos te fazer um aviso... - Diz Azrael com um tom preocupado.
- Qual? - Diz Steph sabendo que não viria noticia boa daquilo.
- Sua amiga. Alison, ela é uma Necromante de Sangue. São criaturas que trazem os mortos pra cá, já te expliquei essa parte. Ela não serve provavelmente por que seu ritual não deu certo. Mais ainda é uma. Vai contar a ela?
- V-Vou. - Diz Craig em um tom nem tão confiante. - Mais primeiro precisamos sair daqui.

  Eles apertam as mãos e vão em busca da saída daquele lugar. Craig não sabia disso ainda, mais daquele aperto de mão sairia uma poderosa aliança...

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