No escritório

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Nas semanas que se passaram, tudo estava normal e nada de estranho acontecera. Exceto que Quirrell estava mais magro que o normal. Amélia e Elizabeth continuavam a se encontrar às escondidas sempre que podiam. A dupla, principalmente Amélia, notou que o trio de amigos da Grifinória estavam cada vez mais cochichando pelos cantos.

Mais tarde, na hora do almoço, as meninas haviam se encontrado novamente no banheiro do segundo andar e combinaram que naquela noite, iram até o terceiro andar atrás do esconderijo da Pedra Filosofal.

O período vespertino de aulas fora tranquilo. Muitos alunos, inclusive Hermione Granger mostravam preocupação com os exames finais. Outros apenas se mostravam desinteressados em relação ao exame que se aproximava. Elizabeth estava no salão comunal de sua casa, jogando snap explosivo com Malfoy. A garota gostava da companhia dele, apesar do mesmo ser desagradável com outras pessoas. Talvez tenha sido a criação dele, pensou Eliza.

"Sabe Rosier..." Draco gostava de chamar Elizabeth pelo seu nome do meio "Meus pais gostaram de você e até pediram para eu perguntar se você gostaria de ir na minha casa nas férias."

"Sério? Eu, Elizabeth Rosier Snape impressionei os Malfoy's? Sobre o convite, claro que eu vou. É só combinar um dia e me mandar uma coruja avisando". Draco deu um pequeno sorriso e Elizabeth ficou um pouco surpresa, mas nada falou. Era muito raro Draco sorrir verdadeiramente.

Aproveitando a tarde ensolarada, Amélia estava sentada perto do Lago Negro observando as pessoas que passavam e a Lula Gigante que de vez em quando aparecia e jogava água nos alunos. Distraída, não viu que uma pessoa se aproximava calmamente em sua direção.

"Oi Lia, tudo bem?" perguntou Cedrico Diggory.

"Nossa, eu nem vi você chegar! Acho que eu estava muito distraída" riu "Mas eu estou bem sim, e você?"

"Nunca estive melhor. E o que você faz aqui sozinha?"

"Nada demais, só observando a paisagem e pensando."

"Um galeão pelo seus pensamentos!"

"Estava tentando me lembrar de quando foi a última vez em que conversamos" mentiu, pensando que não deveria contar a Diggory sobre a pedra.

"Já faz algum tempo" respondeu com um sorriso que Lia achou muitíssimo belo.

"Como vai seu terceiro ano em Hogwarts?" perguntou assim que o mais velho sentou ao seu lado.

"Bem, pode-se dizer, as eletivas são divertidas e estou me preparando bem para as provas" o comentário de Cedrico fez Amélia esboçar uma careta ao lembrar que não tinha dedicado muito tempo aos estudos "Está tudo bem? Disse algo de errado?" Perguntou preocupado.

"Está sim, só me lembrei das provas e estou com um pouquinho de dificuldade para estudar"

"Vamos para a biblioteca então, não tenho aula pelas próximas horas e posso te ajudar a estudar" percebendo a relutância da menina, acrescentou "Não se preocupe, te ajudar a estudar não vai me atrapalhar, vamos, vai ser divertido"

E então, durante as próximas horas, o lufano e a grifinória se encontraram sentados na terceira mesa a esquerda da biblioteca, onde o mais velho ensinava e explicava tudo que julgava importante para as provas do primeiro ano. Foram de magias simples e práticas a poções detalhadas. Cedrico era um rapaz muito inteligente, e a partir daquela tarde, apesar de ainda não perceber, sua amizade com ela seguia um caminho que poderia levar a sua salvação.

Fazia um calor de rachar, principalmente na sala das provas escritas. Os alunos tinham
recebido penas novas e especiais para fazê-las, previamente encantadas com um feitiço anticola. Houve exames práticos também. O Prof. Flitwick os chamou à sala de aula, um a um, para verificar se conseguiam fazer um abacaxi sapatear na mesa. A Profa. Minerva observou-os transformarem um camundongo em uma caixa de rapé e conferiu pontos pela beleza da caixa, e os descontou quando a caixa tinha bigodes. Snape deixou-os nervosos, bafejando em seu
pescoço enquanto tentavam se lembrar como fazer a poção do esquecimento. Os estudos com o Sr. Diggory certamente foram de grande ajuda a Amélia, e Elizabeth se saia muito bem em relação as provas, mesmo não tendo estudado muito, sua aptidão e inteligência natural foram excelentes. O último exame foi de História da Magia. Uma hora respondendo a perguntas sobre velhos bruxos gagás que inventaram caldeirões automexíveis e estariam livres, livres por uma semana maravilhosa até saírem os resultados dos exames.

     Durante a tarde daquele mesmo dia, a maioria dos alunos se sentava nos campos verdes do castelo, descontraídos. Duas alunas, contrariando as expectativas comuns, encontravam-se rondando o terceiro andar, aproveitando a desatenção coletiva de todos no castelo.

   "Amélia, você escutou isso?" Perguntou Eliza enquanto puxava a manga da amiga

   "Escutei o que?" Perguntou confusa, mas sem tempo para responder, Liza arrastou a amiga para uma pilastra próxima. Ao longe, uma conversa se fez notada.

   "...tem certeza disso, milorde?"
  
Uma pausa, passos, e uma única resposta foi suficiente para apavorar as jovens bruxas.

   "Não há mais tempo, preciso do elixir" respondeu a voz ruidosa.

   "Não se preocupe, iremos hoje mesmo, vamos conseguir aquela pedra, não irei desapontá-lo" disse, saindo rapidamente do corredor.

  Ainda em choque, as meninas apenas se encaravam, encolhidas atrás de uma pilastra, conseguiram levantar apenas quando nenhum barulho se fez mais presente naquele andar. Sem precisar dizer, ambas sabiam que nada mais havia a se fazer. Seguiram então rapidamente em sincronia, a gárgula que as permitirá falar com Dumbledore.

   "Como vamos entrar?" Perguntou Amélia enquanto desciam as escadas "Não sabemos a senha".

   "Você não sabe" respondeu Elizabeth com um sorriso no rosto "Já ouvi meu pai falando uma vez, só espero que não tenha mudado".

   Seguiram então mais dois lances de escada, pararam de frente a estátua de pedra, e enquanto a fala da sonserina ecoava no corredor, a gárgula começou a se afastar. Desceram então a escada circular de pedra, com os corações acelerados e pensando exatamente no que diriam, as meninas então encontraram um escritório grande, com muitas janelas e uma fênix, ao final da sala, chamava a atenção.

   "Posso ajudar?" a voz calma de Dumbledore, apesar de curiosa, fez com que as meninas notassem sua presença após alguns instantes.

   "Professor" começou Amélia, buscando a coragem que sua casa exigia "Precisamos conversar sobre o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas".
  

Uma Nova Visão | Livro l - Saga FawsierOnde histórias criam vida. Descubra agora