Finalmente era sexta feira, e Deidara esperava colocar um fim naquele drama incansável dos Uchihas, isso se Sasori ainda estivesse disposto a ajudá-lo depois do que havia acontecido em sua casa. O loiro não sabia dizer o porquê de não ter simplesmente chutado a culpa que sentia para algum canto de sua consciência, nem o porquê de se sentir obrigado a pedir desculpas novamente. Talvez porque soubesse o quanto ser julgado injustamente era ruim ou porque todo o plano que havia bolado dependia do ruivo para dar certo... Talvez, mas no fundo sabia que era porque não queria que Sasori ficasse chateado consigo. Era tão idiota se ver naquela situação por causa de uma paixãozinha da pré adolescência, estava parecendo uma garotinha virgem.
Estava no meio do intervalo e estrategicamente decidiu sentar-se sozinho. Observava o pátio com tédio, aguardando o surgimento de uma oportunidade para falar com o Akasuna sem que ninguém visse. Seria no mínimo inusitado ver a reação das pessoas se fosse até a mesa dos garotos populares e chamasse Sasori para uma conversa em particular, mas é claro que não faria isso. Sem falar que seria suspeito e colocaria seu plano em risco, pois Shisui também estava lá. Itachi havia optado por ficar na sala adiantando seu dever de casa, alegando não estar com fome, o que era uma mentira deslavada, mas que estava facilitando sua vida no momento.
Viu Sasori se levantar da mesa e sair do refeitório sozinho, seguindo na direção das escadas do segundo andar. Esperou cerca de cinco minutos antes de se levantar e seguiu pelo mesmo caminho, o que pareceu ter passado despercebido por todos. Os corredores estavam vazios, ninguém ficava perambulando por ali durante o intervalo, entretanto, percebeu que havia alguém atrás de um dos armários. A pessoa acenou sem se revelar, sinalizando para que se aproximasse e assim o fez.
— Oi. — disse o loiro quando alcançou o outro. — Eu queria falar com você.
— Eu sei, por isso eu estou aqui. — Deidara pareceu confuso — Você não parava de olhar pra mim, então deduzi que estava esperando uma brecha para falar comigo, afinal, hoje é o dia do seu grande plano.
— É, e eu queria saber se você ainda vai me ajudar.
— Eu queria dizer que não — massageou as têmporas — mas não aguento mais olhar para a cara de peixe morto do Shisui.
— Então, vai me ajudar? — gesticulou com as mãos, visando adiantar o maior.
— Sim, eu vou.
— Ótimo.
Ambos se encararam em silêncio por um momento e Deidara soube que aquela era a sua deixa.
— Eh... Olha, eu queria me desculpar pelas coisas que eu falei pra você, de novo. Eu mais do que ninguém deveria saber que não se deve julgar as pessoas antes de conhecê-las, então — tirou um chaveiro de metal em formato de caveira do bolso — Toma.
— Isso é algum tipo de presente de desculpas? — questionou, franzindo as sobrancelhas.
— Não! Quer dizer... Eu não sei, eu vi isso enquanto comprava um disco novo e achei que ficaria legal como chaveiro da sua moto, então eu comprei.
— Obrigado. — agradeceu ao pegar o chaveiro e acoplá-lo a chave da Harley Davidson — Ele é bem legal.
— Acho que faltou um "Está desculpado, Deidara" nessa frase.
— Tsk, você precisa se esforçar mais. — falou se encostando na parede, colocando as mãos nos bolsos.
Ele era tão irritante quando queria, mas Deidara não podia dizer que ele não era bom em virar o jogo ao seu favor, ainda mais com aquele jeito tão bagunçado e... sexy!

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The Love is Vintage
FanfictionItachi Uchiha é um filho exemplar e nunca causou grandes problemas, mesmo vivendo na década de 80 onde ser rebelde e querer afirmar seu "lugar no mundo" era a atitude mais esperada de um adolescente. Porém, após uma brincadeira inocente de seu prim...