Como prometido, a tarde no fliperama havia sido marcada e, apesar de terem ido a um lugar com uma grande gama de jogos, Deidara havia escolhido jogar algo diferente naquele dia, o que não passou despercebido aos olhos de Sasori, não quando ele o comia com os olhos, tirando totalmente sua concentração. Deidara estava arrumado demais para uma simples tarde no fliperama, e seus cabelos estavam totalmente soltos, o que o deixava ainda mais charmoso, bonito demais para ser alguém tão irritante. Não tentou resistir as provocações, mas também não demonstrou ter entrado no jogo. Era impossível não retribuir os olhares e estava de fato muito tentado a arrastar o loiro até o banheiro e lhe beijar de uma vez, mas não iria arriscar tudo como da última vez e presenciar outro surto. Deidara era bipolar demais e não tinha saco para lidar com isso.
Agora estavam indo para casa. Deidara parecia ter perdido o medo de andar de moto, mas, ainda assim, segurava firme na cintura alheia, soltando-se apenas quando pararam em frente à sua casa.
— Quer entrar, tomar um refrigerante e, sei lá, jogar Atari? — disse assim que desceu da moto e tirou o capacete.
— Me dê um bom motivo para aceitar.
— Apenas responda sim ou não antes que eu jogue esse capacete na sua cara, Chuck.
— Nervosinho. — Riu.
Sasori desceu da moto com um sorriso exibido, passando pelo outro que revirou os olhos e o seguiu em direção à porta. Assim que entraram, Deidara seguiu até a cozinha com Sasori em seu encalço, ainda arrumando os cabelos bagunçados pelo capacete.
— Coca ou cerveja? — perguntou ao abrir a porta da geladeira.
— Eu não bebo nada alcoólico. — Encostou-se ao balcão da cozinha.
— Você já tem idade suficiente, por que isso? — disse passando a bebida para o ruivo que a abriu e tomou um gole demorado.
— Família rígida. Meu pai é um ex oficial do exército condecorado, e a minha mãe é a esposa exemplar que cuida da casa e dos filhos. Somos um quadro da tão sonhada família tradicional americana ou, pelo menos, é isso que aparentamos ser.
— Não te imagino usando suéter e indo à igreja aos domingos. Na verdade, você está mais para um bad boy conquistador, mas agora eu sei que não é bad boy — disse brincalhão, prendendo o cabelo em um rabo de cavalo alto.
— Também não sou conquistador, Shisui já ficou com mais garotas que eu.
— Então, como acabou com essa fama?
— Guren começou a espalhar boatos pela escola de que tínhamos transado, depois que eu recusei sair com ela duas vezes. Eu não desmenti porque achei uma perda de tempo, mas aí outras líderes de torcida começaram a fazer o mesmo. Não entendo o porquê disso até hoje.
— Transar com todos os principais atletas é a meta pessoal de todas as lideres de torcida daquela escola, então meio que rola uma competição entre elas. Viram a oportunidade de se beneficiar com o seu silêncio e agarraram, apenas. — disse sentando sobre o balcão, ao lado de Sasori. — Mas quem sou eu para julgar...
— Já ficou com algum garoto popular?
— Com um, dois no máximo, mas eu não gosto de ficar com garotos populares. Apesar de saber quais teriam ou não interesse, ficar com eles requer muito cuidado, e as chances de que no outro dia toda a escola fique sabendo são bem grandes. Já existem boatos sobre a minha sexualidade rondando a escola, e eu não me importo, mas meus pais se imporiam.
— Então, eles não sabem que você é gay.
— A minha mãe sabe, mas é como se não soubesse. Quando eu tinha quinze, ela me pegou aos beijos com um garoto que supostamente veio me ajudar a estudar. Ela chorou muito por temer o fim que a bíblia prevê para as pessoas como eu, mas não contou para o meu pai que não pensaria duas vezes antes de me expulsar de casa. Agora ela finge que nada aconteceu, acho que se convenceu de que eu sou normal e vou me casar com uma garota e dar netos a ela, mas, sempre que eu chego com uma marca diferente no pescoço, posso ver o desgosto no olhar dela. No fundo, ela sabe que não foi uma garota que fez aquilo, mas poderia ser pior, hum.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Love is Vintage
FanfictionItachi Uchiha é um filho exemplar e nunca causou grandes problemas, mesmo vivendo na década de 80 onde ser rebelde e querer afirmar seu "lugar no mundo" era a atitude mais esperada de um adolescente. Porém, após uma brincadeira inocente de seu prim...