[ Stenbrough]
Coletânea de momentos doces entre a relação de Stan Uris e Bill Denbrough.
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𝔸𝕍𝕀𝕊𝕆𝕊
♡ Não estão em order cronológica, mas vou tentar deixar a idade/ ano escrita.
♡ Faz parte do un...
(na fic vivemos em um mundo onde não há homofobia ok? kkkkk )
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- Big Bill! - Richie chamou, se levantando da cadeira onde estava sentado, logo sendo puxado para sentar-se novamente com violência, Eddie sentado ao seu lado lhe encarando irritado. - Quer fazer o favor de se comportar? Estamos numa biblioteca! - ele disse num sussurro gritado, olhando para trás por cima dos ombros para verificar o semblante da senhora Wenderberg, a supervisora da biblioteca. Ela era uma mulher alta e forte, com duas tranças loiras caindo pelos ombros. Sua família veio da Alemanha, como devem ter imaginado, e foi aprendendo o idioma nativo daqui que ela se apaixonou por livros e silêncio. Provavelmente não nessa ordem. Mas a mulher definitivamente odiava com paixão a desordem e o barulho, principalmente na biblioteca, parcialmente, dela. - Hey, - Bill disse baixo, com um meio riso vendo os dois amigos discutindo (agora baixo) sobre a situação. Eddie tinha um livro de química aberto a sua frente, e Richie parecia estar com algo parecido ou com intenções de. - Cadê o Stan? - perguntou enquanto se sentava naquela mesa retangular, colocando a mochila ao lado. Estavam no período de provas antes das férias de verão do segundo ano, e haviam combinado (para o desgosto de Richie) que iriam se encontrar depois das aulas todos os dias para estudarem juntos na biblioteca da escola. Era um plano bom, e bem interessante para Bill que podia contar com a ajuda de Stan e Eddie para entender as matérias mais difíceis (as que envolviam números), e ajudar nas matérias que era bom, (as que envolviam textos). - Já deve estar chegando, ele tem álgebra avançada hoje não tem? - lembrou Eddie, e Bill apenas afirmou com a cabeça pensativo. Ele estava no limite de sua capacidade com álgebra normal, e Stan passava em Álgebra Avançada com notas máximas. Era uma diferença discrepante. - Alguém sabe do Ben? - Eddie completou, e só então Bill se deu conta do motivo de Richie estar quieto agora. Eram apenas ele e Eddie até Bill chegar. Bill tentou disfarçar o pensamento com um meio riso. - Ele d-disse que ia devolver uns livros na biblioteca municipal e voltava depois se desse tempo. - Bill explicou, abrindo sua mochila e procurando seu livro de química. Química era uma matéria complicada tanto para Bill quanto para Stan, mas não para Eddie, e ele estava disposto a passar vinte horas estudando e escutando Eddie falar 200 palavras por segundo se fosse necessário para passar com uma boa nota no boletim. - talvez Randy tenha interceptado nosso Stan antes dele conseguir chegar. - Richie disse despretensioso, fuçando algo em sua mochila. Os olhos de Eddie dispararam para o rosto de Bill em surpresa, que só encarou com mais perguntas do que respostas. - R-Randy? - Bill perguntou, e Eddie deu uma cotovelada em Richie. - Mandou bem seu cabeçudo. - Eddie repreendeu, e Richie olhou para ele quase ofendido. - O que? Todo mundo sabe que o Stan é o novo alvo dele. - aquilo alarmou Bill de maneira repentina, ficando ao invés de confuso, preocupado. - Quem é Randy? - Bill perguntou com voz firme, e foram interrompidos por um barulho peculiar vindo de dentro da mochila de Richie. Numa tentativa absurda de disfarçar, Richie fingiu uma crise de tosse exagerada, que acabou chamando mais atenção do que o som inicial. O som era de uma garrafa sendo aberta. - O que ce tá fazendo seu imbecil?? - Eddie questionou entre os dentes, e Richie lhe piscou maroto antes de tirar uma garrafa de cerveja de dentro da mochila. As mãos de Eddie foram até a garrafa com pressa, mas Richie foi mais rápido em fugir. O barulho que suas cadeiras faziam naquele jogo de pega-garrafa foi o que chamou mais a atenção da biblioteca, Richie tentava segurar tanto a risada quanto a cerveja na boca. - Senhor Kaspbrak! - a voz denunciava a quantidade de cigarros fumados por dia, cerca de 20, porcentagem de erro de 5%. Eddie parou imediatamente a briga com Richie e voltou-se minimamente para a velha Alemã que lhe chamara. - Sim, senhora Wenderberg? - ele respondeu temeroso, e a velha loira apenas lhe fez um sinal abrangente de silêncio com um dedo sob os lábios. - ... sim, senhora Wenderberg. - ele se virou novamente para Bill, com Richie ao seu lado, que tomava um gole de bebida. - eu odeio você. - Richie abaixou a garrafa e levou a mão livre até a bochecha de Eddie. - Awhn Eds, obrigado por me proteger da Senhora Chucrute. - Eddie lhe deu um tapa na mão, resmungando algo inaudível. - Quem é Randy? - Bill questionou novamente, mais firme dessa vez, ignorando completamente a conversa dos dois que pulava entre "como você consegue beber na biblioteca", " é pra aguentar a pressão" "perguntei como não porquê", "estou no ângulo exato pra ela não ver duh" - Hey! - chamou novamente, e finalmente ganhou a atenção daquele par caótico de amigos. Ambos lhe encararam como duas crianças que foram pegas pintando a parede da sala de canetinha, mas mesmo assim, não tinham ideia do que deveriam estar respondendo. - Quem é, Randy? - Bill perguntou pela terceira vez, e uma luz se acendeu no rosto de Richie, como se tivesse ficado animado para contar. - Randy Charles Dickinson, auto-proclamado como presidente do grupo de teatro da Escola Publica de Derry, também conhecido como o "caça-macho". - Richie tomou uma pausa para tomar um gole de sua cerveja. Estava apoiado na mesa para se aproximar de Bill, com olhos semi-cerrados e voz de efeito dramático. - Sua fama vem desde o oitavo ano, quando ele perseguiu Lucas Nelton até quase enlouquece-lo e reza a lenda, agora estamos falando de boatos, que a exigência para ser deixado em paz, é um beijo. De língua. - Eddie riu baixo. - Você não acredita nisso né? - perguntou sério, e Richie voltou a se apoiar na cadeira. - Por que não acreditaria? Vejo ele perseguindo um cara diferente a cada dois meses. Sempre mais novos que ele, e todo afetado. - Richie pareceu perceber o olhar carrancudo na face de Bill, mas devia estar mais assustador do que o normal, já que não fez nenhum comentário sarcástico sobre. - Acho que só dizem isso dele porque ele gosta de meninos. - Eddie amaçou a ponta da página de seu livro com os dedos enquanto dizia, desviando os olhos. - Ele parece um cara legal. - Pergunta isso pro Stan quando ele chegar então. - Richie tomou mais um gole. - Porque ele já me disse que não aguenta mais o cara no pé dele. - Ah, aí já é outra história, você tem informações privilegiadas. - Eddie cruzou os braços, e Richie lhe encarou com superioridade. - Sou o melhor amigo do Stan, claro que tenho informações privilegiadas. - ele encarou Bill de canto de olho quando declarou aquilo, quase como se esperasse algum tipo de represália pelo título que proclamou, mas nada veio. - Stan disse que Randy tem tentado convencê-lo a ir no cinema fazem quase três semanas, e o cara é profissional, não estou dizendo isso só porque rima como "ele gosta de chupar um pau", - Eddie soltou um grunhido irritado. - ele sempre pega o Stan sozinho, e eles tem algumas aulas juntos. - Eddie apoiou-se na mesa com o cotovelo, encarando Richie quase entretido com as vozes e nuances que o garoto aplicava a sua história, mas jamais admitiria tal coisa. - E não podemos negar que nosso querido Stan, e Bill vai concordar comigo 100%, é um pitelzinho. - Eddie cobriu a boca para não rir, e Bill encarou Richie como se despertasse de um transe, ao ouvir seu nome. - Ele já recebeu uma caralhada de cartinhas de amor, até então, de meninas. Questão de tempo até o outro time ir pro ataque também. - Richie apoiou a garrafa de cerveja na mesa, e deu de ombros, balançando a cabeça com pesar. - ... é. - Bill resmungou fraco, abaixando os olhos, parecendo perdido em pensamentos privados, e Eddie deu um tapa sem misericórdia no ombro de Richie. - Beep Beep Richie! - Eddie clamou, falando entre os dentes, e apontando a um Bill cabisbaixo enquanto o fazia. Richie encarou o mesmo Bill cabisbaixo, e revirou os olhos. - Nossa sorte, - ele começou, sorrindo fraco a Eddie. - É que Stan não da bola pra essas coisas. Ele é bem reservado, mas eu tenho... algumas informações privilegiadas sobre o coração do filho do rabino. - sua voz foi quase ameaçadora, e Bill finalmente ergueu os olhos, parecendo intrigado. - E o coração do nosso passarinho judeu tem- A voz de Richie foi interrompida quando a atenção dos três foi chamada até a entrada da biblioteca, que foi aberta com certa violência. E de lá surgiu Stan. Um Stan que marchava com cara de assassinato, olhos quase fechados de irritação, segurando seus livros de cálculos com dedos firmes. Em seu encalço, um rapaz de pele bronzeada e sobrancelhas grossas, cabelos castanhos escuros curtos e bem estilizados com gel ou alguma pomada do tipo. - ah ele parece bravo. - Richie resmungou, enquanto todos os três entravam no mesmo modo de ação que era rotineiro quando Stan tinha aquela expressão no rosto. O modo de amor a vida que não iria provocar uma onça com vara curta. Richie geralmente tinha a vara mais curta de todas, mas mesmo assim, não era curta o suficiente. - bem bravo. - os três observaram Stan caminhar decidido até uma mesa do outro lado da biblioteca, e colocar seus livros na superfície em silêncio, mas com força e atitude o suficiente para que qualquer um que o conhecesse um pouco melhor soubesse que ele estava a ponto de explodir. - Acho que ele não viu a gente. - Eddie comentou baixo. E foi então que Randy sentou ao lado de Stan, parecendo falar algo animado. O grupo permaneceu encarando de longe por um tempo, enquanto Stan abria seu livro e colocava um dos cotovelos na mesa, usando de apoio para a cabeça. Bill notou como Stan mantinha os ombros tensos. A postura de Stan sempre foi impecável, mas ele sabia que havia algo de errado. Tinha que haver algo de errado. - Eu acho... - Eddie começou, cauteloso. - que ele está normal? - a afirmação morreu e deu lugar a uma pergunta, uma que fez Bill sentir um nó no estômago. Stan não poderia estar normal, ele não poderia. - Nem pensar. - Richie começou a desatar o nó em suas tripas. - O Stan é muito controlado pra mandar o cara se foder, mas dá pra ver de longe que ele quer. - T-tem certeza? - confirmou Bill, e Richie tomou um gole de sua cerveja. - 100%. - afirmou com a cabeça por ênfase. - como irritador oficial do Stan desde o jardim de infância posso dizer com a mais absoluta certeza que ele só não matou o cara ainda porque não quer se sujar. - riu fraco com aquela afirmação, e Bill encarou a mesa por alguns instantes. Tomando uma decisão. Puxou sua mochila do chão e arrancou sua jaqueta do time de baseball de lá, recebendo olhares mistos dos outros dois. - Bill, ta fazendo quarenta graus, - Eddie disse quase preocupado, Richie tinha um olhar interessado no rosto. - Vai fazer o que Big Bill? - Você tem c-certeza? - Bill questionou mais uma vez, falando com uma seriedade que geralmente não usava. Richie não respondeu de imediato. - Você tem c-certeza que ele tá desconfortável? - Richie rodou os olhos. - Tenho caralho, não finge que você não sabe também. - Richie colocou a mão livre na cintura, fazendo uma pose afetada, mas Bill sabia do que Richie falava. Falava sobre a sombra de pensamento que lhe sussurrava "ele não fica assim com você". Bill terminou de colocar a jaqueta, apesar do calor, e passou a mão pelo cabelo, arrumando-o levemente. Eddie e Richie lhe encaravam com atenção. - Ele empurra os punhos contra os postes e - uma pausa para respirar fundo. - ainda insiste que vê fantasmas. - respirou profundamente novamente. - ... Bill? - Eddie chamou, quando Bill afastou a cadeira para se levantar. - Me dá sua garrafa. - Bill pediu, estendendo a mão para Richie e ignorando levemente Eddie. Ele parecia nervoso de mais para dar explicações. - Mas tá na metade ainda, - Richie tentou contrapor, e Bill revirou os olhos. - Eu te dou outra depois. - ele falou estranhamento devagar, e Richie entregou a garrafa pra ele com olhos suspeitos. - ... já volto. - e com aquilo, seguiu caminho até a saída lateral da biblioteca, saindo sem mais explicações. Eddie e Richie se entreolharam em dúvidas, procurando respostas um no outro. - ele? - Richie começou, apontando para a saída que ficava às suas costas. - Ele foi embora? - Eddie completou, desviando os olhos para a porta, vendo-a fechada, e nem sinal de Bill voltar. Richie virou-se para a porta também, como se quisesse confirmar o que Eddie falava. - É, ele foi. Com a minha cerveja. - Foda-se sua cerveja, ele foi embora?? - Eddie deu um tapa pesado no ombro de Richie, que repentinamente se iluminou. - Você acha que ele foi buscar alguém pra fazer ciúmes no Stan?? - Ele sussurrou, e Eddie pareceu alarmado por um breve momento, antes de negar com a cabeça. - O Bill não faria isso, - disse categórico, desviando os olhos para a porta fechada novamente. - ... faria? - o silêncio na biblioteca foi o suficiente para estabelecer dúvidas na mente de Eddie, mas as sobrancelhas erguidas de Richie que recebeu como resposta lhe deixaram ainda mais inseguro. Isto é, até a porta principal da biblioteca ser aberta e de lá surgir um Bill, com peito estufado e cara fechada. Eddie e Richie lhe encararam em silêncio, e viram Bill passar direto pela mesa onde estavam, oferecendo uma piscadela mínima como resposta e um sorriso quase sacana, e se dirigindo até a mesa de Stan e Randy. - ... que Porra esse menino vai fazer...? - Eddie resmungou, e Richie voltou os olhos (que até então estavam nas costas de Bill) para Eddie, e balançou as sobrancelhas. - Marcar território. - Eddie lhe encarou quase assustado.