Alexia, ou melhor, Lexie Thompson, se acostumou com sua realidade de ser colocada em um pedestal, que quase toca os céus, por literalmente todos em sua volta. Mimada desde cedo, ela é uma daquelas meninas patricinhas e populares que normalmente seri...
I like when you get mad I guess I'm pretty glad that you're alone You said she's scared of me? I mean, I don't see what she sees But maybe it's 'cause I'm wearing your cologne
— bad guy, Billie Eilish
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Alexia Hollie Thompson
Era a terceira vez que eu saía do meu quarto em dois dias.
Não via meus amigos desde que vomitei em um lixeiro no andar de baixo. Por mais que eles tenham batido na minha porta, não falei uma palavra. Ignorei as inúmeras mensagens e silenciei todas as ligações.
Por mais que o baile de inverno não me animasse em nada, era minha última oportunidade de curtir.
— Querida? Você está bem? — meu pai perguntou e por alguns segundos eu até esqueci que ele não se importava — não te vi desde sua festa.
Não é como se você estivesse sempre aqui mesmo.
— Está tudo certo, só um pouco cansada — dei um beijo em sua bochecha e peguei a capa protetora do meu vestido na área de serviço.
— Er.. sobre sua mensagem... — eu congelei e foquei meu olhar no chão — você tem certeza?
Eu tenho?
Não sabia responder, eu tinha a enorme impressão de que estava mentindo pra mim mesma. Na realidade, não é o que eu queria, mas já está na hora de deixar o egoísmo de lado. Eu não tinha mais o direito de colocar minha felicidade como prioridade. Seria melhor para todos assim. Seria melhor para Dylan assim.
— Sim — respondi sem nem saber se ele havia escutado e quase corri para a casa de Luke.
Me arrumar foi tranquilo por lá, mesmo que a saudade me fizesse querer chorar. Minha realidade não era mais aquela, eu não podia simplesmente fingir que estava tudo certo morar na "segunda casa" de Dylan, aquele lugar que me trazia tantas memórias que eu poderia me afogar nelas.
E ainda bem, meu irmão não tocou no assunto do meu aniversário. Só conversas leves, meio que quebrando o gelo, mas sem ser constrangedor.
Mas no momento, por mais que eu amasse meu irmão, eu só queria sumir.
— Ataca meu vestido? — tirei o cabelo e Luke subiu o zipper, elogiando minha escolha de roupa e voltando a tentar amarrar sua gravata borboleta.
O baile de inverno era uma tradição no nosso colégio. Era a única chance que os californianos tinham de fingir que sabiam alguma coisa sobre a estação. Um evento de alta classe que marcava o início do período favorito da maior parte das pessoas, depois das férias de verão: o recesso de festas de fim de ano.
