Alexia, ou melhor, Lexie Thompson, se acostumou com sua realidade de ser colocada em um pedestal, que quase toca os céus, por literalmente todos em sua volta. Mimada desde cedo, ela é uma daquelas meninas patricinhas e populares que normalmente seri...
I still see you shadows in my room Can't take back the love that I gave you It's to the point where I love and I hate you And I cannot change you, so I must replace you
— Lucid Dreams, Juice WRLD
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Dylan Adam Griffin
Tive que aguentar a garota louca falando o caminho inteiro sobre como ela me amava e como Lexie não me merecia.
Ignorei todos os seus comentários e fiquei calado o tempo todo.
— Ai, droga — Kayce disse quando o carro parou no meio da rua — parou de pegar.
— Você está brincando, não é?! — abri a porta do carro com força e saí rápido demais, sentindo meu nariz congelar fora do aquecedor. Baguncei meus cabelos, frustrado com a situação que eu me coloquei.
— É a neve — Kayce explicou, saindo também e trancando a porta — vou ter que chamar ajuda.
Soltei alguns palavrões e esperei ela ligar para alguém.
— E então? — perguntei quando ela desligou o telefone.
— O carro vai ficar aqui por um tempo.
— Caralho — suspirei, sem acreditar em quão azarado eu era.
— Relaxa, não precisamos ficar aqui — ela disse começando a andar — pra sua sorte, estamos bem perto.
— De onde? — perguntei andando do lado de Kayce.
— Lembra que eu te falei que você ia se arrepender? — Revirei os olhos — acontece que eu amo estar certa.
— Impossível — sussurrei, sem querer acreditar em mais besteiras que Kayce falava.
Ela parou na frente de uma cafeteira que parecia aconchegante. Na faixada tinha apenas luzes de led e galhos subindo pelas paredes – provavelmente eram planetas no verão –, uma porta grande de madeira escura e uma janela enorme, mostrando o lugar por dentro. Era uma das poucas casas iluminadas da rua e eu assumi que fosse por conta do horário. Por esse motivo também, dava pra ver mais claramente todos os clientes do local.
E lá estava ela. Com o cabelo castanho liso perfeitamente arrumado, maquiagem intacta e... um casaco laranja, meu, que achei que tinha esquecido na casa da Kate. Sorri por ela estar usando ele, mesmo sabendo que ela congelaria aqui fora.
Eu via o sorriso de Lexie por trás do pequenos flocos de neve que caiam na rua e do vidro da janela. Ela estava em uma mesa redonda junto com seus amigos, pra minha sorte – ou azar – ela estava de frente para mim.
A imagem era como a de um filme: Lexie gargalhava com chantilly na ponta do nariz enquanto seus amigos brincavam com isso. Ela pegou um guardanapo e se limpou, ainda rindo.