Capítulo 1

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Copyright © 2019 by Priscila Gomes Bandeira escrevendo como Rissa Gomes.

Todos os direitos reservados. Esse livro, nem nenhuma porção dele pode ser reproduzida ou utilizada de qualquer maneira sem a permissão expressa do autor, exceto pelo uso de pequenas citações em uma resenha de livro.

Avisos:

Eu gostaria de pensar que essa é uma história que todo mundo pode ler, quero dizer, pode ser que tenham alguns palavrões aqui e ali, mas não vamos muito além disso. Deveria ser uma história segura para todos lerem. Se isso mudar, editarei esse aviso aqui e deixarei isso explícito em uma nota no início do capítulo.

Isso dito, essa é uma história que fala sobre o além, a vida após a morte e coisas desse tipo, então alguns aspectos de diversas religiões podem ser mencionados. Dito isso, deixa eu ser bem clara - eu criei minha própria versão do que acontece após a morte, pegando coisas de diversas religiões. Espero não ofender ninguém, e se eu fiz, sinto muito. Não foi minha intenção.

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Capítulo 1

Sua alma se sentou. Ela me encontrou. Esses tipos de alma sempre o fazem - as melhores. Aquelas que se erguem e dizem "Eu sei quem você é e eu estou pronta. Não que eu queira ir, é claro, mas eu irei." Essas almas são sempre leves porque mais delas foram apagadas. Mais delas já encontraram seu caminho para outros lugares.

(Markus Zusak, A menina que roubava livros, tradução livre.)

Hoje devia ser um dia de chuva.

Ok, então a verdade é que não tenho idéia de como começar isso. Ninguém te prepara para este momento da vida, então estou improvisando da melhor forma possível.

Veja bem, hoje deveria ser um dia chuvoso - embora eu não tenha certeza do porquê. Eu sempre gostei de dias chuvosos, aquelas pesadas nuvens cinzentas eram o tipo perfeito de cenário para se sentar e apreciar um bom livro.

Quando o sol estava brilhando demais, ler me dava dor de cabeça. Embora o calor nunca tenha sido insuportável - um dos lados positivos de viver em Riversong, no Canadá - ele ainda causava minhas infames enxaquecas.

Então, veja bem, nunca entendi verdadeiramente por que as pessoas odiavam tanto os dias de chuva, mas até aí eu nunca entendi as pessoas em geral. Às vezes eu me perguntava se havia algo em mim que estava quebrado, algo que tornava incrivelmente difícil funcionar com outras pessoas ao meu redor.

Isso não me importava mais.

Eu tinha meus livros, e nos livros, pelo menos, deve haver algum tipo de lógica. Algum tipo de alegria.

E o conforto de saber que, aconteça o que acontecer, haverá um final feliz esperando por você.

Ou não, se é isso que você gosta. Tudo bem também.

Senti meus dedos se flexionando, então abri e fechei as mãos algumas vezes, tentando relaxar. Acontecia de vez em quando, quando eu ficava longe dos livros por muito tempo - eu me encontrava com vontade de passar algum tempo com Sherlock, ou relaxar em Hogwarts com Harry ou brigar ao lado de Percy Jackson.

O que posso dizer, algumas pessoas são viciadas em chocolate, eu sou viciada em livros.

Mas ainda parecia um pouco... cruel. Do lado de fora da janela, eu podia ouvir risadas. As pessoas estavam conversando, brincando. O sol estava brilhando, o céu em um tom incomum de azul.

Tudo bem, se eu estivesse em casa, estaria dentro do meu quarto. Eu estaria sentada no meu confortável assento na janela, aquele que meu pai instalou para mim quando eu tinha seis anos e estava aprendendo a ler. Juro que metade da razão pela qual eu passava tanto tempo lendo era porque aquele assento na janela era muito confortável.

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