"Mas há um começo no fim, sabia? É verdade que você não pode recuperar o que tinha, mas pode trancá-lo atrás de você. Começar de novo."Alexandra Bracken, The Darkest Minds, tradução livre
Um ano depois.
Coloquei a lapiseira ao lado do caderno e me espreguissei.
Era engraçado como você podia ser imortal, mas ainda sentir dores por ficar sentado por muito tempo... Não que eu estivesse reclamando.Nunca fui muito de reclamar.
Fazia um ano que eu morrera e tudo tinha acontecido, e fico feliz em informar que as coisas estão muito melhores do que eu esperava.
Muito.
Quero dizer, eu tinha começado a treinar com Tanya depois da escola. Quando ela disse isso eu – inocentemente, devo acrescentar – imaginei que ela queria dizer que ia me explicar mais detalhes sobre a vida de Iniciada.
Mas não, ela realmente queria dizer treinar.
Então isso queria dizer que todos os dias – e isso inclui sábado e domingo, para meu eterno terror – eu tinha que acompanhar Tanya em uma série de exercícios que pareciam ter saído dos recantos dos meus pesadelos.
Tanya dizia que era praxe.
-Você quer vencer Izak algum dia, sim? Melhor começar melhorando esse condicionamento físico. Depois vamos nos matricular em alguma aula de defesa pessoal, eu tava pensando em karate ou krav maga, mas podemos ver isso mais pra frente.
Eu estava tentando evitar pensar nisso.
Numa frente mais positiva, Dash e eu começamos a namorar, para o desgosto completo de Jace. Ele realmente não gostava da ideia de nos ver juntos e eu odiava a ideia de vê-lo chateado...
Mas eu estava tentando aceitar os sentimentos dele e que eu não tinha culpa e ele estava tentando superá-los.
Mesmo com tudo o que mudei durante este ano, acho que eu sempre gostaria de agradar as outras pessoas... e eu aprendi a aceitar isso em mim. Não havia nada errado em querer fazer outras pessoas felizes, desde que eu não me sentisse infeliz por fazê-lo.
Obviamente, entender isso não facilita as coisas. Eu ainda luto quando preciso dizer não às pessoas, em particular às pessoas que amo, mas estava fazendo o meu melhor para enfrentá-las quando sentia que precisava e elas foram incríveis.
Ou elas tentavam ser.
Ingreth e eu começamos a sair mais. Ela havia decidido que, desde que eu tinha uma segunda chance na vida, eu precisava viver e ler livros aparentemente não era viver o suficiente para ela.
Eu decidi fazer a vontade dela nisso, e apenas comecei a ler mais à noite. Quero dizer, não é como se eu fosse morrer por dormir pouco, certo? Sem mencionar que eu gostava de ver Ingreth tão feliz e que era divertido tentar aprender a ser confiante como ela. Quero dizer, lembra como eu queria contar a história dela no começo? Eu acho que parte disso foi devido ao fato de que ela era tão corajosa e eu ... Bem, não era. Eu queria ser como ela quando crescesse.
Mas agora eu havia mudado de ideia. Eu queria poder contar minha própria história, me orgulhar dela. Ter orgulho de mim mesma.
Não gostei muito de ganhar um companheiro de quarto, mas o fato de geralmente ser Natalia, Luc ou Hugo fez as coisas serem um pouquinho melhor. Hugo em particular era meu favorito, mesmo no dia em que ele escondeu meu dever de matemática e eu demorei mais de uma hora para encontrá-lo.Pelo menos ele me fazia rir... (mesmo quando eu queria matá-lo).
Malach aparecia pelo menos uma vez por semana, comportando-se como um guia misterioso, soltando palavras de sabedoria e desaparecendo feito fumaça. Teria sido engraçado se eu não estivesse um pouco chateada com isso... E um pouco preocupada com esse comportamento estranho dele.
-Você está pronta para o cinema?Embora Dash interrompesse meus pensamentos, logo me vi sorrindo e correndo em sua direção com os braços bem abertos. Era mais fácil para mim demonstrar afeição por ele agora que estávamos juntos por um tempo.E se eu estava me acostumando, Dash parecia absorver meu carinho como uma planta seca absorve a água, seus sorrisos se tornando cada vez mais frequentes com o passar do tempo.
Acenamos em despedida para meus pais e Jace – que como sempre preferia fingir que nós não estávamos ali, então nos ignorou. Por pior que isso possa soar, Jace tem trabalhado bastante em nos aceitar enquanto casal, e hoje em dia ele até aceita sair conosco às vezes.
Talvez as coisas melhorem ainda mais quando ele conseguir uma namorada...
Enquanto andávamos de mãos dadas em direção ao cinema, olhei para o céu. Os tons de roxo, rosa e laranja tingiam o céu, tornando-o uma fascinante mistura de cores.
Era o ocaso, o final de um ciclo, o início de outro. Não pude deixar de apoiar minha cabeça no ombro de Dash, me focando em seu calor enquanto observava a dança das cores no céu.Dash deu um beijo em minha testa e suspirei. Tanta coisa mudou...
Alguém passou por nós em um ritmo acelerado, me empurrando com tanta força que, se não fosse por Dash, eu teria caído na rua.
-Você está bem?-Ele perguntou, olhando em volta preocupado, mas quem quer que tivesse me empurrado não estava mais por perto.
Sorrindo para ele, assenti e continuamos andando para comprar nossos ingressos para o filme. Foi só quando Dash estava comprando nossa pipoca que eu usei o tempo para enfiar a mão no bolso da calça jeans.
Um pequeno pedaço de papel amassado estava lá.
Com as mãos trêmulas, endireitei-o o melhor que pude, para ter certeza de que podia lê-lo.Malach está desaparecido por seis dias, o Exército Sagrado humildemente solicita sua ajuda para encontrá-lo.
Oh-ou. Eu tenho a sensação de que as coisas estão para ficar muito complicadas de novo...
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E FIM! YAY!
Então vamos lá. Por partes.
Primeiro, muito obrigada a todos que leram, comentaram e votaram. Obrigada, vocês me motivam a escrever!
Segundo, minha próxima história será A Névoa de Airyll. É uma história de Fantasia/Romance que acompanha a história de Nephelle, uma jovem que acorda muito ferida e sem memórias próximo a uma pequena vila. A única certeza que ela tinha? Que alguém a queria morta.
Adoraria vê-los por lá! :)
E é isso! Muito obrigada por terem acompanhado a história da Maisie.
Publicado originalmente: 15 de agosto de 2020
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Ocaso
ParanormalMaisie Pereira era uma garota normal só vivendo a sua vida normal e entediante. A única aventura que ela tinha era quando ela mergulhava nas páginas de um livro. Bem, isso é... até que ela morreu. Forçada a encarar a dura possibilidade de ter morrid...