Branca e Vermelha

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Baile de Gala - Parte 1


Manhã do baile


Perola acordou ouvindo risinhos da irmã e vozes das primas.

Dormia com a irmã no quarto delas ali no templo, finalmente sua casa full time, amava a família e embora entendesse os pais, estava feliz que tinham se mudado de vez para lá.

E aquele dia não era um dia comum, elas iriam para o Baile que o marido da prima Amora daria para ela e sua irmã. Iriam para a ilha do rei Ryven. Antigo rei dos vampiros.

Ela nunca o viu pessoalmente, mas todos só teciam elogios a ele e prima Amora o amava, muito, e isso para si era o suficiente.

Se sentou na cama esfregando os olhos e viu sua irmã rodopiar segurando um vestido branco lindo diante de si no espelho.

— É lindo, Amora! Lindo, lindo!

— Yixing vai usar branco e vermelho para combinar com vocês, por isso ele mandou fazer os vestidos assim, espero que gostem, achei muito gracioso e bem representativo com a alma de vocês duas.

— Vestido vermelho em mim? Papai deixou?

Perola gracejou olhando para a outra cama e vendo um elegante vestido sobre a superfície em uma mistura de épocas interessante. Todos sabiam que o ex rei se vestia classicamente e não tinha dúvidas que o baile seria naquele tom atemporal, mas embora seus pais soubessem que elas tinham dez e doze anos, mas para o mundo das bruxas suas almas eram mais velhas, digamos assim, ainda, principalmente seu pai mais velho, as vestia e agia como se fossem bem infantis. Xing não queria que elas crescessem e Perola entendia seu pai, ela o amava e o queria feliz. Por isso achava que um vestido juvenil, mas em transição para um modelo menos infantil poderia não o agradar.

— Eu mostrei a ele, vermelhinha do coração da Maçã! – Sua prima disse sorrindo e então veio para ela cutucando sua bochecha – E como o modelo cobre vocês quase dos pés a cabeça, ele não se opôs, ainda que tenha corselet.

— Ah isso vai ser tão legal!

Safira tinha os olhos radiantes e Perola acabou sorrindo com a empolgação da irmã. Praticamente aquele baile seria referente a um debut humano de quinze anos. E embora dois anos apenas a separassem da irmã menor, pareciam dez. Safira era a garotinha real dos seus pais, agindo quase como uma florzinha de estufa... Ela tinha a alma da sua mãe, de fato. E era excepcionalmente poderosa, embora todos da família a escondessem dos olhos alheios.

Contudo aquele baile ia mostrar sua irmã ao mundo noturno e até mesmo ela se preocupava com isso, por isso a semana toda foi dedicada a todo mundo aconselhar sua irmãzinha sobre não 'dar na cara'.

Perola sabia que até seus dez anos, seus poderes de bruxa estavam tão profundos que todos acreditavam que ela era humana e ainda agora, que o fogo se apresentou em sua essência, era tão efêmero que se quisesse podia se passar por humana completamente. A única coisa que lhe denunciava eram seus cabelos que ficaram rubros naturalmente.

Tia Mônica ficou tão feliz que não escondia nunca seus sorrisos de satisfação, mas claro que ela apenas achava engraçado aquilo. Afinal bruxas do fogo sempre foram raras, só perdiam para bruxas da água mesmo, e se o fogo se revelava nos fios, então era um sinal de que o poder aos dezesseis anos explodiria.

Perola não colocava tanta fé, afinal ela era filha da sua mãe e por ela ser a Gaia, isso poderia interferir na ordem comum das coisas, porém não destruiria a animação da sua tia. Ela vivia como o seu pai mais velho: Tranquilamente, sem maiores ambições, apenas sendo a filha que ele e seu outro pai Kai, tanto amavam.

O consorteOnde histórias criam vida. Descubra agora