Melissa.
É sério, ainda acho que todo mundo resolveu confundir “luxação” com “pé recém-amputado”. Estão todos me tratando como uma idosa incapacitada carente e com doença terminal (talvez a parte da carência seja verdade, mas isso não vem ao caso).
Quando pedi para ir ao colégio hoje, meu tio só olhou para minha cara e disse “Qual parte do ficar em repouso você ainda não entendeu?”, o que fez com que eu não fizesse nada mais útil do que passar o dia jogando “Temple Run” e quebrando meu próprio recorde várias vezes seguidas.
Mentira, eu terminei mais dois livros e passei o dia conversando com Peter por mensagens de texto enquanto organizava as fotos no meu celular.
Tinha fotos tão… constrangedoras ali, que apaguei a maioria sem pensar duas vezes. É como costumam dizer, o passado condena, e muito. E aliás, eu tinha certeza que no fim desse mês minha mãe provavelmente tentaria ceifar minha alma quando a conta de meu celular chegasse. Minha vida é tão legal, não é?
– HEY! - alguém gritou no meu ouvido enquanto eu estava completamente concentrada na tela do Nintendo DS que eu havia roubado do meu irmão quando vim para Londres, jogando Zombies X Plants (aliás, ele deu falta sim do DS, mas não há nada que ele possa fazer agora, há?).
Olhei para o lado e vi Julia e Duda, ambas sorrindo tanto que eu até podia ver uma semelhança entre elas e aqueles “sóis” super sorridentes que eu desenhava quando era criança.
– Ahn, oi?
– Que desânimo. Viemos visitar você, e é essa a sua reação? - diz Julia.
– Imagine, sair da escola, com sono e cansada, e a única coisa que você quer fazer é voltar para casa e dormir, mas aí como somos bondosas, viemos visitar nossa amiga acidentada. - disse Duda, completando o drama de novela mexicana de baixo orçamento.
– Acidentada é a…
– Olha a boca, menina. - diz Julia.
– Qual parte do “eu só torci o pé” ninguém entendeu ainda?! - eu digo, exasperada.
– Quer que a gente vá embora?
– Não, agora sentem aí e me contem o que aconteceu hoje. - respondi.
Elas fizeram o que eu mandei, Julia se sentando na cadeira que tinha na escrivaninha e Duda se sentando na minha cama (sentando não, praticamente deitando. Agora eu entendo o que Niall viu nela. Os dois são praticamente feitos um para o outro!).
– Vejamos… acho que nada.
– É verdade, nada de interessante. Tirando o fato de que o professor de inglês tropeçou em um skate e caiu de bunda no chão.
– Ah, e também teve a diretora gritando com a secretária do colégio. - comentou Duda.
– E não podemos esquecer de dizer que o namorado da Rebecca finalmente descobriu que ela o trai, o que resultou numa DR super emocionante de assistir.
– É verdade, foi muito engraçado.
Eles começaram a gritar um com o outro no pátio, e ele quase bateu nela. A diretora teve que levar os dois embora para que parassem de tumultuar.
– Rebecca gritava “Desculpa, eu errei!” enquanto ele chamava ela de vadia e perguntava com quantos ela já havia dormido desde que eles começaram a namorar.
Espera, deixe eu explicar melhor. Rebecca era uma garota que estava na nossa classe de francês, e que tina um namorado muito tapado. Acho que o nome dele era Michael, não tenho certeza. Mas a questão é que todos sabiam que ela traía ele com o colégio inteiro, todos menos ele. Confesso que eu torcia todos os dias para que ele descobrisse. Aí justo no dia que eu falto a aula, isso acontece. Sorte, cadê você, sua linda?
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One More Day (H.S)
Teen FictionSinopse: "Era estranho. Milhões de fãs venerando-os pelo mundo inteiro, e para mim eles continuavam sendo apenas Harry, Liam, Louis, Niall e Zayn, e não o One Direction. Garotas sonhando em conhecê-los, quando eu os via quase todos os dias. Era tão...