15|Party hard... ou não

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Melissa

- Ok, cala a boca, respira e me conta tudo de novo, dessa vez numa velocidade normal e possível de entender. – disse Duda.

- Como você ainda não entendeu?

- O que eu consegui entender foi algo sobre você conhecendo a família do Harry, não conseguir decidir o vestido que vai usar hoje à noite e que tem um zumbi com saia de balé tentando roubar sua paçoca. Não necessariamente nessa ordem.

- É basicamente isso. Tirando, é claro, a parte do zumbi querendo paçoca. Eu não acho que zumbis gostem de paçoca, é tão… farofenta.

- O que é “farofenta”? – perguntou Duda. Ela até havia sido alfabetizada em português, mas como já mora há vários anos aqui, o português dela está meio inutilizado. Tentei explicar o que era “farofenta”, mas só a estava confundindo mais ainda, então desisti. – Tudo bem, mas ainda não entendi o motivo de tanto nervosismo. É só a mãe, o padrasto e a irmã dele. Não é como se você fosse ser obrigada a nadar num rio cheio de piranhas ou coisa do tipo.

- Eu sei, mas e se eles não gostarem de mim? Quer dizer, eu sou tão… eu.

Talvez eu estivesse exagerando um pouco, mas sim, eu estava muito nervosa. Ou, como disse a Julia, ainda não haviam inventado uma palavra para definir o estado em que eu estava.

- Claro, porque isso faz muito sentido.

- Não esquece que você quase me deixou louca há alguns meses quando o Niall resolveu te levar para Mullingar com ele.

- Eu estava nervosa, e estava com medo de tudo o que tivesse para comer lá fossem batatas.

- Mas você gosta de batatas.

- Eu sei, mas não o tempo todo. Mas uma vez, a vaca da minha tia comeu uma batata podre e teve intoxicação alimentar. Ou foi a minha avó? Não tenho certeza.

Revirei os olhos.

- Ainda não sei por que eu insisto em te ligar para pedir conselhos, você sempre acaba desviando o assunto para comida ou alguma história de família do interior.

- Falando nisso, até hoje você não me deixou terminar de contar a história do cachorro e da manga.

- Se for na mesma linha que a história do padre e do ursinho de pelúcia eu prefiro que você nem termine.

- Ok, agora você me magoou. – ela disse. – Ai!

- O que foi? – perguntei.

- Deixei o celular cair na minha cara. Doeu.

- Ninguém mandou rir de mim da última vez que isso aconteceu. Foi bem merecido. – eu disse.

- Tudo bem, você venceu. Me ajuda a decidir que vestido eu uso hoje a noite?

- Quais as opções?

Ela tentou me descrever os vestidos, mas Duda era péssima em qualquer tipo de descrição, então eu pedi que ela me enviasse uma foto. No mês passado, os pais dela finalmente a deixaram ter um iPhone, mas ela precisou provar que era responsável o suficiente antes, o que incluiu aquela experiência de ficar com um ovo e ter que tomar conta dele por duas semanas como se fosse um filho (ela falhou na primeira vez, deixou que o irmão dela sentasse em cima do ovo).

Depois de toda uma discussão e indecisões da Duda, ela acabou decidindo por um vestido que nem era uma das opções. Em dias normais ela já é indecisa, mas hoje estava pior, pois mais tarde iríamos na festa de aniversário do Niall e ela disse algumas coisas sobre receber atenção dele e também algo a ver com o presente de aniversário dele, e então eu disse que era informação demais e desliguei o celular com a desculpa que também precisava decidir o que ia vestir mais tarde.

One More Day (H.S)Onde histórias criam vida. Descubra agora