13|Minha sentença de morte

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Melissa.

Eu estava à beira de um ataque nervoso enquanto era obrigada a apresentar minha mãe para o Harry.

Por sorte, Harry pensou rápido. Ele sorriu e estendeu a mão. Era o tipo de sorriso que ele usava comigo sempre que brigávamos, antes de começarmos a namorar. Ou seja: estou-sorrindo-para-amolecer-seu-coração-e-te-fazer-me-amar.

Eu só esperava que tivesse o mesmo efeito que teve em mim, tivesse na minha mãe.

- Prazer, senhora. Finalmente nos conhecemos.

Minha mãe piscou algumas vezes, como se não fosse aquilo que ela esperava. Em seguida, ela sorriu e apertou a mão de Harry.

- Igualmente, querido. Você parece ser um rapaz muito bom, fico feliz que a Melissa esteja namorando você.

Ponto! Ele conseguiu, minha mãe tinha caído na dele.

- Então senhora, posso perguntar o que fez a senhora vir do Brasil até aqui de surpresa?

- Foi tudo meio de última hora. Eu consegui uma folga no trabalho e decidi vir para cá. Eu estava com saudades da minha irmã e da minha sobrinha, e é claro que da Melissa. Mas infelizmente o pai dela está muito ocupado e não conseguiu vir.

Claro, de última hora.

- Bem, vou deixar vocês em paz agora... Ah, querida, seus amigos estão lá embaixo esperando vocês.

- Certo, mãe. Obrigada. - respondi.

Ela direcionou um último sorriso para nós e saiu do quarto.

- Desculpe por isso. - pedi.

- O que aconteceu com ela?! Não se parece em nada com a imagem que eu tinha da sua mãe.

- Também não se parece em nada com a mulher que me criou por 16 anos. Mas não vou reclamar. Acho que foi o seu sorriso, ele seduz todo mundo.

- Ou talvez seja apenas de família. Sabe, primeiro você, depois a sua mãe...

- Há, engraçadinho. Vem, vamos descer antes que minha mãe perceba que acabou de me deixar no quarto sozinha com você.

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- Liam! - eu exclamei, assim que o vi na sala junto com os outros meninos, meus tios e Lux. Larguei a mão de Harry e fui abraçá-lo - Feliz aniversário atrasado! Me desculpe não ter lembrado no dia... sinceramente, eu esqueci.

- Tudo bem. Acho que sou capaz de perdoar você e sua memória extremamente ruim. - Ele me abraçou também, e bagunçou meu cabelo.

Eu sei que eu tenho uma memória pior que a da Dory, de "Procurando Nemo", mas também não precisava jogar na cara, poxa.

- Ei, vocês dois. - Louis começou, e eu tive certeza que coisa boa não ia ser. - Demoraram tanto lá em cima... já foram tirar o atraso?

Minha primeira reação foi olhar para a cozinha, onde eu sabia que minha mãe estava.

- Ahn... na verdade, eu conheci a mãe da Mel. - Harry disse, baixinho.

- A mãe da Mel está aqui? - Louis gritou.

- Sim, na cozinha. Agora cale a boca, por favor, antes que eu te dê um sedativo e te tranque no armário!

Ele começou a rir, mas parou assim que percebeu que eu estava falando sério.

Havia quase 100% de chances de minha mãe ter ouvido o que eu disse. Ela tem uma audição excelente, ao contrário do meu pai, ou até de mim.

Meu pai sempre teve uma audição péssima, apesar de ouvir muito bem minhas conversas com minhas amigas quando eu estava no telefone com elas, ou quando estávamos cochichando para que ninguém em casa ouvisse. Pensando bem, acho que a audição ruim dele só valia para quando eu ou meu irmão pedíamos dinheiro ou qualquer outra coisa para ele. Nesses momentos, ele era cego, surdo e mudo e se brincar, até aleijado. Já eu tinha a sensação de estar ficando surda aos poucos, acho que devia começar a ouvir música num volume mais baixo.

One More Day (H.S)Onde histórias criam vida. Descubra agora