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Existe um muro de vidro
Um grande muro entre nossos lábios
Impedindo nossos beijos
E matando nossos sonhos e desejos
Ao me ver nesse espelho
A nua imagem sem reflexo
O olhar miúdo e complexo
Disforme e sem nexo
Então uma lágrima solitária
Desce em minha face ligeira
Despretensiosa sorrateira
Meu coração tolo se angustia
E os lábios sem teus beijos tremem
Ao ver a lágrima morrer na terra fria
Coleciona as lágrimas o beija-flor da primavera.

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