| Capítulo 8 |

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Risadas altas, cheiro forte, toques no meu braço

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Risadas altas, cheiro forte, toques no meu braço.

Olho em volta e reparo na multidão se pegando, bebendo ou usando drogas. As mesmas músicas de sempre, outra casa de playboy.

Eu percebo tudo à minha volta, mas é como se não estivesse aqui. Na verdade, eu nem sei por que vim nessa merda de novo.

Tenho uma necessidade absurda de apenas preencher os dias com o maior número de atividades possível, mesmo que sejam coisas tão antagônicas, como literatura e festas de gosto duvidoso.

Só tento sobreviver, sem fazer muito esforço.

— Fabrício! — Sigo o som das palavras e vejo Miguel cambaleando na minha direção. Já está bêbado mais uma vez. — Tudo bem, cara? Você tá mais caladão que de costume.

Apenas aceno com a cabeça, sem paciência nem vontade de me dar ao trabalho de responder.

Mexo o copo de vodka na mão e viro com tudo, deixando algo além da raiva descer pela minha garganta. Ver os desenhos do Diogo me deixaram ainda pior, com a fúria na superfície.

Nunca soube controlar isso.

Fiz terapia por quase 5 anos, dos 12 aos 16, e não adiantou porra nenhuma. Meu ódio não diminuiu, as lembranças não se foram. Pelo contrário, parece que cada vez elas vêm mais fortes, mais intensas, com a missão de me nocautear.

Lembro como se fosse hoje do olhar da primeira psicóloga que tive, pouco tempo depois do caos se instaurar na minha vida. Ela pensou que poderia me ajudar...

A luz do sol refletida na janela está deixando a iluminação da sala pequena ainda mais viva

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A luz do sol refletida na janela está deixando a iluminação da sala pequena ainda mais viva. Olho para a mulher parada à minha frente e encolho-me na poltrona macia que ela pediu que eu sentasse. Aperto meus dedos tão forte que chega a doer. Seu olhar é doce, mas eu não queria estar aqui.

Só queria voltar para minha cama e ficar lá deitado, no escuro, tentando esquecer tudo que aconteceu. A escuridão me deixa mais calmo que essa claridade toda.

Uma lágrima escorre pelo meu rosto e apresso-me a secar antes que ela perceba. Acho que não funciona, porque a mulher balança a cabeça discretamente e anota algo no seu caderno.

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