NAORI VI - A CORRENTE

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"Agora só faltam estes liber aqui..."

"Tu não precisas pô-los um a um, é só pedir que eles irão aos respectivos lugares"

"E se eu quiser mudar suas ordens? Será algo que não farão se eu pedir"

Naori abriu os olhos num lugar inteiramente branco. Apenas uma mesa, cadeiras e uma estante com livros eram marrons da cor do mogno. O homem alto se abaixava para observar a mulher brilhante pondo uma pilha de outros livros no móvel; ela sorria fascinada quando a ponta do seu dedo reluzia e eles flutuavam até os lugares.

"Tua hóspede acordou."

Virou-se imediatamente e encarou Naori com aqueles olhos verdes enormes. "Olá, querida! Que bom que acordou", disse. "Como te sentes?"

"Tonta", a garota respondeu.

"Provavelmente a causa é a magia. Estás num ambiente onde supostamente humanos não são permitidos", o homem branco esclareceu.

"Sim, mas podemos fazer uma exceção, não é mesmo, meu amado?", a mulher brilhante deu um sorriso que Naori sentiu ser falso. Seu companheiro arregalou os olhos e depois os relaxou. Havia algo nele de estranho que a garota não sabia dizer o que era.

"Como quiser, Frelyl", foi tudo o que ele disse.

Frelyl... Não era a primeira vez que ouvia tal nome. Laka contara uma vez que trabalhava para um Diabla do Sul, seria esse seu nome? E quem seria o homem branco?

"Obrigada, amado", Frelyl voltou sua atenção novamente para Naori. "Agora que temos a aprovação de Orish, podemos receber-te aqui", ela sorriu.

"Obrigada... Mas... Por que estou aqui? Por que queres me ajudar se não estou em perigo?", a garota replicou.

"Ora, menina! Se caíste no buraco, é porque estavas em apuros. Perigo de morte. E veja", a mulher beijou sua testa como Laka fizera, "tens a marca de gratidão um de meus subordinados aqui. A Demonica da Floresta Azul, é? Como ela está?"

"Está bem. Teve um filho recentemente, cujo nome é Bola de P... Lakahan"

"Um filho... Coitada, tão jovem... Enfim, podes residir aqui pelo tempo que precisares. Haveremos de prover tudo a ti, nossa hóspede"

Naori achou tudo aquilo muito estranho, porém seu instinto disse que seria melhor não contestar. Não tivera, até então, experiências ruins com Demonicas e Diablas, e Laka falara tanto de Frelyl que era como se a conhecesse por muito tempo.

"Obrigada, senhora", respondeu.

"Não precisamos de tantas formalidades. Chame-me sempre de Frelyl, e apenas assim."

"Sendo assim, obrigada, Frelyl", a garota sorriu.

"Sem mais delongas, Zula levar-te-á a teus aposentos. Precisas descansar despois deste susto", Naori sentiu algo pressionando seus braços que a levou flutuando para cima, e transpassou o teto que deveria estar acima dela. No lado de fora havia um céu azul brilhante como uma joia; uma torre alva colossal erguia-se do solo, com enormes pedras roxas girando ao seu redor. Perto delas, havia outras menores que pareciam fazer a conexão entre uma e outra, quase como uma ponte. A origem da força tornou-se cada vez mais aparente e um garotinho de cabelos e pele azul claros surgiu ao seu lado enquanto subiam, até que transpassaram uma das pedras maiores e Naori se viu em um novo recinto.

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