Culpa

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Eu não tenho escrito nada desde que você partiu. Meu coração, qual era cheio de amor e palavras afetivas, hoje não passa de um grande buraco negro dentro de mim.

Ele suga minha criatividade e felicidade. Tudo está sombrio. Tudo está cinzento. Nublado.

Ah, como eu queria que você estivesse aqui agora, com aquele sorriso iluminado. Tudo faria sentido novamente se você ainda estivesse aqui comigo.

Lembra-se da primeira vez que nos vimos? Você esbarrou em mim sem querer e acabou sujando-se com uma casquinha de sorvete que levava na mão. Foi engraçado te ver nervosa, dizendo que tinha que ir para uma reunião, que não podia chegar assim. E mesmo em meio a todo seu desespero, você fechou os olhos, respirou fundo, e sorriu.

E naquele instante que percebi que queria aquele sorriso todas as manhãs.

Oh, meu amor. Ainda não consigo me acostumar com sua ausência.

Eu fui um tolo, eu sei. Deixei minha felicidade escapar entre os dedos. Agora estou perdido nesse meu mar de culpa.

E nada do que eu escrevi agora você lerá, pois será apagado da história, assim como você fez comigo na sua vida.

- Débora Santos

Destroços do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora