Jogo

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Que caralho está acontecendo comigo? Minhas mãos estão a tremer, meu coração está na garganta e minha mente está desorientada! Porra, o que você fez? Foi só você sair pela velha porta de madeira dessa lanchonete pra eu sentir como se estivesse prestes a ter um ataque cardíaco! Mano, sério, tinha algum tipo de droga na bebida que pediu para mim ou você colocou no meu sanduiche? Ah, não me venha dizer que foi por causa daquela dúzia de palavras arremessadas em meu colo, claro que não. Com certeza isso não são efeitos de um coração partido, pois já partiram o meu e eu sei como isso funciona. Além do mais, de quê importa? Não tinha como você me ferir, eu consigo proteger-me de qualquer dor sentimental. (Aprendi a fazer isso depois de ter tantas perdas na minha vida). Merda, cara, que porcaria você fez comigo? Eu não te amo, sei que não. Não tem como você me massacrar com essa droga de partida. Estávamos em um jogo, lembra? Havia regras, desafios e recompensas. Nada passava de uma brincadeira idiota! Idiota! O que fizeste? Que tática é essa que você usou? Qual ponto fraco de meu jogador você atacou com força total? Pois sinto que vou vomitar tudo que tem em mim em menos de dois minutos. Caralho! Que droga! Como eu não vi antes? Tem tempos que você me envenena com teus beijos, teu jeito, tuas manias, e só agora que eu percebi. Porém é tarde. Você chegou ao final da partida, fazendo xeque-mate, acabando com meu rei. E comigo.

- Débora Santos

Destroços do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora