[parte 2; capítulo 5]

214 12 16
                                    


Ele corria.



Por algum motivo, lágrimas caiam loucamente com o vento
Que batia na face do garotinho que estava prestes a ter sua vida retirada bruscamente dele.

Ele encontra a mãe, já acordada sob a luz do sol que cada vez ficava mais ofuscante na colheita
Ele tenta falar tudo que consegue, tudo que processa, tudo que queria falar ou o que não deveria

A mãe o segura pelos ombros e o olha pelos olhos

Aquele momento foi algo mágico: ele havia simplesmente se acalmado, enquanto as lágrimas escorriam

Ela passa a sua mão fria sobre a testa e a arrasta até a bochecha do garoto, tirando um pouco das lágrimas e o acariciando

Ela da um pequeno sorriso, e ele a abraça


Ela fala coisas incompreensíveis, coisas confusas, ou que pelo menos agora não me recordo.

O garoto se acalma, mas não confiou nela.

Mesmo que ela provavelmente tenha falado para ele se acalmar, ou alguma desculpa materna que qualquer um estaria satisfeito



Ele não acreditou nela.




A mulher de cabelos negros se afasta um pouco do garoto e se dirige para a esquerda, indo em algum lugar longe, provavelmente avisar alguém.

Ele a perde de vista, e suspira

Ele tenta ofuscar essa imagem de sua mente, caminhando com seus pés descalços sobre a grama menos úmida que antes

As imagens eram contorcidas, chamas ardentes que tomavam e apagavam o sentido da frase
"ele está bem, confie em mim".

Ele caminhava sem prestar muito atenção sobre o caminho, até que se depara com garotos de meia idade olhando para ele, sorrindo

-o que o futuro chefe anda por aqui?

Um menino se atreve a falar.
Eles sabiam que ele detestava ser chamado assim, e que nunca havia pedido para ser filho do falecido chefe do local.
Mesmo não querendo, os índios mantinham um respeito entre si que afligia os menininhos que achavam que davam conta de cuidar do próprio narizinho arrebitado.

Ele o encara por um segundo e responde, sem muita convicção

- ele já está de saída.

- indo ver o namoradinho?

Ele encara o outro garoto, e sorri, com uma certa vontade de arrancar a cabeça dele para fora

(Parece eu ahem-)

- não é da sua conta, falando nisso, ele não é meu namorado.

-uhum... Sei.

A conversa que não ia terminar bem foi interrompida por pensamentos mais ardentes. Pensamentos que me forcei a esquecer e nunca consegui.


Pensamento que fizeram meu nome ser

Brasil.

----

*EU TENDO QUE APRENDER O SOTAQUE PORTUGUÊS PRA ESCREVER OS PRÓXIMOS EPISÓDIO*

Tá curtinho esse episódio, mas ficou top até :)

Dêem idéias por favor rsrsrs

Ah!!! Cuidado, vai ter sangue em alguns episódios e vai ser meio pesado sobre essa coisa de escravização, eu vou tentar deixar suave RS

Flw, até o próximo episódio >;D

Um garoto chamado Vera CruzOnde histórias criam vida. Descubra agora