Ele corria; olhando para o caminho que percorria com atenção
Seu pai estaria doente, sem poder realizar seu trabalho. E como um filho prestativo que era; ele decidiu tomar seu lugar até que a saúde do português voltasse ao comum.
Ele pararia por alguns instantes, andando lentamente sobre a terra e a grama úmida.
Ele suspira a brisa da manhã e esfrega os olhos; encarando o endereço da carta por certo instante. Logo olha para a casa em um certo tom alabastrino misturado com uma espécie de anil
Ele bate na porta; cansado por um segundo sobre ter de ir a mesma casa dois dias seguidos, porém não poderia simplesmente jogar a encomenda do espanhol pelo rio.
..ou poderia?
A porta marrom, acionada, aberta. ele nem estaria prestando atenção naquele momento.
O ritmo agonizante das entregas pareciam ser iguais. Constante. E imaginou por milésimos como o pai deveria viver daquilo. Sua cabeça estaria longe, quando finalmente nota a porta aberta. Ele olha para o garoto ligeiramente menor que ele, erguendo uma das sobrancelhas
-....você não é o senhor Espanha.
ele solta a frase; analisando o garoto na sua frente de face parcialmente avermelhada, o que em sua caneça não fazia sentido algum
"O que tem nessa encomenda para tanto incômodo e timidez, afinal?"
Ele se mantém em silêncio, olhando por alguns minutos para o menino; reconhecendo-o?
- ..você..é o c-carteiro né?..
O garoto que atendeu a porta diz; quebrando o silêncio enquanto sua face estaria extremamente avermelhada
- sim.
Ele responde, de uma maneira não intencionalmente fria; enquanto analisava-o
- onde esta o senhor Espanha?
- papa esta- uh- no jardim.
O provavelmente filho do espanhol responde, visivelmente nervoso.
- ah. Se é assim, virei em um horário menos incômodo.
O pequeno carteiro coloca os pequenos dedos sobre a extremidade do papel que segurava em mãos; rasgando-o onde o espanhol deveria assinar. Delicadamente, forma uma perfeita linha entre o papel que agora estaria multiplicado; coloca a parte da assinatura sobre a pequena caixa; virando-se para sair
- n-no!
O filho do espanhol grita; erguendo a mão para frente. O pequeno carteiro se vira novamente para o menino; encarando-o com uma face confusa; fazendo o garoto que atendeu a porta erguer os ombros nervoso, parecia que tremia, e logo encara o chão; formando uma frase- uma melodia envergonhada:
- ..quando poderei te ver novamente?
O pequeno carteiro ergue as sobrancelhas; desajeitado; com o sentimento de embaraço na flor da pele. Era ele que estaria com a face avermelhada agora.
- q-q-quiero- ahem- quero dizer- s-se voce quiser é claro!
O filho do espanhol diz; sorrindo em uma expressão nervosa
-...eu...vou a missa todos os sábados...
O pequeno carteiro diz; sem saber em outra resposta. O filho do espanhol sorri; em uma ação envergonhada
- então.. te vejo lá?..
-ah. Claro.
O pequeno carteiro diz; virando o corpo para o caminho que deveria prossegui, porém a cabeça virada para o novo amigo que teria feito da maneira mais inesperada que o mesmo poderia imaginar. Ele da um leve sorriso sincero; saindo andando
- nossa Argentina, que recepção mais calorosa, huh?
A boliviana diz; provocando o irmão mais velho; enquanto o chileno começa a rir alto juntamente com uruguai
- missa?? Você nem vai a missa!
O uruguaio diz; fazendo todos rirem ainda mais; menos o argentino, que continuaria com sua face corada enquanto fechava a porta impaciente
- eu tenho 9 anos caramba
O argentino diz; fechando a porta por completo e segurando a encomenda em mãos; ignorando os irmãos
- e quando vai ser a lua de mel?
- eca! Espero não estar lá pra ver os dois se beijando
Todos; sem mencionar o Argentino; riram alto
[Pobrezinhos, nem sabem o que acontece em uma lua de mel de verdade.]
O argentino facilmente fica irritado; encarando os irmãos com um olhar quase macabro
- papa nos avisou sobre o pai dele. Ele é barra pesada, um monstro!
-e você se apaixonou pelo filho do monstro? Só falta o seu broto virar um monstro e com o poder do amor, o feitiço é quebrado!
O chileno diz, fazendo todos os irmãos rirem alto do tal clichê. O argentino faz um "não" com a cabeça enquanto ria; honestamente com uma grande vontade de enforcar cada irmão um por um.
- e o que o pai dele fez pra ser um monstro afinal?
A boliviana disse; com o aspecto curioso e infantil
- mama é dramática; ele só deve ter matado uma mosca.
- ..ou talvez seria só raiva de ele ter trocado mama pela religiosidade, cabeção???
O uruguaio diz; rebatendo a resposta do chileno enquanto revirava os olhos
- homofóbia?
- se diz "homofobia"; e sim, provavelmente.
O argentino responde o pequeno paraguaio que descia as escadas enquanto olhava o grupo de irmãos conversando sobre algo altamente aleatório. [e diferenciado—ok vou parar de quebrar a quarta parede.]
- isso ainda existe?
- se não existisse, seria que nem uma doença curada!
- mas sem doenças não teríamos médicos—
- nem motivo pra faltar a escola...
O paraguaio interrompe o pensamento filosófico do argentino e da boliviana, fazendo todos os irmãos rirem alto, encerrando a conversa, enquanto o argentino dava um leve sorriso, observando a porta por uma última vez no dia
•fim do capítulo dez~•°
Demorei neh? KKKSNXJSNXJ
EH q eu queria fazer um desenho pra esse ep soq eu fiquei com preguiça 😳👌
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Um garoto chamado Vera Cruz
Acción"Quantas vidas possíveis já descansam Nesta bem pobre e diminuta morte, Quantas vidas possíveis que outra sorte Daria ao esquecimento ou à lembrança! Quando eu morrer, morrerá um passado; Com esta flor, morreu só um futuro Nas águas que o igno...