seus olhos eram claros, calmos, e ao mesmo tempo surpresos. por alguns instantes esqueci onde estava, apenas por olhar para aquela cor vivida; um verde claro. era de tirar o ar, simplesmente pelo choque de realidade. parecia puro, mesmo que o olhar estivesse aterrorizado
"aterrorizado?"
o argentino questiona o próprio pensamento; finalmente percebendo que estariam na igreja novamente.
ele logo olha para frente novamente, o rosto levemente corado, depois de alguns segundos olhando para o garoto de olhos verdes novamente; que receberia um beliscão por não estar prestando atenção na missa; o que faz o mesmo reclamar baixo de dor, encarando o pai com certa raiva: Portugal.
o argentino certa os olhos, encarando as costas de Portugal. ele era de estatura média; a massa física nem tão fraca como o argentino sequer teria imaginado pelas histórias da mãe. ele teria algumas marcas no pescoço, cicatrizes. o argentino suspira e olha para o pai, que estaria encarando Portugal; que nem sequer sabia da existência do italiano e o argentino; provavelmente não sabia da existência de ninguém naquele local simplesmente pelo argentino confiar tanto na mãe a ponto de imaginar Portugal sendo um pai narcisista.
o tempo passa, felizmente, e o tumulto de pessoas na igreja era resumido entre uma fila de pessoas querendo comer um pedaço de pão que não alimenta nem uma formiga e pessoas saindo da igreja e conversando entre si.
o argentino, obviamente, sai do local e suspira; sentando-se nas escadas que dariam acesso a um salão principal onde teria uma espécie de janta apenas para quem participou da missa; já que era obrigatório o dízimo mínimo, uma quantia considerável de dinheiro.
ele suspira novamente, observando as pessoas daquele local. e então vê novamente o garoto, porém ele estaria isolado em um canto, de costas para o argentino
e então ele se vira, e uma troca de olhares ocorre novamente.
(desenho de minha autoria palhasso 👺🔪 @paperface_br no insta )
ele logo se vira na direção do Argentino; e o sorriso que o argentino esboçaria se dissipa em um olhar preocupado:
o menino vestiria uma espécie de tapa olho sobre o olho direito, escondendo um ematoma não tão coberto assim; que corta o coração do Argentino por leves instantes. ele não tinha aquilo na primeira vez que se viram.
"...a culpa é minha?..."
foi a única coisa que apareceu na mente do Argentino levemente pálido de cabelos loiros; franzindo as sobrancelhas em preocupação
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Um garoto chamado Vera Cruz
Ação"Quantas vidas possíveis já descansam Nesta bem pobre e diminuta morte, Quantas vidas possíveis que outra sorte Daria ao esquecimento ou à lembrança! Quando eu morrer, morrerá um passado; Com esta flor, morreu só um futuro Nas águas que o igno...