Jaded -Love In Jungkook;;🐾

Prólogo

Jimin respirou fundo, a arma presa por sobre as mãos em seu peito, o tórax inchando com a inalação, a mente focada ao que teria que fazer agora.

Estava fora de cogitação fugir agora. Já fazia parte da força tarefa a anos, era bem treinado e estava preparado para tudo, e não se deixaria temer aquela situação. Ele era um homem forte e destemido que não sentia medo nunca, não seria agora que isso mudaria. Então sim, ele sairia por aquele esconderijo improvisado e mataria cada um daqueles idiotas. Sabia que se matasse, ele nunca se perdoaria, mas ficaria com um peso ainda maior por não ter feito nada.

Ele respirou fundo uma última vez antes de sair por detrás da viga de concreto, entrando na mira dos atiradores por detrás da barricada, e atirando em cada um como fora ensinado a fazer e treinado a sua vida toda. Um tiro foi posto na sua perna e outro acertou seu colete à prova de balas, mas isso só fez um sorriso surgir em seus finos lábios rosados.

Puxando o gatilho mais algumas vezes, todos os soldados caíram mortos por detrás de seu escudo improvisado. O silêncio reinou no ambiente por minutos antes que as botas estilo militar batessem contra o chão, chamando sua atenção. Ele prontamente se preparou para ouvir o maior sermão que pensava ter que ouvir na sua vida.

Travis, o líder da força tarefa, estava ofegante e suando quando chegou a sua frente. A testa logo se enrugou enquanto passava os olhos pelo local, vendo o estrago que o filho mais novo havia feito ali. Jimin inconscientemente crispou os lábios e esperou pelo sermão.

Seu pai fechou os olhos fortemente e soltou um gemido antes de correr para si e o pegar nos braços, o apertando contra si, em seu corpo grande e forte devido aos treinamentos com os espécies. Jimin se sentiu esmagar contra o abraço de urso do pai, o peito dele batendo acelerado contra a caixa torácica contra seus ouvidos. Por um momento, ele se culpou pelo ato impensado dele.

Travis o puxou de seu corpo e os colocou a altura dos olhos. Ele pode ver que ele possuía o rosto retorcido em divina preocupação.

-O que eu fiz, Jimin? Por que faz isso com seu velho? Porque?! Por favor, uma vez na vida, pare de me preocupar.

Jimin se calou perante as palavras de seu pai. Ele sentia os olhares de todos os presentes naquela missão, mas não se importou. Seu pai estava ali, desesperado, e a culpa era dele.

-Sinto muito, papai. Mas seus homens não me ouvem, e eu tinha que fazer algo quanto ao que eu sabia. Eu trabalho na força tarefa como seu subordinado. Já deveria estar acostumado.

Travis praguejou alto antes de o soltar e caminhar a passos fortes e pesados para a saída, batendo as botas pretas militares contra o piso, em um jeito de tentar se acalmar.

Jimin abaixou a cabeça, a culpa o preenchendo novamente. Ele olhou para onde o pai havia saído segundos antes e suspirou, sabendo que receberia algo em troca de sua merda. Podia não ter mais idade para receber castigo, mas o ruim de seu pai ser o chefe era isso: ele poderia o dar castigo por algo que fizesse no trabalho.

Jimin olhou cada rosto ali presente, a sobrancelha arqueada.

-O que estão esperando? A missão acabou. Vamos!

Jimin seguiu os passos do pai para fora e entrou na SUV da equipe. Ele sabia que o pai estava uma fera agora, e que seus colegas de equipe estavam putos com ele por ter irritado Travis, mas ele estava tão foda-se para eles que poderia muito bem manda-los para a casa do caralho naquele segundo.

E quando o último soldado entrou na SUV, após o fim da missão, o carro entrou em um verdadeiro e sinistro silêncio, fazendo o único garoto ger ali se encolher em seu assento, temendo dizer algo ao pai e receber palavras que sabia que o destruiriam mais do que já se encontrava.

Segundos depois, porém, a dor em sua perna pelo tiro levado ficou insuportável ao ponto de não ligar para o que quer que fosse, o obrigando a se inclinar no assento e falar para o pai, que olhava a estrada concentrado enquanto esmagava o volante nas mãos.

-Hm, papai, sei que está bravo, mas poderíamos parar em um hospital antes?

O carro sofreu uma parada brusca que tirou todos de seus lugares. Jimin foi arremessado para a traseira do manco de seu pai. A cabeça logo latejou de dor.

Travis virou rápido para trás, os olhos com emoções que Jimin não soube identificar. Eram emoções demais para que conseguisse perceber nitidamente ao menos uma.

-Por que raios quer ir ao médico?

Jimin respirou fundo, tentando inutilmente jogar a dor para longe.

-Porque eu acho que nenhum de nós dois sabe cuidar de buraco de bala. E eu não quero ficar sem andar.

Os olhos de Travis logo foram para a coxa do filho, vendo ali a bala presa a carne do menino.

-PORRA!

Logo o carro adotava uma velocidade que seria considerada extrapolado até para os limites de trânsito alemães, e Jimin teve que abaixar a cabeça para esconder o sorriso. Que o chamassem de louco, mas ele gostaria de estar dirigindo aquele carro naquela velocidade naquele instante. Se ele não gostasse de perigo, não seria Jimin.