Capítulo 9

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Eles andaram calmamente até em casa, parando vez ou outra para alguma necessidade dos animais como correr atrás de um gato ou demarcar território em algum canto.

Travis insistiu que fosse ele a cuidar dos ferimentos do filho, e pelos minutos que se seguiram Jimin teve o pai passando remédios em si, consigo mesmo mordendo os lábios para não gritar de dor pela ardência incomoda. E agora ali estava ele, com um joelho enfaixado já que havia ralado por inteiro e não queriam que pudesse ocorrer uma infecção, com os cotovelos cheios de pomadas e alguns arranhões na bochecha, enquanto mexia o braço em círculos para espalhar o feijão em causa que estava fazendo para o pai.

Jimin já estava pronto. Ele havia se preparado mentalmente para o que viria a seguir. E ele se perguntava quantas horas se falatório seriam. Duas? Três? A noite toda? Ele não sabia, mas queria que fosse o menos possível.

A noite já havia caído. Eram em torno das sete da tarde. O pai havia ido tomar banho depois de mexer tanto com remédios.

Angria, ao seu pé, se aconchegava a si, pedindo por carinho enquanto esfregava os pelos caramelados com manchinhas pretas em si. Ele estava com saudades, e Jimin não poderia ter amado mais esse fato. O pequeno sorriu para o cachorro, prometendo que assim que acabasse ali ele iria brincar com ele.

Kiki, pelo contrário, estava lá fora, fazendo sabe-se lá o que. Ele sempre fora o mais recluso, nunca demonstrando carinho e só vindo a alguém pedir um aconchego em dias frios, mesmo que fosse extremamente protetor com todos da família. Jimin se perguntava se aquilo era saudade da dona. Cachorros eram leias, fiéis escudeiros que nunca saiam do seu lado. Não importava o quanto de tempo fosse, eles nunca o deixaria ou o trocaria. E, naquela casa e família, Kiki era o que mais podia entender Travis e vice-versa, porque ambos haviam perdido a mulher de suas vidas.

O latido animado de Angria fez com que Jimin olhasse para trás, vendo o olhar do pai sobre si. Ele sorriu fraco para ele, mas ele não seguiu o exemplo. Jimin logo suspirou baixinho para as palavras que viriam.

-Talvez você queira sentar antes de me dar o sermão. Ficará mais confortável, sabe.

Um grunhido do pai foi a única coisa que ouviu em troca.

-Eu estou fazendo comida para que você possa comer. Sabe, depois de ficar tanto tempo sem, precisa colocar algo saudável no estômago.

Ele respirou fundo, dando passos calmos até a mesa e puxando a cadeira, descansando a bunda ali. Ele estava se controlando para não gritar, Jimin sabia. Mas ele também sabia que perderia a compostura se continuasse vendo o rosto do filho daquele jeito, por isso Jimin virou novamente para frente, esperando as palavras. Ah, elas vieram.

-Você tem noção do que causou hoje, porra? Tem a mínima noção? Olhe o seu rosto, Jimin! Olhe seu corpo! Está todo machucado!

-São apenas arranhões, pai.

-Arranhões o meu cu!

-Olhe o palavriado, pai.

-Não me interrompa! Você sabe que não pode ficar entrando na frente de soco por aí, merda! Se quer que alguém caia no chão inconsciente, que me mande fazer o trabalho!

-Santo Deus, pai, eu trabalho na força-tarefa! Eu posso muito bem dar um soco. E não fui eu quem entrou na frente de um, foram eles que entraram na frente do meu!

-Não me interessa! Você estava brigando com aqueles marmajos idiotas que se dizem policiais e ainda por cima saiu correndo atrás de um bandido!

-Ele nem pode ser considerado bandido. Era só um adolescente querendo chamar atenção.

Jaded -Love In Jungkook;;🐾Onde histórias criam vida. Descubra agora