Uma promessa, uma maldição e dois corações...
RECOMENDÁVEL PARA MAIORES DE 12 ANOS
Autoria completa de B. MORGADE .
Livro de Fantasia e Romance
PARA OS CONSERVADORES, CONTÉM: Homossexualidade, protagonista feminina que é dona de si, oposição a que...
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Ele se alimenta de vestígios no chão. Me ergo um pouco, inclinando a cabeça, tendo uma visão melhor dele. Ele parecia numa tranquilidade um tanto exaltada, mas isso não me importa. Como raios dos céus, me levanto em uma trovejada só.
Ele me encara e quase que involuntário, por meu corpo correu uma onda de arrepios. Ele começa a correr, mas a minha mira não erra nunca, pelo menos era o que meu pai dizia antes de ter sido morto. Puxo o cordão de meu arco para trás com uma força vingativa ao lembrar de intensidades que não gostaria, a flecha o acerta em sua cabeça, tirando qualquer resto de vida que ele poderia ter. Me aproximo e vejo seus olhos fecharem aos poucos, lutando para fungar um ar que não existia em seus pulmões. Se fosse há 6 anos atrás, eu, com certeza choraria por sua morte. Mas já não sou mais a mesma pessoa.
Suspiro, quase que sem ar, me recuperando do esforço, o qual eu amava, a caça se tornou parte de mim. Embalo o animal em um saco de tecido que eu mesma fiz, a notícia ruim era que ele pesava muito e a boa é que minha barriga ficaria cheia então. Passo o peso para as minhas costas.
Pulo arbustos, espinhos e possas de lama. Caminho por um tempo até que chego a cabana. Entro no meu "ninho" e vejo Arabella limpando a sujeira de Felix e Teobald lavando seus sapatos.
-Eu falo que essa raça não presta, você não me ouve. - Jogo a nossa futura comida na mesa de refeições.
-Querida, os homens prestam às vezes, geralmente de noite. - Ela diz coçando seu cabelo louro.
-Eu estava me referindo ao gato, o Felix.
-Ah... - Ela dá sua risada estridente e fina. - Agnes, o que temos aqui? - Ela mexe no saco.
-Eu consegui caçar um veado. Temos comida para até a próxima semana.
Teobald se aproxima de Arabella e eles me olham com um olhar estranho. Ele coloca sua mão sobre a dela e me encara. Eu não suporto ele, e ele sabe disso. A notícia que me dariam era ruim.
-O que? – pergunto, já impaciente.
-Agnes, você sabe que não conseguiremos te deixar aqui até a próxima semana. Você sabe...