P.O.V. Jake Peralta
Eu geralmente tenho um sono de pedra, mas hoje, por algum motivo, me sentia um tanto agitado. Acordei no meio da noite, aparentemente sem motivo algum. Depois disso acabei perdendo completamente o sono, não conseguia dormir de jeito nenhum. Eu até tentei fazer coisas como ler livros, ou assistir aquelas videoaulas que te fazem adormecer em segundos, mas nada funcionava.
Fui até a sala e liguei a televisão. Se eu não iria dormir, podia pelo menos encher meus pensamentos com baboseiras de seriados adolescentes. Bem, eu até tentei, mas alguns minutos depois escutei um choramingo vindo do quarto das crianças. Era um choro baixo, e vinha acompanhado com alguns soluços.
Me levantei e fui até lá ver o que estava acontecendo. Jack dormia tranquilamente, mas Emma estava coberta da cabeça aos pés com seu edredom. O choro ia ficando mais alto a media que eu chegava perto da garotinha.
-Hey...ta tudo bem? - disse enquanto tirava o cobertor da cabecinha dela.
-T..tio Jake?
-Oi, pequena. Quer que eu fique aqui com você?
-P...por favor. - ela chegou para o lado, dando espaço para que eu me deitasse ao seu lado.
-Olha, você não precisa falar nada se não se sentir confortável, mas saiba que eu estou aqui, okay?
-É só que...eu sinto saudades da mamãe. -ela abraçou seu ursinho de pelúcia favorito. O ursinho eu dei para ela na primeira vez que formos passear no parque.
-Ah, e você tem todo direito de sentir saudades.
-Esse é o primeiro aniversário que ela não vai estar aqui comigo...eu só...eu só queria ela de volta. - a garotinha chorava.
-Eu sei que deve ser difícil para você, especialmente pelo fato de você ainda ser uma criança...mas pense em todo mundo que você conheceu depois que veio para ca. Pense em todas as amizades que você fez nos últimos cinco meses! Emma, querida...sua mãe ta lá no céu orgulhosa da mulherona que tu ta se tornando! E duvido que ela fosse querer que você ficasse ai chorando no dia do seu aniversario. Tudo bem sentir saudades, tudo bem chorar...mas a gente não tem como mudar o que aconteceu.
-Mas eu quero minha mamãe! - ela ainda chorava. Eu a abracei firmemente.
-Shhh...calma...vai passar.
-Eu...eu tenho muito medo.
-Ah, mas eu e a Amy vamos estar aqui para te ajudar em qualquer situação que você esteja passando, não precisa ficar com medo...
-É ai que ta o problema - ela disse enquanto coçava um pouco os olhos - A tia Amy, ela...ela...eu meio que sinto cheirinho de mãe quando eu estou com ela.
-Cheirinho de mãe, é?!
-Uhum...Sabe...quando você tá abraçando sua mãe e sente que tudo vai ficar bem? Que nada no mundo importa além daquele abracinho mixuruca...- ela abriu um sorrisinho, mas depois voltou a chorar- e ai sobe um cheirinho de felicidade...
-Uhum, sei bem. Mas eu não to vendo problema nenhum nisso.
-É que...-ela enxugou algumas lágrimas que teimavam em descer -E se eu esquecer da mamãe? E se de repente eu simplesmente começar a chamar a Amy de "mamãe" e esquecer completamente da existência da minha mãe de sangue? Sabe, isso acontece muito com crianças da minha idade...já li sobre isso em alguns sites.
-Hey, calma - Eu sorri com o canto da boca - Eu juro de dedinho que eu nunca vou te deixar esquecer da sua mãe, okay?
-Nem por um minuto?
-Nem por um minuto...Eu fiquei ali com a Emma para acalma-la um pouco, depois fui pegar um copo de água para ela. Voltei e esperei que ela terminasse de beber todo o liquido, depois me deitei ao seu lado e esperei até que adormecesse.
-Boa noite, Jake. Você é o melhor papai do mundo...- foi a última coisa que Emma disse antes que caísse em um sono profundo. Ela estava bem cansada, então acho que não estava totalmente consciente do que estava dizendo. Mas o fato dela ter me chamado de pai significava que alguma parte dela realmente achasse isso, o que me fez ficar super feliz.
Eu coloquei um sorriso na cara que ia de orelha a orelha, me levantei com cuidado, ajeitei a coberta e depois saí do quarto. Comecei a dançar loucamente na sala, com um sorriso maior do que os músculos do Terry juntos.
-Hm, parece que você foi contaminado pela doença dos Santiagos. Tá dançando tão mal quanto os membros da minha família.
Eu olhei para trás e vi a Amy encostada em uma das paredes. Ela usava um robe de seda longo, que cobria sua camisola, e estava segurando uma xícara com restos de achocolatado. "Meu Deus, como essa mulher é linda...a Jake, para ela é sua melhor amiga, controle-se...mas olha esse sorrisinho." essa foi, sem dúvidas, a primeira coisa que eu pensei.
-Ahm...amy?! - soltei uma risada meio envergonhada - Não sabia que estava acordada.
-Bem, acordei já tem um tempinho. Ia checar as crianças, mas percebi que você já estava fazendo isso...então vim tomar um achocolatado. - ela sorriu meigamente - Agora diz ai, porque você ta pulando desse jeito?
-A Emma me chamou de papai! Ah, e ela disse que você tem cheirinho de mãe. - eu disse, fazendo com que a Amy derrubasse a caneca no chão, quebrando-a. Por sorte, os dois estavam usando chinelos para evitar o chão frio.Ela sorriu e veio correndo até mim, me dando um abraço súper forte. O abraço fez um impacto tão grande que acabamos girando.
-Amy, você ta chorando? - eu disse quando senti minha blusa molhar.
-É de felicidade, seu bobão! Nós conseguimos! Por mais estranho que isso soe, nós somos os pais deles. Os pais daquelas criaturinhas...e eles nos veem como figuras paternas! Eu, só...- Amy chorava muito. Ainda estávamos abraçados, ela estava com a cabeça afundada no meu peitoral. Dava pra sentir suas lágrimas descendo, mas também era evidente o sorriso que ela estava dando - Eu só estou emocionada.
-Se quiser eu te conto a história completa, Ames. Sabe, sobre tudo o que aconteceu...consigo reproduzir o diálogo com as palavras exatas...ou pelo menos palavras parecidas.
-Sim! Por favor, né! Quanto mais detalhes, melhor. - ela sorriu. Eu fiz uma pausa leve e disse:
-Caraca...
-O que foi agora, Jake?!
-Nós somos pais muito fodas, cara! Eu queria ser nosso filho. - Eu disse rindo enquanto me afastava do abraço.
-Realmente, tenho que concordar. Nenhum pai e nenhuma mãe se comparam a nós. Ser nosso filho deve ser muito bom. - agora quem riu foi ela.Amy limpou a bagunça que a xícara quebrada causou, depois fomos até o seu quarto. Íamos assistir um filme enquanto eu contava a história para ela. Em dias de filme a Ames me deixa deitar na sua cama, pois assistir coisas da tv no sofá-cama era muito ruim (contanto que eu voltasse para a minha assim que o filme acabasse).
Ficamos ali batendo papo até o dia clarear, quando finalmente dormimos. Realmente não sei se a Amy ficou mais emocionada quando eu contei sobre a Emma ter chama-la de mamãe pela primeira vez ou com essa versão detalhada da história. Só sei que nas duas vezes ela chorou de tanta felicidade.
A Amy, ela é tão fofa...eu só queria aperta-la e nunca mais soltar. Mas tenho que admitir, ela me irrita também. Qual é, quem é que precisa de tantas pastas?!
Fomos dormir tarde, mas por sorte as crianças foram liberadas da escolinha pelo resto da semana (por conta do aniversário) e nós estávamos com o dia livre, já que imploramos para o Holt.
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Baby Steps [Peraltiago]
FanfictionAmy era uma mulher comum que trabalhava em uma delegacia no Brooklyn, em Nova York. Tinha amigos, um bom emprego e uma vida estável...mas mal sabia ela que tudo isso viraria de cabeça para baixo após receber uma notícia capaz de mudar vidas.