Prólogo

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June 22, 2012

Mexo-me na cama, acordando assustada mais uma vez. Me levanto depressa a respiração ofegante. Suava frio, minhas mãos tremiam como naquele dia.

Tinha pouco mais de 3 meses que tudo tinha acontecido, todas as noites desde então acordo no meio da noite suando frio e a respiração ofegante, os flashes daquela noite. O tão conhecido amargo na garganta volta, me fazendo correr para o banheiro e vomitar tudo que tinha comido no dia anterior. Com as minhas forças se esvaindo me levanto e vou até a pia, escovando os dentes e lavando o rosto, as lágrimas estavam ali novamente. Volto para minha cama e me deito, tentando em vão voltar a dormir.

Vi que o dia estava quase amanhecendo olhei no relógio na mesinha de cabeceira e já eram 4 da manhã. Então me levantei e fui preparar a banheira pra tomar banho enquanto a mesma enchia fui até o closet e peguei minha roupa.

Naquele dia a pouco mais de 3 meses atrás, chegou a carta de admissão ao melhor programa de residência no país Seattle Grace Hospital. Meu sonho sempre foi fazer medicina mais especificamente ser uma cirurgiã renomada. Quando contei aos meus amigos que tinha passado para a vaga Maia e as outras meninas queriam festejar pois a mesma dizia que nossas vidas sociais tinham acabado ali. Ela estaria indo junto, sua namorada e minha melhor amiga Marny também iria, mas ela estava indo para fazer estágio em uma das melhores empresas dali. Minha amiga tinha feito administração de empresas, amava tudo sobre isso. Então na noite da nossa comemoração todos nossos amigos estavam no mesmo bar, naquela rua tão agitada do Brooklyn.

Depois daquele dia, eu me isolei. As únicas pessoas que sabem o que aconteceu são Maia, Marny e Lincoln fora a minha família. Minha mãe entrou em desespero, não se conformava, já Anya, minha irmã queria espancar Finn e Cóstia, os dois irmãos não tinham noção do que fizeram comigo.

Então, mudei de Nova York, minha mãe e Anya vieram comigo, mas moravam a umas quadras de onde eu morava, eu dividia uma casa com Lincoln, Maia e Marny desde que mudamos para Seattle.

Depois de me arrumar e acordar meus amigos, tomamos café com eles muito animados pelo primeiro dia, eu estava quieta, a tontura e a ânsia no meu estômago me fazendo ficar quieta no meu canto.

Chegamos ao hospital e fomos para nossos armários os mesmos com nossos nomes. Após colocarmos a nossas roupas e jalecos ouvindo os residentes do segundo ano chamar seus internos então ouvi nossos nomes.

- Lincoln Whittle, Maia Mitchell, Octavia Blake, Lexa Woodson e John Murphy. - Falou uma moça morena, a pele branca num contraste bonito com seus cabelos pretos na altura dos ombros e uma franja, parecia ter seus 25 anos. - Venham comigo.

Saímos do vestiário e caminhamos pelo hospital enquanto a médica, que se chamava Dra. Lexie Grey falava as coisas, sobre os quartos para dormir nos plantões, mostrava nossos bipes, os postos das enfermeiras e sobre só acordar ela quando o paciente já estivesse morrendo. Depois que ela mostrou todo o hospital, nossos bipes tocaram e nós corremos para a emergência.

O primeiro turno seria de 48 horas e a correria na emergência estava a mil, além de ter que alguns internos ficarem na clínica gratuita da Dra. Bailey. Depois dos rondas eu fiquei designada como a interna que ajudaria o Dr. Shepherd. Quando estava levando uma paciente para radiologia, minha vista escureceu e tudo ao meu redor pareceu girar, parei por um minuto com a maca quando senti braços nos meus os alisando olhei para trás e vi a morena que estava nos armários, Octavia.

- Está tudo bem? - Perguntou me analisando. - Você está branca.

- Está tudo bem, foi só uma tontura por que não comi nada ainda.

- Ok. Quero que você coma alguma coisa pois já temos doentes aqui para cuidar. - riu divertida e eu retribui o sorriso.

Entramos no elevador e conversamos até chegar a radiologia, esperamos na pequena fila que estava ali e logo chegou a minha vez. A menina entrou na sala para fazer o exame e eu fiquei na sala esperando a Dra. Grey e o Dr. Shepherd chegar.

Quando o plantão acabou parecia que meu corpo tinha sido triturado por caminhão. Minhas pernas doíam a tontura e o enjôo não passavam por nada e meu corpo só pedia cama. Chegamos em casa em menos de dez minutos, morávamos perto do hospital. Quando chegamos em casa corri para o banheiro e tomei um banho relaxante, precisava disso urgente. Depois coloquei um dos meus pijamas e fui para cozinha comer alguma coisa.

Me deitei em minha cama já era quase meio dia, não demorei muito para pegar no sono. Mas logo o pesadelo veio me trazendo tudo a tona novamente.

AVISO* NÃO LEIA CASO TENHA ALGUM PROBLEMA COM CENAS DE ABUSO SEXUAL, A CENA PODE SERVIR DE GATILHOS E CAUSAR TRANSTORNOS. SÓ LEIA SE VOCÊ TIVER PLENA CERTEZA DE QUE NADA IRÁ TE AFETAR, É POR SUA CONTA E RISCO.

Eu me debatia enquanto sentia ele em cima de mim, tentava em vão me soltar mas ele era bem mais forte que eu.

- N-Não. - Chorava baixinho e voltava o olhar para porta para mulher que estava ali. - P-Por favor, me solta. - Ela olhava pela porta e depois voltava o olhar para nós, enquanto meu subconsciente pedia para eu desmaiar ali, ou ir para um outro lugar que não fosse esse.

Acordei chorando, o suor por todo meu corpo, o suor grudando meus cabelos a testa, a respiração ofegante. Quando abri meus olhos Maia estava agachada próxima a cama as lágrimas desciam de seus olhos e ela estava com a mão em minha perna.

- Lee ... - Falou com a voz embargada. Chorei junto a ela a puxando para cama chorando em seu ombro. Logo o tão conhecido amargo na garganta veio e eu a soltei e corri para o banheiro vomitando tudo.

Senti Maia segurando meus cabelos e os alisando. Quando me levantei escovei os dentes quando estava voltando para o quarto de novo fiquei tonta dando passos para trás. Senti minha amiga me segurar e passar seus braços por minha cintura.

- Deixa eu te ajudar. - Falou me levando até a cama. - Lee a quanto tempo você está assim?

Parei para pensar tinha por volta de um mês e meio que estava com essas tonturas e enjoos.

- Um mês e meio. - Falei. Ela pareceu pensar um pouco e voltou a falar.

- Quando foi a última vez que você menstruou? - Perguntou. O espanto estava em minha face e na dela. Parei pra pensar e tinha três meses que não tinha nada. Ela pareceu notar algo em meu semblante e outra lágrima voltou a cair trazendo uma enxurrada delas. - Não pode ser Lee.

O choro veio forte trazendo toda a realidade a tona, só poderia ser isso e eu não poderia acreditar no que estava acontecendo, o tão conhecido amargo na boca voltou e eu corri novamente para o banheiro.

Ouvi a porta do meu quarto se fechar e alguns minutos depois uma multidão abrir ela novamente, Lincoln me pegou no colo logo após eu escovar os dentes, depois dele me colocar na cama todos se deitaram próximos a mim, enquanto Marny cantava uma música baixinha, Lincoln alisava meus cabelos e Maia olhava em meus olhos limpando minhas lágrimas.

Depois de não sei quanto tempo Marny e Lincoln se levantaram ficando sentados na cama, Maia ainda estava ali olhando em meus olhos, sorriu de lado para mim e se sentou junto com os outros e me deu sua mão para eu me levantar e sentar também.

- Lee, eu tenho aqui um teste de gravidez. - Falou Marny. - Se você se sentir confortável e quiser fazer estaremos aqui pra você e a mesma coisa se não quiser.

Olhei para a caixinha em sua mão e depois voltei o olhar para eles. Eles eram tudo que eu pedi. Os melhores amigos que eu poderia ter. Assenti e sorri de lado pegando a caixinha e me levantando.

- Lee, estaremos aqui. - Maia falou.

Assenti e fechei a porta do banheiro, tirando o pequeno teste da caixinha e o potinho que tinha lá dentro, depois de fazer esperei os cinco minutos que pediam e foi como se meu mundo tivesse parado quando vi o que estava ali, chorava tanto que meu peito doía, logo a porta foi aberta e todos estavam ali naquele banheiro mais uma vez, todos chorando, me abraçando. Não poderia acreditar no que estava acontecendo comigo, grávida de um estupro.

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