Capítulo 10

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Point off view Clarke

Depois de vários dias no hospital voltei para casa, meu pai como sempre fora me buscar no seu helicóptero. Acho desnecessário esse homem ostentar tanto, ele se acha superior aos outros por que tem dinheiro.

Mandou eu ir para meu quarto, dizendo que mais tarde nós teríamos uma conversa séria. Ele deve pensar que sou um dos gêmeos, dois adolescentes prestes a completar quartoze anos.

Tom, o meu motorista me ajudou a subir a escada enorme que tinha em casa, não sei como eu vou ficar subindo e descendo  essa escada com a perna assim mas depois dou um jeito nisso. Chegando ao meu quarto dispensei Tom, tomei o remédio que a médica me mandou e me deitei na cama ligando a TV em um canal qualquer que estivesse passando filme.

Desprevenida, me peguei pensando na linda médica dos olhos de universo. O sorriso doce, e a timidez que a deixa ainda mais perfeita.

Lexa, seu nome parece veludo em minha boca. Boca, aquela boca dela, umedeci meus lábios só de pensar num beijo dela.

Lembrei de como as bochechas dela ficam coradas quando eu fazia uma brincadeira, o sorriso tímido que nascia nos seus lábios, a forma como ela joga os cabelos para atrás e sorri para gente. Meros mortais, perto da divindade dela.

[...]

Dona Martha com a ajuda de Tom me ajudaram a descer a escada na hora do jantar, dormir quase a tarde toda. Ela veio me chamar perto das oito da noite para o jantar, dizendo que meus pais já estavam a mesa esperando por mim e por meus irmãos.

Sentei a mesa de frente a minha mãe, ao lado esquerdo do meu pai. Logo meus irmãos, Aden e Charlotte chegaram e sentaram-se a mesa Charlie ao lado de Abigail e Aden ao meu lado.

O jantar foi posto a mesa por todos os empregados, logo se retirando e deixando-nos a sós, enquanto jantavamos meu pai, Jake Griffin, perguntava aos gêmeos como estava a escola a minha mãe como estava as coisas da casa e de todos os clubes que ela frequentava.

Estava prevendo que logo chegaria a minha vez do homem questionar, ele quando queria era bem incisivo. Estava dando voltas nas conversas com todos para chegar ao ponto principal da noite, a discussão comigo.

- Clarke. - Falou o homem a voz intimidadora. - Como foi esse acidente? Quanto vou ter que gastar com mais essa?

- Eu sai com o Finn, o Wells e a Cóstia. - Falei ouvindo um é claro dele. - Nós bebemos e eu pedi para Finn deixar Wells dirigir mas o mesmo não queria. - Falei e ele balançou a cabeça. - Wells falou que estava com sono e não era bom dirigir, então se deitou em meu colo, só eu estava com cinto de segurança.

- Por que sempre tem que a sua prima Cóstia está envolvida em tudo que acontece com você? - Falou alto.

- Não foi culpa dela. - falei me exaltando.

- Olha o tom, Clarke. - Falou ele sério. - Essa sua prima faz isso com você.

- Ela não fez nada.

- Então ela não te convidou?

- Sim, ela convidou.

- Passaram as noites juntas? - Falou. - Já que como você diz, vocês gostam de mulheres.

- Essa não é a questão. - Falei. - Minha sexualidade não tem nada a ver com a Cóstia.

- Sua sexualidade? Você não é assim, não criei filha minha pra ser essa aberração.

- Eu não sou uma aberração. - Gritei. - Você achando ou não. Eu sou uma pessoa normal que ama e que quer ser amada. Se você aprova ou não eu não estou nem aí Jake.

- É fácil dizer que não quer a minha aprovação mas meu dinheiro você quer. - Falou. - Ou você se esqueceu que depende de mim? Que tudo que você tem foi com o cartão sem limite que EU te dei, que essa casa maravilhosa, o carro, as roupas de grife e tudo que você tem foi com meu dinheiro?

- Corta tudo Jake. Pode cortar tudo, me deserdar se quiser, não me importo. - Falei alto. - Mas o que vão dizer seus "amigos", todos da alta sociedade que você frequenta? A filha do multimilionário sem nada? A herdeira de todo o império, trabalhando em algo "medíocre" como você acha todos os empregos que não fazem fortuna.

- Você tem razão, posso até não te deixar na pobreza, mas uma lição você irá aprender. - Falou. - Você a partir de hoje vai estudar, não vai gastar nem mais um tostão de meu dinheiro se não for para algo necessário, você vai morar na pequena casa que nós compramos em Seattle para você passar os finais de semana, estudar administração de empresas e contabilidade na Seattle University. - acrescentou. -Você fará os dois cursos e depois irá voltar para estagiar e se preparar para comandar as empresas.

- Não é por que você quer que eu vou fazer tudo que está dizendo.

- Então vai continuar da forma que vive? Quem vai ser o próximo a morrer? - olhou pra mim sério e ali não vi nenhum tipo de sentimento, só o vazio. - Wells morreu por nada? Você e seus primos tiraram a vida dele por nada?

Baixei a cabeça lembrando do velório de Wells, seu pai, Thelonios Jaha chorava compulsivamente em cima do filho, sua mãe, Claire fora sedada logo após saber a notícia, arrancava-lhe os cabelos quando lembrava da notícia tão trágica.

Meus olhos, encheram-se de lágrimas e teimosas elas caiam por minha face, lembrar daquele dia, da sua morte me dilacerava o peito, a dor da culpa e da perda me fazendo voltar aquele dia várias e várias vezes durante essas semanas que se passaram, eu em toda essa situação foi a melhor, Cóstia continua desacordada por conta da hemorragia interna que aconteceu, Finn tinha perdido os movimentos das pernas e nunca mais iria os recuperar e Wells, meu doce e tão amado amigo Wells morto.

- Farei por Wells e não por que você está mandando. - Falei. - Me mudarei ainda hoje para Seattle, não quero nada que venha do senhor, mudarei de vida pelo meu amigo ele merece isso, não quero estar em sua presença nem mais um minuto, só voltarei a LA para ver meus irmãos e nunca mais você precisa se importar ou se preocupar comigo. - Assim sai da mesa indo arrumar as minhas coisas para a mudança ligarei imediatamente para meus amigos, Bellamy e Raven, posso até fazer faculdade mas não o que o meu pai quer, vou mudar de vida.

A partir de agora, sou uma nova mulher, uma nova Clarke. Uma versão melhor de mim mesma.

Errors and hits (Clexa Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora